A Misericórdia חֶסֶד (hesed) no Tanach (A.T.)

A misericórdia חֶסֶד (hesed) no Tanach (A.T.)

                          “Misericordioso e compassivo é o Senhor, tardio em irar-se de grande misericórdia”  Salmo 145:8


Definindo o termo hesed no Tanach

 

O termo hebraico – hesed, segundo o dicionário Strong significa: bondade, benignidade, fidelidade (STRONG. James, 2002. p.341). Durante séculos a palavra hesed foi traduzida por palavras como misericórdia, bondade, amor. A Septuaginta (LXX – tradução judaica do Tanach em grego) geralmente utiliza eleos, e o latim, misericórdia. Misericórdia é um sentimento de compaixão, despertado pela desgraça ou pela miséria alheia. A psicologia moderna chama de empatia – a capacidade de nos colocarmos no lugar do outro, ou como dizia o psicólogo Carl Rogers: “ser empático é ver o mundo com os olhos do outro e não ver o nosso mundo refletido nos olhos dele”.

A tradução para misericórdia tem sua origem no latim, e é formada pela junção de miserere (ter compaixão), e cordis (coração). “Ter compaixão do coração”, significa ter capacidade de sentir aquilo que a outra pessoa sente, aproximar seus sentimentos dos sentimentos de alguém, se colocar no lugar do outro, enfim ser solidário com as pessoas.

O vocábulo hesed (misericórdia, bondade, fidelidade) aparece cerca de 246 vezes no Tanach, praticamente a metade está no livro dos Salmos, 32x ocorre como adjetivo, mas, principalmente como substantivo, indicando aquele cujo viver é de acordo com os princípios da misericórdia divina – o hesed. A palavra é usada duas vezes em relação ao próprio Deus como bondoso: “Proferirão abundantemente a memória da tua grande bondade, e cantarão a tua justiça” e fiel: “Vai, pois, e apregoa estas palavras para o lado norte, e dize: Volta, ó rebelde Israel, diz o Senhor, e não farei cair a minha ira sobre ti; porque misericordioso sou, diz o Senhor, e não conservarei para sempre a minha ira” (Sl.145:7; Jr.3:12), (VANGEMEREN, Willem A. (org.), Vl. 2, 2011, p.209).

Cabe destacar que seu uso é apresentado numa relação tanto entre os homens quanto entre Deus e os homens. Vejamos uma definição e uso de hesed: O conceito de fidelidade, amor imutável, ou, de forma mais geral, bondade, representado por hesed, apresenta um aspecto fortemente relacional, que é essencial a qualquer definição apropriada do termo. E empregado, geralmente, para expressar as atitudes e o comportamento dos homens no relacionamento mútuo, mas descreve, mais frequentemente, a disposição e as ações beneficentes de Deus para com o fiel, Israel, seu povo, e para com a humanidade em geral. A expressão “a bondade do Senhor/Deus”, como ocorre em 1 Samuel 20:14: “E, se eu então ainda viver, porventura não usarás comigo da beneficência [hesed] do Senhor, para que não morra?”; e 2 Samuel 9:3: “E disse o rei: Não há ainda alguém da casa de Saul para que eu use com ele da benevolência [hesed] de Deus? Então disse Ziba ao rei: Ainda há um filho de Jônatas, aleijado de ambos os pés”, representa, pelo menos formalmente, uma intersecção entre esses dois planos do hesed humano e divino (VANGEMEREN, Willem A. (org.), 2011, p.209).

           

A importância do termo misericórdia nos textos do Tanach

 

tanach

Passemos a considerar os textos das Escrituras (A.T.) que trazem o vocábulo hesed – misericórdia, bondade, fidelidade em seus mais variados usos e significados, demonstrando assim sua importância no texto bíblico do Tanach.

Geralmente revelado nas amizades como em 1 Samuel 20:8, em que Davi lembra Jônatas da necessidade de permanecer fiel a ele de acordo com o pacto que selaram: “usa, pois de misericórdia para com o teu servo, porque lhe fizeste entrar contigo em aliança no Senhor.”

O que Deus espera dos homens?

 

A divindade dá maior importância ao hesed do que ao sacrifício: “Ele te declarou, ó homem, o que é bom; e que é o que o Senhor pede de ti, senão que pratiques a justiça, e ames a benignidade [hesed], e andes humildemente com o teu Deus?” (Mq.6:8). Os que observam esse padrão são homens de hesed (cf. Is.57:1; Pv.11:17); além disso, a prática de hesed tem a aprovação de Deus e dos homens: “Não te desamparem a benignidade [hesed] e a fidelidade [emet]; ata-as ao teu pescoço; escreve-as na tábua do teu coração. 4. E acharás graça [hen] e bom entendimento aos olhos de Deus e do homem” (Pv:3:3-4).

Os escritores bíblicos apresentam a fragilidade da vida. A vida está em perigo por ameaças apresentadas pelas calamidades da natureza, pela hostilidade dos inimigos, e pela fraqueza da própria pessoa. Os mesmos escritores, representando a humanidade necessitada,  clamam a Deus para salvá-los por sua misericórdia. Em Gênesis 19:19, Ló fala com gratidão da misericórdia dos três homens – um dos quais é identificado como Adonai (YHWH) – ao salvarem sua vida da destruição, juntamente com o povo de Sodoma. Podemos identificar essa relação nos Salmos: “Se não fora o auxílio do Senhor, já a minha alma estaria na região do silêncio. Quando eu digo: Resvala-me o pé, a tua benignidade [hesed], Senhor, me sustém”, Salmo (94:17-18) e “E, por tua misericórdia, dá cabo dos meus inimigos e destrói todos os que me atribulam a alma: pois sou teu servo” (Sl.143:12).

           

A misericórdia (hesed) divina sustenta a vida

 

Mesmo quando a morte está diante do crente da aliança: “Pois na morte não há recordação de ti; no sepulcro quem te dará louvor? (Sl.6:5).

O hesed sustenta a vida:

– “Volta-te, Senhor, e livra minha alma; salva-me, por tua graça [hesed]” (Sl.6:4).

No Salmo 119 encontramos o hesed como sustentáculo da vida:

– “Vivifica-me segundo a tua misericórdia; e guardarei os testemunhos oriundos da tua boca” (Sl.119:88);

– “Ouve, Senhor, a minha voz, segundo a tua bondade (esed); vivifica- me, segundo os teus juízos” (119:149);

– “Considera em como amo os teus preceitos; vivifica-me, ó Senhor, segundo a tua bondade (hesed)” (119:159).

 

A misericórdia de Deus é eterna

 

A misericórdia divina é apresentada como eterna em alguns textos bíblicos.

Por exemplo:

– “Porque os montes se retirarão, e os outeiros serão removidos; mas a minha misericórdia não se apartará de ti” (Is.54:10);

–  “Com amor eterno te amei, por isso com benignidade (hesed) te atraí” (Jr. 31:3).         Nos Salmos, a misericórdia também é apresentada como eternal.

– “Lembra-te, Senhor, das tuas misericórdias e das tuas benignidades, porque são desde a eternidade” (Salmo 25:6). (Conf. Salmos 89:2-3, 28-29, 33-34; 103:17; 117:2; 138:8).

O hesed e o perdão divino

 

O perdão divino está intrinsecamente ligado à misericórdia de Deus. Baseado nesse conceito que Moisés intercede em favor de Israel, após o pecado do povo sobre o relatório dos espias. Vale a pena destacar que Moisés cita o Senhor para o próprio Senhor, vejamos: “Agora, pois, rogo-te que a força do meu Senhor se engrandeça, como tens falado, dizendo: O Senhor é longânimo, e grande em misericórdia, que perdoa a iniquidade e a transgressão, ainda que não inocenta o culpado… Perdoa, pois, a iniquidade desse povo, segundo a grandeza da tua misericórdia” (Nm.14:17-19).

Certos apelos para perdão encorajam o ponto de vista de que Deus pode escolher entre se lembrar do pecado ou de sua misericórdia, mas não de ambos (Salmos 25:7; 51:1,3). Livramentos são baseados tipicamente na misericórdia do Senhor (Ne.13:22; Salmos 6:4; 44:26; 109:21,26; 119:149). Finalmente, o salmista reconhece que o adorador da aliança só estará no templo de Deus, pela misericórdia divina: “Porém, eu entrarei em tua casa pela grandeza da tua benignidade [hesed]; e em teu temor me inclinarei para o teu santo templo” (Sl.5:7).



Por Alexandre B. Dutra
Pastor, Bacharel em Teologia, Mestre em Letras - Estudos Judaicos (USP), Diretor dos Amigos de Sião e Professor [convidado] do Instituto Tzadik BaEmunah 05/08/2020
 

Rabino Yitschak Lichtenstein

Rabino Yitschak Lichtenstein

 

 

Nascimento: Hungria, 1824.
Morte: Budapeste, Hungria, 16 de outubro de 1909.
S’michá (Ordenação Rabínica): 20 anos, rabino distrital
de Tapiószele, Hungria.

 

Biografia por Henry Einspruch, com notas
autobiográficas.

 
Ele ainda não tinha completado vinte anos quando se tornou rabino, e depois de oficiar por muito tempo em diferentes comunidades ao norte da Hungria, Yitschak Lichtenstein finalmente se estabeleceu como rabino distrital de Tapiószele. Ele permaneceu ali por quase quarenta anos, trabalhando incessante e altruisticamente em prol de seu povo.

No início de seu ministério, um professor judeu da escola pública de seu distrito mostrou-lhe, casualmente, uma Bíblia alemã. Ao folhear o livro, seus olhos depararam-se com o nome “Jesu Christi”. Ele ficou tão furioso que repreendeu o professor, veementemente, por ter algo desse tipo em sua posse. Depois, arremessou o livro para o outro lado da sala, o qual caiu em uma prateleira onde, empoeirado e esquecido, permaneceu por mais de trinta anos.

Por volta daquele período, uma onda implacável de antissemitismo atingiu a Hungria, culminando no, agora histórico, “Caso Tiszaeszlar”. Naquela pequena e pitoresca cidade húngara, situada no Tisza, doze judeus e uma judia foram lançados na prisão, acusados de terem matado uma garota cristã com o intuito de usar o seu sangue para fins rituais — sendo que a parte mais trágica do caso foi o fato de um menino judeu, que fora tirado de seus pais pelo comissário de polícia, ter sido forçado, mediante ameaças e crueldades, a apresentar-se como testemunha principal contra o próprio pai (assistente da sinagoga) e a contar uma história inventada, circunstancial, sobre a garota supostamente assassinada.

Como em todos os outros casos em que essa denúncia diabólica era feita contra os judeus de Tiszaeszlar, a acusação de sangue, em última análise, provava-se falsa e infundada. Vale a pena lembrar que, naquela ocasião, muitos cristãos verdadeiros, dentre os quais se destaca o Dr. Franz Delitzsch, da Universidade de Leipzig, levantaram-se não apenas para defender os judeus, mas também para desmascarar todos os que, através de seus atos, escandalizavam Yeshua aos olhos da comunidade judaica.

O estado mental do rabino Lichtenstein, durante esse período, é melhor revelado em seu Judenspiegel (Espelho Judaico):

“‘Muito me afligiram desde minha juventude — podes declará-lo, ó Yisrael!’ (Salmos 129:1). Não é preciso uma longa explicação para mostrar que, nessas poucas palavras, o salmista resume as amargas experiências e aflições que nós, ao menos a geração mais velha, temos sofrido desde a juventude até agora pelas populações cristãs ao nosso redor.

Zombaria, escárnio, violência e toda sorte de humilhação têm sido a nossa porção até mesmo pelas mãos de crianças cristãs. Eu ainda me lembro das pedras que eram atiradas contra nós enquanto saíamos da sinagoga, e como, durante os banhos no rio, éramos obrigados a assistir, impotentes, as nossas roupas serem lançadas na água ao som de risos e deboche.

Certa vez, com choro e grande pesar, vi meu ser derrubado ao chão, sem a menor hesitação, por um assim chamado “nobre”, apenas porque ele não lhe cedeu espaço, rápido o bastante, em um caminho estreito. Mas sabemos muito bem que essas tristes experiências não são facilmente esquecidas; quisera Deus que tamanha perseguição contra os judeus, por parte dos cristãos, não passasse de uma vírgula insignificante em um longínquo passado!

Conforme as impressões da tenra idade se aprofundam — e mesmo durante o ápice de minha vida, eu não tinha motivos para mudar essas percepções —, não é de admirar que eu cheguei a considerar o próprio Yeshua como a praga e a maldição dos judeus; a origem e o promotor de nossas angústias e perseguições.

Os anos se passaram, e tornei-me adulto, abraçando e nutrindo tal convicção até à velhice. Eu não fazia ideia sobre a diferença entre a verdadeira fé Messiânica e o Cristianismo meramente nominal; eu não sabia nada a respeito de Yeshua, o Messias. Por mais estranho que pareça, foi a terrível acusação de sangue, em Tiszaeszlar, que me levou a estudar a Nova Aliança pela primeira vez. Aquele julgamento trouxe à luz, diretamente de seus esconderijos, todos os nossos inimigos, e mais uma vez, o clamor ecoou como nos tempos de outrora: ‘Morte ao judeu!’ O frenesi foi excessivo, e entre os principais líderes, encontravam-se muitos que usavam o nome de Jesus e sua doutrina como um subterfúgio para encobrir os seus próprios feitos abomináveis.

Essas práticas ímpias de homens que vestiam o nome de Jesus apenas para promover seus intentos malignos despertaram a indignação de alguns cristãos verdadeiros, os quais, com canetas de fogo e vozes de advertência, denunciaram a cólera falaciosa dos antissemitas. Nos artigos escritos por tais homens, em defesa dos judeus, deparei-me muitas vezes com passagens em que o Messias era descrito como aquele que traz alegria aos homens — o Príncipe da Paz, o Redentor —, cujas boas novas são enaltecidas como uma mensagem de vida e amor para todas as pessoas. Fiquei surpreso e mal pude acreditar em meus olhos quando avistei, em um canto escondido, a Nova Aliança que, trinta e poucos anos antes, eu havia tirado, com grande indignação, de um professor judeu. Como posso expressar a sensação que tive ao virar aquelas páginas e ler o seu conteúdo?

Não haviam me contado nem mesmo a metade sobre a grandeza, poder e glória desse Livro; um livro anteriormente proibido para mim. Tudo parecia tão novo, e no entanto, tão familiar; como a visão de um velho amigo que tirou suas roupas empoeiradas e desgastadas para usar trajes festivos, como um noivo em vestes nupciais ou uma noiva adornada com joias”.

Por dois ou três anos, o rabino Lichtenstein manteve suas convicções trancadas em seu coração. O que ele fez, porém, foi ensinar à sinagoga algumas doutrinas novas e estranhas que despertaram tanto o interesse quanto o espanto de seus ouvintes. Por fim, ele não conseguiu mais se conter. Em determinado Shabat, durante o sermão, ele discorreu sobre a parábola dos sepulcros caiados, dizendo, abertamente, ter extraído o assunto da Nova Aliança. Em seguida, apresentou Yeshua como o verdadeiro Messias e Redentor de Yisrael. Com o passar do tempo, ele incorporou suas ideias em três materiais publicados consecutivamente, os quais tiveram grande repercussão entre os judeus não apenas da Hungria, mas de todo o continente europeu — o que não é de admirar, já que se tratava de um rabino maduro e respeitado, ainda no ofício, conclamando seu povo, com palavras calorosas, a abraçar a bandeira do há muito desprezado Yeshua de Natséret1, recebendo-o como seu verdadeiro Messias e Rei.

Inevitavelmente, tão logo a liderança da comunidade judaica compreendeu as implicações da posição e dos escritos de Lichtenstein, rios de perseguição irromperam contra ele. Desde os púlpitos sinagogais até a imprensa judaica, a acusação de apostasia era-lhe constantemente imputada, e aquele que, poucas semanas antes, era contado entre os líderes e mestres mais nobres, agora, era apresentado como uma desgraça e uma vergonha à nação; tudo porque ousou pronunciar o odiado nome de Yeshua.

Foi espalhado um boato difamatório de que ele se vendera aos missionários. Alguns até mesmo alegaram que ele nunca chegou a escrever os panfletos, mas que, na verdade, foi subornado a assiná-los com o próprio nome. Ele teve de comparecer, mediante intimação, à assembleia do rabinato em Budapeste. Ao adentrar o salão, ele foi saudado com as palavras: “Retrate-se! Retrate-se!”. “Senhores,” — disse o rabino — “eu certamente me retratarei se vocês me convencerem de que estou errado”.

O grão-rabino Kohn propôs um acordo. Lichtenstein poderia acreditar no que quisesse, em seu coração, desde que parasse de ensinar sobre Yeshua. Quanto àqueles panfletos horríveis que ele já escrevera, os danos poderiam ser reparados de forma bastante simples. O Sínodo dos rabinos elaboraria um documento para explicar que Lichtenstein agira em um breve momento de insanidade. Tudo o que ele precisaria fazer seria assinar a declaração. O rabino Lichtenstein respondeu, calmamente — embora indignado —, que a proposta era muito estranha, uma vez que ele gozava de suas plenas faculdades mentais. Sendo assim, os rabinos exigiram que ele renunciasse ao seu cargo e se convertesse ao Cristianismo, formalmente, por meio do batismo. Mas ele replicou, dizendo que não tinha o menor interesse em se juntar a uma igreja, pois encontrara o verdadeiro Judaísmo na Nova Aliança, e queria permanecer com a sua congregação, como antes, ensinando-a na sinagoga.

E ele o fez, apesar das muitas perseguições e difamações que sofreu. Em sua posição oficial como rabino distrital, ele continuou ensinando a Nova Aliança. Essa era uma prova comovente de seu grande apego à comunidade local, que era a única detentora de plenos poderes para solicitar a sua exoneração. Aliás, muita pressão foi feita contra eles, de modo que alguns membros da congregação e os parentes de sua esposa foram completamente arruinados por boicotes comerciais, e ainda assim, permaneceram fiéis a ele.

A essa altura, o rabino Lichtenstein e seus escritos haviam-se tornado amplamente conhecidos, e muitas organizações cristãs procuravam os seus serviços. O Papado, por sua vez, logo percebeu a importância do homem, de modo que um emissário especial, enviado pelo Papa, foi a Tapiószele com ofertas tentadoras para que, se possível, ele se entregasse ao serviço de Roma. Sua resposta era a mesma para todos:

“Permanecerei entre o meu próprio povo. Amo o Messias e creio na Nova Aliança, mas não tenho a menor vontade de me juntar à Cristandade. Assim como o profeta Yirmeyá, após a destruição de Yerushaláyim — a despeito das generosas ofertas de Nevuchadnetsár2 e do capitão de sua hoste —, escolheu permanecer e lamentar entre as ruínas da Cidade Santa, junto com o remanescente de seus irmãos, assim também permanecerei entre os meus próprios irmãos, como um sentinela do lado de dentro, implorando-lhes que contemplem Yeshua, a verdadeira glória de Yisrael”.

Por fim, depois de perder tudo na tentativa de socorrer alguns dos membros de sua congregação, e com a saúde muito debilitada em decorrência das inúmeras angústias e provações (como resultado de sua ousada defesa pela verdade), ele renunciou, voluntariamente, ao seu cargo de rabino distrital.

Ele estabeleceu-se em Budapeste, onde achou amplo escopo para os seus talentos. A oposição, entretanto, foi implacável: Ele era seguido e até mesmo fisicamente agredido na rua. Seu barbeiro foi subornado por cinquenta Kronen (coroas austro-húngaras) para desfigurar a sua linda barba. Seu senhorio vigiava meticulosamente todos os que o visitavam, reportando para as autoridades rabínicas.

Por outro lado, ele era constantemente entrevistado e abordado por judeus de todo tipo. “A sabedoria eleva em plena rua a sua voz, e grita suas palavras pelas praças (Provérbios 1:20)”, escreveu certa vez a David Baron, seu amigo.

“Médicos, professores e oficiais, bem como mulheres instruídas, vêm à minha casa. Muitas famílias influentes também nos visitam, as quais repudiam a conduta severa do rabinato local em relação a mim. Muitos estrangeiros também me visitam. Frequentemente, tenho discussões sérias e profundas com talmudistas e rabinos vindos de longe, os quais desejam restaurar-me ao meu bom senso. Mas vale a pena mencionar que muitos deles, desprovidos de qualquer conhecimento sobre a Nova Aliança, logo depois de me encararem, inexpressiva e incredulamente, enquanto eu cito seus sublimes ensinamentos, imploram que eu lhes forneça uma cópia”.

Por mais de vinte anos, o rabino Lichtenstein testemunhou, em diversas partes do continente, a verdade acerca de Yeshua, o Messias. Em determinado momento, as tempestades de controvérsia, desentendimento e antagonismo começaram a pesar sobre ele. Seu espírito, contudo, permaneceu inabalável. Por volta daquela época, ele escreveu:

“Queridos irmãos judeus, eu fui jovem, e agora sou velho. Atingi a idade de oitenta anos, da qual o salmista fala como sendo o ápice da vida humana sobre a Terra. Enquanto outros da minha idade estão colhendo os frutos de seu trabalho, eu estou sozinho, quase abandonado, porquanto ergui a voz em advertência: ‘Retorna, ó Yisrael, ao Eterno, teu Deus, porque tua iniquidade provocou todos esses tropeços! Busca [estas] palavras sinceras e com elas retorna ao Eterno’ (Oseias 14:2-3a). ‘[Beijai o Filho,] para que Ele não liberte Sua ira e vosso caminho conduza ao abismo’ (Salmos 2:12).

Eu, um honrado rabino por quarenta anos, sou tratado agora, na minha velhice, por meus amigos, como alguém possuído por um espírito maligno, e por meus inimigos, como um desertor. Tornei-me um alvo de zombadores que apontam o dedo para mim. Mas enquanto eu viver, ‘Escalarei meu posto de vigília’ (Habacuque 2:1) — ainda que eu permaneça ali completamente sozinho. Ouvirei as palavras de Deus, e esperarei pelo dia em que Ele retornará a Sião, com misericórdia, e Yisrael encherá o mundo com seu jubiloso clamor: ‘Hoshá-Na ao Filho de David. Bendito é o que vem em nome do Eterno! Hoshá-Na nas alturas!’ (Mateus 21:9)”.

De forma bem repentina, ele adoeceu e não resistiu por muito tempo. Ao perceber que o seu fim estava próximo, dirigiu-se à sua esposa e à enfermeira:

“Deem os meus sinceros agradecimentos e saudações aos meus irmãos e amigos. Boa noite, meus filhos. Boa noite, meus inimigos; vocês já não podem mais me ferir. Há um só Deus e Pai de todos os que são chamados filhos no céu e na terra, e um só Messias, que deu a sua vida na árvore maldita para a salvação dos homens. Em Tuas mãos, confio o meu espírito!”.

O dia foi sombrio: eram oito horas da manhã de uma sexta-feira, dia 16 de outubro de 1909, quando o venerável rabino partiu para a presença do Eterno.


Excertos de Cartas Pessoais (Do Rabino Lichtenstein para o seu filho Dr. Emmanuel Lichtenstein)

“Por Sua divina providência, chegou às minhas mãos, acidentalmente, uma Nova Aliança que, por muitos anos, eu deixara intocada no canto de uma estante. Em cada linha, em cada palavra, o espírito judaico fluía: luz, vida, poder, perseverança, fé, esperança, amor, santidade; fé ilimitada e indestrutível em Deus; da bondade à prodigalidade; da moderação à renúncia própria; do contentamento à exclusão de qualquer senso de necessidade; compaixão, gentileza, consideração pelo próximo e amor incondicional: tudo isso permeava o livro.

Cada princípio nobre, cada ensinamento de pureza e moral; todas as virtudes patriarcais com as quais Yisrael foi adornado em seu auge — e ainda o é, até certo ponto, como herdeiro da comunidade de Yaakov —, eu encontrei neste livro dos livros, refinados e simplificados, contendo bálsamo para cada aflição da alma, conforto para cada angústia, cura para cada dano moral; renovação de fé e ressurreição para uma nova vida que agrada a Deus.

Eu pensava que a Nova Aliança era de todo impura; uma fonte de arrogância, de egoísmo, de ódio e do pior tipo de violência. Mas assim que comecei a leitura, fui tomado por um sentimento peculiar de familiaridade e de admiração. Uma glória repentina… uma luz resplandeceu minha alma. Estava procurando por espinhos, mas encontrei rosas; descobri pérolas em vez de cascalhos; no lugar de ódio, amor; no lugar de vingança, perdão; em vez de opressão, libertação; em vez de arrogância, humildade; conciliação, não inimizade. Em vez de morte, vida, salvação, ressurreição e tesouros celestiais.

O povo judeu está doente há dois mil anos; em vão, busca a cura e a ajuda de médicos; em vão, gasta todos os seus recursos. Apenas mediante a fé em Yeshua, através do poder que emana do Messias, ele pode encontrar a cura. Que ele contemple Yeshua em sua glória celestial, em sua divindade, exaltado e grande como a eternidade; o Redentor, o Messias, o Príncipe da Paz.

Eu disse: ‘Os dias ensinam a falar e a multiplicação dos anos devem ensinar a sabedoria. Mas há um espírito em cada ser humano, e é o alento do Todo-Poderoso que lhe proporciona o entendimento’ (Jó 32:7-8).

Quando o Sanhedrin3 e os sacerdotes, em Yerushaláyim, quiseram silenciar Shimon Kefa e os Emissários, um fariseu chamado Gamli’el, muito estimado por todo o povo, levantou-se e disse: ‘Deixem esses homens e soltem-nos. Se essa ideia ou movimento tiver origem humana, fracassará. Mas, caso proceda de Deus, não serão capazes de impedi-los; vocês se acharão lutando contra Deus!’ (Atos 5:38-39). Aquela obra provinha do Eterno, pois não pereceu com o passar do tempo. O fogo santo não foi suprimido nem tampouco extinguido pelas muitas tempestades que sobrevieram contra ele; antes, intensificou-se ainda mais, e passados dezoito séculos, ele continua brilhando, mais forte e mais límpido, cheio dos mais enobrecedores pensamentos, estendendo, continuamente, o seu domínio através dos tempos.

As Boas Novas do Messias ultrapassaram Alexandre, que parou às margens do Indo; ultrapassaram Crasso, que parou às margens do Eufrates; ultrapassaram Varo, que parou às margens do Reno; ultrapassaram todos os conquistadores, e só pararão quando alcançarem todo o Yisrael.

‘Nasce o Sol, depois se põe, e se apressa a voltar ao lugar onde de novo virá a nascer. Segue para o sul e chega em círculo até o norte; o vento (por sua vez) gira em círculos e retorna ao lugar de onde partiu’ (Eclesiastes 1:5-6)”.


Trecho de uma Entrevista Pessoal Publicada

“Eu nunca conheci o Eterno até conhecer o Messias. Deus, para mim, era apenas um juiz severo. Agora, no Messias, eu O conheço como um Pai inexprimivelmente misericordioso e infinitamente amável. Através do Messias, eu lanço fora toda preocupação, como um pássaro que, depois de um mergulho no rio, sacode a água de suas asas. Meus inimigos, com escárnio, chamam-me de ‘missionário’. Mas eu lhes respondo: Sim, eu sou um ‘missionário’ no mesmo sentido que Avraham também o foi; no sentido de ter como missão guiar e auxiliar as pessoas no caminho certo. Se eu luto para conduzir pessoas à Verdade revelada em Yeshua, então, eu sou um ‘missionário’. Recentemente, um rabino escreveu-me: ‘Você nos mostrou a escada que conduz ao céu!’. Essa é a minha missão. É certo que temos dez mil promessas no firmamento da Escritura, claras como as estrelas no pináculo da noite, a fim de acender e sustentar a esperança de que os judeus virão, em grande número, ao Senhor Yeshua, o Messias, o grande e bom Médico, e de que eles tocarão a orla do seu manto, recebendo, assim, toda a cura, toda a força e toda a alegria de que necessitam para o seu magnificente propósito na terra e ministério no céu”.4


Notas

1. viz. Nazaré (נצרת).
2. viz. Nabucodonosor (נבוכדנצר).

3. viz. Sinédrio (סנהדרין).
4. O texto original inglês pode ser encontrado em http://realmessiah.org/index.php/en/testimonies.

Rabino Joseph Teichman

Rabino Joseph Teichman

Nascimento: —
Morte: junho de 1988.

Joseph Teichman nasceu e cresceu como o filho de um rabino ortodoxo na cidade de Nova York, nos EUA. Ele seguiu os passos do pai e também foi ordenado rabino ortodoxo. No entanto, diferentemente de seu pai, Joseph concluiu os estudos de doutorado em psicologia.

Quando percebeu que não conseguia mais crer na tradição rabínica, ele passou para a vertente judaica conservadora. Sua esposa, porém, recusou-se a deixar a comunidade ortodoxa. Enquanto Teichman mudou-se para a Califórnia e foi nomeado rabino da sinagoga de Fresno, ela permaneceu no Brooklin com os filhos.

Depois de um tempo, o rabino Teichman mudou-se para Reno, em Nevada, a fim de assumir o cargo de líder da sinagoga conservadora local. E uma vez que vivia no eterno país das possibilidades, ele acabou se tornando o melhor amigo do líder de uma congregação messiânica. Seu amigo, com a ajuda de outros messiânicos, mostrou-lhe que as profecias do Tanach acerca do Messias apontam para Yeshua, o que o impulsionou a investigar o assunto por si mesmo. Sua pesquisa levou-o à decisão de abraçar a fé em Yeshua como o Messias de Israel e seu Salvador pessoal.

Conforme estudava a Nova Aliança, ele crescia e se desenvolvia na fé. Às vezes, dirigia-se à congregação messiânica local, em segredo, para ouvir os estudos. Mas tirando isso, ele mantinha a fé em Yeshua para si mesmo, com muita cautela.

Certo dia, ele decidiu marcar uma reunião urgente com Moishe Rosen, fundador da organização Jews for Jesus (Judeus por Jesus), em São Francisco. A impressão era que Joseph estava sob muito estresse, pois como liderava a sinagoga em Reno, não conseguia compartilhar a sua fé em Yeshua com a congregação. Além disso, ele não tinha certeza do que deveria fazer: pedir demissão ou explicar à congregação sobre Yeshua.

O rabino confessou para Moishe Rosen que, por quase dois anos, ele vinha lutando com aquele mesmo problema, o qual começou a desgastá-lo. Na verdade, ele encontrou alívio — até certo ponto — ao confessar sua fé em Yeshua para outro judeu, tirando, assim, o peso dos ombros. Depois de alguns meses, nos quais Teichman visitou Moishe Rosen, ele começou a entender que tinha o dever de falar sobre a sua fé em Yeshua, como o Messias judeu, aos membros da sinagoga. E ele sabia qual seria o resultado: o término imediato de seu ofício e de sua carreira como rabino; algo que influenciaria não apenas o seu status pessoal, social e financeiro, mas também toda a sua família. Ciente das sanções que poderia sofrer, ele não conseguiu se abrir para os membros da sinagoga. Por causa do medo, manteve sua fé em segredo.

Questionado sobre o que fazia quando as pessoas da sinagoga o procuravam buscando conselhos espirituais, ele respondeu que era inundado por tristeza e angústia, pois sabia que o Messias era o único que poderia resolver seus problemas.

Muito embora tenha mantido sua fé em segredo, ele encontrou meios para falar de Yeshua, o Messias, às ovelhas do seu pastoreio. O rabino Joseph Teichman é um dos muitos exemplos de perseguição que os judeus messiânicos, em Israel e no mundo todo, sofrem às custas de ultra-ortodoxos fanáticos, apenas porque sua fé é diferente. Perseguições desse tipo também existem nos dias de hoje, e podem incluir violência (tanto verbal quanto física), humilhações públicas e até mesmo tentativas de homicídio — tudo isso em nome de D’us e com a aprovação de rabinos.1


Notas

1. O texto original hebraico pode ser encontrado em https://igod.co.il/יהודים-משיחיים/עדויות-רבנים/הרב-יוסף-טייכמן/.

Rabino Dr. Kaufmann Kohler

Rabino Dr. Kaufmann Kohler

Nascimento: Baviera, Alemanha, 1843.
Morte: Nova York, EUA, 1926.

A conferência religiosa que foi realizada em parceria com a Feira de Chicago, em 1893, trouxe consigo representantes de religiões e credos diferentes, de diferentes partes do mundo. Entre eles, havia um grande número de rabinos da Europa e da América.

Um dos palestrantes foi o Dr. Kaufmann Kohler, o expoente do Judaísmo Reformista mais conhecido da época. Em seu discurso, cujo tema era “A Sinagoga e a Igreja”, o rabino apresentou evidências de que o Judaísmo e o Cristianismo possuem muitas semelhanças entre si. Vejamos, a seguir, um trecho de seu discurso no que tange à personalidade de Yeshua:

“Os rabinos cometem um grave erro quando comparam Yeshua de Natséret1 a Rabí Hilel ou a Fílon, o proeminente filósofo judeu de Alexandria. Yeshua não pertencia a nenhuma vertente; ele era ‘um do povo’. Nele, o ideal dos rabinos essênios2 sobre amor e irmandade atingiram um novo patamar.

Assim como Yochanan, o Imersor3,  Yeshua sentia-se atraído, pelo poder do amor divino, aos menos afortunados dentre o seu povo. Uma vez que era cheio de verdadeira grandeza, ele se relacionava tanto com pastores de ovelha quanto com pecadores e cobradores de impostos — justamente aquelas pessoas que os rabinos essênios consideravam uma ameaça, cujo caminho as levaria para o Inferno, e com as quais, portanto, evitavam qualquer tipo de contato, com medo de serem contaminados por elas. Yeshua, por sua vez, comia e bebia com eles, dizendo:

‘Eu não fui enviado senão às ovelhas perdidas da casa de Israel’; ‘Os sãos não precisam de médico, mas sim os doentes’; ‘Ai de vós, escribas e fariseus (isto é, os rabinos de então), hipócritas! Porquanto limpais o exterior do copo e do prato, mas o interior está cheio de roubo e lascívia’; ‘Bem profetizou Isaías, o profeta, acerca de vós, hipócritas, conforme está escrito: Este povo Me honra com os lábios, mas o seu coração está longe de Mim; seu temor para Comigo não passa de um mandamento ensinado por homens’ (cf. Isaías 29:13); ‘Porquanto abandonais os mandamentos de D’us para manter a tradição dos homens’.

Essas são as palavras de um profeta, de um reformador destemido.

Com essa mesma ousadia, fruto de um amor verdadeiro que trazia pecadores de volta a D’us, Yeshua também defendeu uma mulher que, aos olhos dos rabinos, era apenas um instrumento nas mãos de Satán para conduzir o homem ao pecado, rompendo, assim, as amarras que tornava a mulher tão solitária.

Com liberdade de espírito, ele despedaçou os grilhões das ‘leis do Shabat’4,  ao dizer: ‘O Shabat foi feito para o homem, e não o homem para o Shabat’.

Estamos diante do maior pensador de todos; uma personalidade grandiosa, um gênio religioso. Não há – para o nosso povo, de modo geral, e para os líderes judeus, de forma específica – nenhum motivo para odiar o mestre mais humilde e mais admirável de todo Israel.

Não podemos negar que o ideal de vida manifestado nos seguidores de Yeshua é único em termos de excelência e de grandiosidade. Por trás de todos eles, encontra-se uma cativante personalidade do amor e da bondade; uma personalidade mais amada e mais exaltada do que qualquer outra na humanidade: Yeshua. Toda a grandeza do ‘filósofo grego’ e do ‘judeu santo’ está amalgamada, harmoniosamente, naquele que morreu na cruz.

Nenhum padrão de moral, nenhum livro de estudo ou religião consegue causar uma impressão tão profunda como a pessoa de Yeshua, que se posta, como nenhum outro, entre a Terra e os portões do Paraíso, igualmente próximo aos homens e a D’us.

Se ele foi o representante ideal da irmandade essênia? Não! Ele foi a materialização da “irmandade” de toda a raça humana. Yeshua – o amparador dos necessitados, amigo dos pecadores, irmão de todos os que sofrem, consolador dos desafortunados, amante da humanidade, libertador da mulher – ganhou e conquistou o coração dos homens.

De que valeu o orgulho filosófico dos sábios e a corrupção religiosa dos rabinos e sacerdotes em um mundo que estava faminto por D’us e sedento pela redenção do pecado e da crueldade? Aquele era o tempo de Yeshua, maduro para uma revolução social – para a Era Messiânica -, quando o soberbo seria humilhado e o humilde, exaltado. Yeshua, o mais modesto de todos os homens, aquele que, como nenhum outro, é execrado pela nação judaica, foi exaltado e assentou-se sobre o ‘trono de glória’ do mundo, tornando-se o rei de toda a Terra”.

Essas foram as palavras de um respeitado doutor e rabino judeu, o qual, diferentemente da grande maioria dos rabinos ortodoxos, decidiu ler a Nova Aliança por si mesmo, apaixonando-se pela pessoa de Yeshua. Em seu discurso, ele desmantelou aquela noção ultrapassada que muitos rabinos tentam atribuir ao Messias judeu, Yeshua.5


Notas

1. viz. Nazaré (נצרת).
2. Confira o livro זיכרון ונשייה: סודן של מגילות מדבר יהודה, da Dra. Rachel Elior, professora da Universidade Hebraica de Jerusalém, bem como suas palestras em vídeo מי כתב את המגילות הגנוזות e מי דחק את מגילות מדבר יהודה לתהום הנשייה ומדוע, ambas publicadas no YouTube, onde ela refuta, de uma vez por todas, a atribuição da comunidade de Qumran — e, por conseguinte, dos Pergaminhos do Deserto da Judeia (viz. Manuscritos do Mar Morto) — aos essênios. Assista, também, à palestra em vídeo היו נשים בחורבת קומראן? על קברים ומגילות, do Dr. Eyal Regel, professor da Universidade Bar-Ilan.
3. viz. João, o Batista (יוחנן המטביל).
4. Note que Yeshua nunca foi contra o Shabat — longe disso! — , mas sim contra as tradições rabínicas, em forma de decretos normativos, que afastavam as pessoas do cerne desse belo mandamento.
5. O texto original hebraico pode ser encontrado em https://igod.co.il/יהודים-משיחיים/עדויות-רבנים/הרב-דר-קאופמן/.