O que é Shalom: o verdadeiro significado

O que é Shalom: o verdadeiro significado

 

 

O que é shalom?

 

O antigo conceito hebraico de paz, enraizado na palavra “shalom”, significava totalidade, integridade, solidez, saúde, segurança e prosperidade, trazendo consigo a implicação de permanência.

 

Shalom e paz

 

Paz! Paz! Paz! Todo mundo é a favor. Ninguém é contra. Mas o que é essa qualidade tão evasiva que chamamos de paz? Pois isso, significa coisas diferentes para pessoas diferentes:

 

  • A paz é o que aqueles que seguem as religiões orientais dizem vir somente por meio da extinção da personalidade individual; tornando-se parte do universo sem consciência de si mesmo. Mas eles na verdade querem dizer serenidade.

 

  • Paz é o que a vizinha idosa deseja quando o adolescente do outro lado da rua está praticando sua bateria. Ela na verdade quer sossego.

 

  • Paz é o que o lojista deseja quando está preocupado em pagar suas contas. Ele na verdade quer dizer que gostaria que sua loja estivesse cheia e lotada de clientes. Paz para ele significa prosperidade.

 

  • O paciente que espera ansiosamente no consultório do médico para saber os resultados de uma bateria de exames de laboratório quer paz. Ele na verdade quer uma boa saúde.

 

Em casos mais extremos, como o de Hitler, a paz resulta da morte de pessoas; ou pelo menos significa matar para obter seu tipo de paz.

Quando não temos o que pensamos que deveríamos ter, dizemos que precisamos de paz!

“A paz não pode ser determinada por nossos próprios pontos de vista tendenciosos ou necessidades egoístas.”

 

 

Definindo a paz

 

Portanto, “paz” é muitas vezes definida como a condição de vida que deveria ser. Mas quem tem o direito de determinar o que deve ou não ser? Se todos nós pudéssemos obter o tipo de paz que queremos, seria uma paz imposta. Seria paz às custas do sonho de outra pessoa sobre o que a paz deveria ser. A paz não pode ser determinada por nossos próprios pontos de vista tendenciosos ou necessidades egoístas. Nem nosso padrão de paz pode ser estabelecido pelas normas de nossa sociedade turbulenta. Então, para onde podemos olhar, senão para nós mesmos ou para a sociedade? Como estabelecemos critérios para definir “paz”?

As definições do Dicionário Webster giram em torno de dois temas principais. Uma trata da cessação das hostilidades. O outro enfoca a libertação da turbulência interior, mais conhecida como paz de espírito.

Podemos observar o desenrolar desses dois temas vendo como duas culturas distintas interpretaram a paz. A palavra, muito usada em inglês, vem do latim “pax”. Pax para os romanos significava o fim das hostilidades entre o conquistador e os vencidos. Essa paz era sempre temporária porque dependia de quem estava em posição de força.

 

A diferença entre “paz” e shalom

 

O rabino Robert I. Kahn de Houston, Texas, resume os distintivos da paz “romana” e shalom “hebraico”:

 

É possível ditar uma paz; shalom é um acordo mútuo.

A paz é um pacto temporário; shalom é um acordo permanente.

Pode-se fazer um tratado de paz; shalom é a condição de paz.

A paz pode ser negativa, a ausência de comoção. Shalom é positivo,  presença de serenidade.

A paz pode ser parcial; shalom é completo.

A paz pode ser fragmentada; shalom é um todo.

 

Os escritos místicos do Zohar ensinam que Deus é paz, Seu nome é paz e tudo está unido em paz (Zohar, Lev. 10b). No pensamento judaico pós-talmúdico, Isaac Arama parafraseou essa ideia dizendo:

 

A paz é algo positivo, o meio essencial pelo qual homens de temperamentos e opiniões diferentes podem trabalhar juntos para o bem comum. Pérolas de virtude individual seriam apagadas isoladamente se não fosse pelo cordão de paz que os une e assim aumenta seu brilho. É por isso que a paz é um nome de Deus, pois é Ele quem dá unidade a toda a criação.

 

 

Shalom de Deus

 

O critério para shalom, a verdadeira paz, então, está com Deus. Esta definição de paz deve começar com a suposição de que existe um Criador e que Ele estabeleceu um padrão para nós. Portanto, deve haver uma aceitação (pelo menos para a compreensão deste artigo) da maneira pela qual Deus escolheu se revelar ao homem – por meio da Bíblia.

 

Shalom na Bíblia

 

O primeiro exemplo de paz na Bíblia é a condição que existia no início no Gan Eden (jardim do Éden). Há uma boa razão para acreditar no relato da criação em Gênesis; mas mesmo que você não acredite literalmente, a mensagem ainda demonstra uma lição de paz.

 

“Adão e Eva desobedeceram e o shalom de Deus foi

 perdido por eles.”

 

Adão e Eva estavam em paz com Deus e com tudo o que Ele criou. Suas necessidades foram supridas. Eles não sofreram fome, doença ou dor de qualquer tipo. A beleza os cercava para que pudessem experimentar e desfrutar. Eles não estavam sozinhos, pois tinham um ao outro e, mais importante, tinham um relacionamento íntimo com seu Criador. Se alguma pessoa já experimentou paz, foi Adão e também Eva. A condição de paz existia no jardim somente enquanto eles eram obedientes à vontade de Deus. Infelizmente, eles desobedeceram e o shalom de Deus foi perdido por eles.

 

 

Shalom no Antigo Testamento

 

Mas, se por meio de Adão e Eva vemos que a paz foi perdida por causa da desobediência, em Abraão vemos o oposto:

 

“Acrescentou Deus: Toma teu filho, teu único filho, Isaque, a quem amas, e vai-te à terra de Moriá; oferece-o ali em holocausto, sobre um dos montes, que eu te mostrarei. Levantou-se, pois, Abraão de madrugada e, tendo preparado o seu jumento, tomou consigo dois dos seus servos e a Isaque, seu filho; rachou lenha para o holocausto e foi para o lugar que Deus lhe havia indicado.”

(Gênesis 22:2-3)

 

Parece além da compreensão da maioria das pessoas seguir tais instruções, quanto mais fazê-lo sem raiva, ansiedade ou desespero. Mas Abraão obedeceu a Deus. Ele reconheceu que Deus tinha o direito de exigir a vida de Isaque se assim quisesse. Essa confiança naquele que o criou tornou possível a Abraão ter paz de espírito, mesmo quando todos os seus sentidos naturais devem ter dito o contrário.

Adão e Eva não seguiram uma regra simples que Deus havia estabelecido para eles. Como resultado, eles foram banidos do Jardim do Éden. O cínico lamentará: “Tentei fazer as coisas certas acontecerem. Trabalhei e tive esperança, mas todo mundo acaba me decepcionando. Você diz que devo esperar em Deus? É como me pedir para confiar na fada dos dentes! Como posso acreditar em um ser sobrenatural? ”

Essa falta de confiança em um Deus todo-poderoso se reflete na história de um menino de nove anos que voltou da escola hebraica e contou à mãe sobre a lição do dia.

 

_ Bem, o rabino contou como Deus enviou Moisés atrás das linhas inimigas para resgatar os israelitas dos egípcios. Quando chegaram ao Mar Vermelho, Moisés chamou os engenheiros para construir uma ponte flutuante. Depois que todos eles cruzaram, eles olharam para trás e viram os tanques egípcios chegando. Rápido como um raio, Moisés transmitiu um rádio ao quartel-general em seu walkie-talkie para enviar os bombardeiros para destruir a ponte, e foi assim que salvou os israelitas.

_ A mãe, espantada, disse ao menino: “David, foi realmente assim que o rabino contou aquela história?”

_ “Bem, não exatamente, mãe. Mas se eu contasse do jeito dele, você nunca acreditaria!”

 

A história é engraçada porque é muito verdadeira. Quando as coisas são maiores do que a nossa experiência de vida, nós as “traduzimos” para o que consideramos dimensões compreensíveis. O perigo de fazer isso é que, quando traduzimos os atos de Deus, estamos, por nosso entendimento limitado, diminuindo quem é Deus. Diminuímos a possibilidade de paz em nossas vidas porque diminuímos Aquele que tem o poder de nos dá-la.

 

“Não estamos em posição de alcançar a

paz por nós mesmos.”

 

Alcançando a paz

 

A paz, paz duradoura, transcende as situações e falhas de nossas vidas pessoais porque não vem de nós. Isso vem de Deus. Não estamos em posição de alcançar a paz por nós mesmos. No entanto, Deus promete todas as qualidades de shalom – integridade, completude, solidez, saúde, segurança – para aqueles que olharem para Ele.

O profeta Isaías escreveu: “Tu, SENHOR, conservarás em perfeita paz aquele cujo propósito é firme; porque ele confia em ti. Confiai no SENHOR perpetuamente, porque o SENHOR Deus é uma rocha eterna” (Isaías 26: 3-4) . Confiar em Deus significa reconhecê-Lo e dar-Lhe o seu lugar de direito em nossas vidas. Devemos também aceitar o agente de paz que Ele providenciou. Isaías escreveu sobre o Messias que estava por vir:

 

“Porque um menino nos nasceu, um filho se nos deu; o governo está sobre os seus ombros; e o seu nome será: Maravilhoso Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade, Príncipe da Paz; para que se aumente o seu governo, e venha paz sem fim sobre o trono de Davi e sobre o seu reino, para o estabelecer e o firmar mediante o juízo e a justiça, desde agora e para sempre. O zelo do Senhor dos Exércitos fará isto.” (Isaías 9:6-7)

 

Paz em Deus

 

Como foi para o Messias trazer paz? Isaías explica mais no capítulo 53:

 

“Certamente, ele tomou sobre si as nossas enfermidades e as nossas dores levou sobre si; e nós o reputávamos por aflito, ferido de Deus e oprimido. Mas ele foi traspassado pelas nossas transgressões e moído pelas nossas iniquidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e pelas suas pisaduras fomos sarados.” (Isaías 53:4-5)

Shalom

 

Dizemos que precisamos de paz, mas estamos dispostos a aceitar Aquele que pagou o preço por nós? Recomendamos a você Jesus como o Príncipe da paz. Entre em contato ou converse conosco para saber mais.

 


Susan Perlman  é Diretora de Parceria de Jews For Jesus e trabalha com agências missionárias com ideias semelhantes, congregações messiânicas, igrejas, associações e instituições teológicas com o propósito de estabelecer parcerias estratégicas para que possam fazer mais para abençoar os judeus com as boas novas de Yeshua do que sozinhos. Ela também atua como primeira assistente do diretor executivo David Brickner. Uma das co-fundadoras do Judeus por Jesus, Susan também faz parte da Equipe de Liderança Executiva. Este artigo foi originalmente publicado aqui.  

 

Artigo publicado pelo Instituto Tzadik BaEmunah com autorização da autora. Thanks Susan!

 

Traduzido por:

Mariana Reisé brasileira, tem 24 anos, é tradutora voluntária do INSTITUTO TZADIK BAEMUNAH, reside atualmente em Annapolis, Maryland  – MD, USA. Thanks Mari!