O Líder e o Libertador: As Semelhanças entre Moisés e o Messias

O Líder e o Libertador: As Semelhanças entre Moisés e o Messias

 

Moisés, o primeiro redentor, montou em um jumento, deu aos israelitas maná e comida, e trouxe água. Assim também deve o Messias ser visto montado em um jumento, deve trazer maná do alto, e trazer aos rios de Yehudá fluência de água” (Midrash Eclesiastes, 1) 

Este Midrash me lembra uma importante profecia a respeito do Maschiach encontrada na Torá:  

ADONAI levantará, dentre seus parentes, um profeta semelhante a mim. Prestem atenção a ele” (Devarim/Deuteronômio 18.15).  

Não é necessário investirmos tempo em detalhar a importância de Moisés para o povo de Israel, basta apenas ressaltarmos sua proeminência ao ser escolhido por ADONAI para ser o libertador de Israel do Egito, para ser o grande líder que conduziria o povo no deserto rumo a Terra Prometida, e para receber no monte Sinai a Torá do próprio D’us e transmiti-la ao povo, sendo assim chamado, com a reverente afeição de discípulos em relação ao mestre, Moshe Rabenu – “Moisés, nosso Mestre”. 

Da boca do próprio Moisés recebemos a revelação de que um outro profeta seria levantado também por ADONAI dentre o povo de Israel e que assim como Moisés este profeta deveria ser ouvido. Mas por que ele deveria ser ouvido? Porque assim como Moisés era poderoso em palavras e obras (conforme texto da Brit Hadashá – Atos 7.22) o novo profeta também seria, pois traria ensinamentos não de si mesmo, mas do Eterno, como Moisés também recebera no Sinai: 

 “Levantarei para eles um profeta semelhante a você dentre os parentes dele. Porei minhas palavras em sua boca, e ele dirá tudo o que lhe ordenar” (Deuteronômio 18.18). 

O Midrash em questão curiosamente nos traz um paralelo interessante entre Moisés, o primeiro redentor, e o Messias, o último redentor, ou seja, certas obras do segundo seriam semelhantes às do primeiro “assim também deve o Messias…”. Seria este novo profeta prometido por ADONAI o Messias de Israel? Sim, Yeshua! É importante observarmos que ADONAI deixa uma pista importante sobre este novo profeta para que quando ele chegasse pudesse ser identificado pelo povo, Ele diz no texto da Torá que ele seria “semelhante a Moisés”. 

As similaridades encontradas na vida de Moisés e na vida de Yeshua HaMashiach são impressionantes!  

Vejamos algumas:  

  • Tanto Moisés quanto Yeshua, quando meninos, foram preservados da morte decretada pelos governantes (Êxodo 1.15 – 2.10 / Mateus 2.13-15); 
  • foram rejeitados pelos seus (Êxodo 2. 11-14 / Jo 1.11);  
  • eram mansos em suas personalidades (Números 12.3/ Mateus 11.29);  
  • foram poderosos em palavras e obras (Atos 7.22 / Lucas 24.19);  
  • eram fiéis: 

“Portanto, irmãos separados por Deus, que partilham o chamado celestial, pensem com cuidado sobre Yeshua, a quem reconhecemos publicamente por emissário de Deus e Cohen gadol. Ele foi fiel a Deus, que o havia constituído, como Moshe foi fiel em toda a casa de Deus” (Hebreus 3.1-2 fazendo referência a Números 12.7).  

Entretanto, a principal semelhança entre eles destacada no texto da Torá era que ambos falariam as palavras que o Eterno lhes designasse. 

Yeshua nunca transmitiu nada ao povo de Israel que não fosse ordenado por ADONAI. Em certa ocasião ele disse: 

 “Porque não falei por iniciativa própria, mas o Pai me enviou e me deu uma ordem, isto é, o que dizer e o que falar. Sei que o seu mandamento é vida eterna. Portanto, digo simplesmente o que o Pai me mandou dizer” (João 12.49-50).  

Yeshua estava comprometido em transmitir somente as palavras e ensinamentos do Eterno e este seu testemunho está completamente em acordo com as palavras pronunciadas pelo Eterno a Moisés: 

 “Levantarei para eles um profeta semelhante a você dentre os parentes deles. Porei minhas palavras em sua boca, e ele dirá tudo o que lhe ordenar” (Deuteronômio 18.18). 

Estas palavras tinham que necessariamente ser ouvidas “...a ele ouvirás…” e, caso alguém do povo de Israel não desse crédito a este profeta, tal pessoa teria sérios problemas com o Eterno:  

“Quem não ouvir minhas palavras, que ele falará em meu nome, prestará contas de si mesmo a mim” (Deuteronômio 18.19). 

As palavras ditas por Yeshua, se ouvidas, são capazes de vivificar o coração morto; de levantar aqueles que se encontram prostrados e desfalecidos assim como fora a ação do Ruach Hakodesh (Espírito Santo) na visão de Ezequiel no vale de ossos secos (Ezequiel 37). Yeshua disse:  

“É o Espírito que dá vida; a carne em nada ajuda. As palavras que lhes disse são Espírito e vida; contudo, alguns de vocês não confiam” (João 6.63) 

Estes que “não confiam”, ou seja, não ouvem, são os que a Torá diz que prestarão contas de si mesmo ao Eterno. 

É bem verdade que Rashi (1040-1105) minimiza o peso messiânico destes versos da Torá ao afirmar que a passagem não se refere a apenas um único profeta que virá, mas de toda cadeia de profetas ao longo do Tanach dos quais Malaquias é o último.1 Contudo, uma leitura simples, porém atenta, nos mostra que o Eterno se refere a uma única e exclusiva pessoa: “Levantarei para eles um profeta…”; “…Porei minhas palavras em sua boca…; “e ele dirá tudo o que lhe ordenar”.  

Kefa (Pedro), talmid (discípulo) de Yeshua, faz menção a esta passagem da Torá ao falar para uma multidão de judeus habitantes de Jerusalém. O contexto de seu discurso aponta para Yeshua HaMashiach como o profeta semelhante a Moisés prometido pelo Eterno (At 3.22-23).  

Prestemos atenção em mais um escrito rabínico acerca do Messias e Moisés:  

“Eis que o meu servo terá êxito [Is 53:12] – este é o rei Messias. Exaltado, elevado e muito alto – mais exaltado que Abrahão […] mais elevado que Moisés […] e mais alto que os anjos ministradores […] porquanto o Messias é maior que os Patriarcas” (Yalkúlt Shimoní – Isaías 52, Rémez 476).  

É maravilhoso ler estas palavras de exaltação ao Rei Messias! Notem que ele é colocado em primazia, numa posição hierárquica acima de grandes homens da Torá e até mesmo de Moisés. Sim, o profeta semelhante, Yeshua Hamashiach, é mais elevado que Moisés! Na carta endereçada aos Judeus Messiânicos (Hebreus 3.3) encontramos esta mesma verdade espiritual:  

“Yeshua, porém, merece mais honra que Mosheh, da mesma forma que o construtor de uma casa tem mais honra do que a própria casa”.  

O Midrash Eclesiastes segue com as identificações do Messias dizendo que ele deve ser visto montado em um jumento em alusão a profecia messiânica de Zacarias 9.9 

 “Alegre-se com todo o seu coração, filha de Tziyon! Grite, filha de Yerushalayim! Veja: seu rei vem até vocês. Ele é justo e vitorioso. Contudo, é humilde – ele está montado em um jumento, sim, em uma cria de jumento” 

Notadamente esta profecia igualmente se cumpre em Yeshua HaMashiach: 

“No dia seguinte, a grande multidão que veio para a festa ouviu que Yeshua estava a caminho de Yerushalayim. Pegaram ramos de palmeiras e saíram ao encontro dele, gritando: ‘Liberte-nos!’ ‘Bendito é o que vem em nome de ADONAI, o Rei de Yisra’el!’. Depois de encontrar um jumentinho, Yeshua montou nele, como o Tanach diz: ‘Filha de Tziyon, não tenha medo! Veja: seu rei está vindo, sentado em um jumentinho’” (João 12.12-15).  

O Midrash prossegue dizendo que assim como Moisés alimentou o povo com o maná, o Messias deve também trazer o maná do alto. Na verdade, Yeshua é o “próprio maná do alto” que veio para saciar a fome espiritual do povo de Israel. Em alusão àquele que D’us fez cair do céu para alimentar o povo no deserto, Yeshua disse: “Eu sou o pão vivo que desceu do céu; se alguém comer deste pão, viverá para sempre” (João 6.51a).

Ao analisarmos as profecias messiânicas, percebemos que muitos detalhes da vida e obra de Jesus encontram um paralelo impressionante nos escritos proféticos. Para uma compreensão mais completa dessas profecias e suas implicações, convido você a explorar nosso curso online “As Credenciais do Messias”. Nesse curso, vamos aprofundar nossa análise em cada uma das profecias, comparando-as com os eventos históricos e os ensinamentos de Jesus. Saiba mais aqui. 

Que estejamos atentos a solene voz de Yeshua Hamashiach para darmos ouvidos às suas palavras colocadas em sua boca por ADONAI. Não negligencie a sua voz, o profeta Yeshua ainda pode ser ouvido. Ele fala por meio do Tanach e da Brit Hadasha (Nova Aliança).  

Ouça-o enquanto é tempo!  

 

Por Romualdo Jr 

Rosh Hashaná

Rosh Hashaná

 

 

Rosh Hashaná, literalmente “cabeça do ano” é a data do calendário judaico que marca o início de um novo ano. Começa ao pôr do sol na véspera de 1º de Tishrei (18 de setembro de 2020) e termina após o anoitecer em 2 de Tishrei (20 de setembro de 2020).

De acordo com a Torá, quando Pessach foi instituída para o povo de Israel, o Eterno estabeleceu o mês de Nisã (Março/Abril) como o primeiro dos meses: “Este mesmo mês vos será o princípio dos meses; este vos será o primeiro dos meses do ano” Shemot 12.2. Posteriormente, os líderes judeus estabeleceram o mês de Nisã como o início do mês religioso e o primeiro de Tishrei, que no calendário bíblico era o sétimo mês do ano, como o início do ano cívico de Israel, daí a razão de se comemorar Rosh Hashaná nesta data.
No livro de Vaicrá 23, em 1º de Tishrei o Eterno estabeleceu este dia ao povo de Israel como um encontro marcado (Moed) com ele para a celebração de Shofarot:
“Fala aos filhos de Israel, dizendo: No mês sétimo, ao primeiro do mês, tereis descanso solene, memorial, com sonidos de trombetas, santa convocação. Nenhuma obra servil fareis, mas trareis oferta queimada ao SENHOR”.

Este encontro marcado era caracterizado pelo som das trombetas ou o toque do shofar que não servia meramente como um instrumento musical, mas com o propósito de chamar Israel e as nações para o arrependimento preparando-os para Yom Kipur único dia do ano em que o Cohen hagadol oferecia no Lugar Santíssimo o sangue da expiação por toda a nação.
Desta forma, a Festa de Shofarot – também chamada de Yom Teruá, Yom Hadin e Yom Hazicaron – estabelecida pelo Eterno na Torá, recebe o nome moderno de Rosh Hashaná, período de início de introspecção e meditação pessoal com vistas ao arrependimento.

Shofarot, assim como as demais festas eram símbolos do plano de redenção do Mashiach para Israel e as nações. Muitos rabinos acreditam que Yom Teruá é uma festa que anuncia o retorno do Mashiach, sendo o toque do Shofar um aviso para que Israel e as nações se preparem para recebê-lo.
Interessante que a convocação para o arrependimento fazia parte da proclamação da mensagem de redenção de Yeshua HaMashiach:
“Daí por diante, passou Yeshua a proclamar dizendo: Arrependei-vos, porque está próximo o reino dos céus” Mattityahu (Mateus) 4.17.

Shaná Tová Umetuká!

 


Por Romualdo Santos
Pastor, docente, vice presidente do Instituto Tzadik Baemunah e diretor administrativo executivo da Editora Davar. 
Romualdo, é parte do time responsável pela gestão e desenvolvimento de parcerias estratégicas que dá suporte a Diretoria
do Instituto Tzadik BaEmunah e da Editora Davar.