Se eu acredito em Deus?
Recentemente fui indagado por alguns jovens que se diziam ateus sobre a minha crença em Deus, incontinente apresentei as minhas razões, pois vi em seus olhares curiosos, uma busca, ainda que inconsciente, pela verdade e um anseio por respostas às questões da alma, origem do Universo e especialmente o futuro.
Não demorou muito e a conversa enveredou pelo sofrimento humano e o porquê do Deus que seria amoroso permitir as doenças, (estamos no meio de uma pandemia) a fome e as desgraças e os infortúnios desta vida.
Carinhosamente, comecei a explicar que a pergunta não procedia, pois não caberia indagar sobre algo ou um ente “que não existe” e que permite ou não sofrimentos ou desgraças, ainda mais se este “ser inexistente” pressupõe bondade e amor, pois se o sofrimento existe, logo este ser teria que de alguma forma impedi-lo e se o faz ou deixa de fazer, logo existe, e se existe, a questão passa a ser se é justo ou bom.
A conversa foi se embrenhando por um misto de expressões de dúvidas, curiosidades e não demorou muito para que tentassem “colocar-me contra parede” e pedirem provas de sua existência, afinal de contas, para eles, a fé não poderia ser explicada e era intrínseca às experiências individuais.
Argumentei sobre a fé bíblica, descrita e definida em Hebreus 11.1 como “a certeza das coisas que se esperam e convicção de fatos que se não veem”, ressaltando que as palavras certeza e convicção remetem-nos a expressões do intelecto, da compreensão e não das sensações.
Deus não nos deixou aqui soltos com a única certeza desta vida, exatamente o seu fim, a saber, a morte, pelo contrário, veio se contrapor a esta morte, sendo Ele mesmo a vida eterna entre nós, Emanuel, Deus Conosco, nosso Salvador e rico para com todos os que em todo lugar invocarem o seu nome, atendendo a todo pecador arrependido, oferecendo-lhe vida em abundância.
Mas Ele existe? Existiu? As evidências históricas, geográficas, geológicas, filosóficas, científicas, arqueológicas, documentais, testemunhais, linguísticas, naturais e até lógicas estão à disposição da investigação sincera de qualquer mortal que existe sobre esta terra.
Como se não aceitassem tudo o que disse, perguntei àqueles jovens:
Peçam a mim, apenas uma única e última razão para eu acreditar em Deus.
Ao som de alguns risos, perguntaram:
OK, uma única e derradeira razão para você acreditar em Deus!
Entre eles, havia um rapaz judeu e sem titubear apontei para ele e disparei:
Ele! Ele é a razão porque eu creio em Deus!
Não dei tempo para mais perguntas, e antes que partissem porque pareciam querer encerrar a conversa, contei sobre Gênesis 15, Jeremias 31.31-37, fixando meu olhar naquele rapaz, disse a eles que as promessas de Deus para com Israel descritas na Bíblia são imutáveis e que O Deus Eterno prometeu que Israel é e sempre será uma nação eterna diante de si, ou seja, enquanto este Deus existir, Israel existirá, enquanto houver o sol, a lua e as estrelas e os movimentos das ondas e das marés, Deus existirá, enquanto o homem não conseguir viajar ao centro da Terra ou descobrir todo o Universo, Israel existirá.
Não houve Egito, Babilônia, Assíria, Pérsia, Grécia, Roma, Bizâncio, Inquisição, Nazismo, Stalinismo ou qualquer outro império ou sistema que tenha conseguido destruir Israel, se “Am Israel Chai” é porque o seu Deus ainda existe e sustenta a este povo nas palmas de suas mãos.
Em meio aos sorrisos daqueles jovens tão educados e palavras de despedidas, pensei comigo mesmo: “Deus existe? Sim, o povo de Israel Vive”
Shalom!
Por Yon M. F. da Costa Pastor, professor, associado do Instituto Tzadik Baemunah e membro do Conselho Editorial da Editora Davar.