Que prova você tem de que Jesus é o Messias?

Que prova você tem de que Jesus é o Messias?

 

Quais são algumas das credenciais do Messias?

 

Bíblia Hebraica e os sábios judeus descrevem o Messias com mais detalhes do que muitos imaginam. A partir desses escritos, podemos saber sua origem genealógica, local de nascimento, o período de sua chegada e outras características de identificação. Essas credenciais nos permitem identificar o Messias e reconhecer impostores. Listamos apenas algumas destas credenciais abaixo; existem, porém, muitas outras. Os primeiros rabinos e sábios reconheceram todas essas passagens como se referindo ao Messias.

  • O Messias seria da tribo de Judá (Gênesis 49.10):
י  לֹא-יָסוּר שֵׁבֶט מִיהוּדָה, וּמְחֹקֵק מִבֵּין רַגְלָיו, עַד כִּי-יָבֹא שִׁילֹה, וְלוֹ יִקְּהַת עַמִּים. 10 O cetro não se arredará de Judá, nem o legislador dentre seus pés, até que venha Siló; e a ele se congregarão os povos.
  • O Messias seria descendente do rei Davi (2 Samuel 7.12-16):
יב  כִּי יִמְלְאוּ יָמֶיךָ, וְשָׁכַבְתָּ אֶת-אֲבֹתֶיךָ, וַהֲקִימֹתִי אֶת-זַרְעֲךָ אַחֲרֶיךָ, אֲשֶׁר יֵצֵא מִמֵּעֶיךָ; וַהֲכִינֹתִי, אֶת-מַמְלַכְתּוֹ. 12 Quando teus dias forem completos, e vieres a dormir com teus pais, então farei levantar depois de ti um dentre a tua descendência, o qual sairá das tuas entranhas, e estabelecerei o seu reino.
יג  הוּא יִבְנֶה-בַּיִת, לִשְׁמִי; וְכֹנַנְתִּי אֶת-כִּסֵּא מַמְלַכְתּוֹ, עַד-עוֹלָם. 13 Este edificará uma casa ao meu nome, e confirmarei o trono do seu reino para sempre.
יד  אֲנִי אֶהְיֶה-לּוֹ לְאָב, וְהוּא יִהְיֶה-לִּי לְבֵן–אֲשֶׁר, בְּהַעֲוֺתוֹ, וְהֹכַחְתִּיו בְּשֵׁבֶט אֲנָשִׁים, וּבְנִגְעֵי בְּנֵי אָדָם. 14 Eu lhe serei por pai, e ele me será por filho; e, se vier a transgredir, castigá-lo-ei com vara de homens, e com açoites de filhos de homens.
טו  וְחַסְדִּי, לֹא-יָסוּר מִמֶּנּוּ, כַּאֲשֶׁר הֲסִרֹתִי מֵעִם שָׁאוּל, אֲשֶׁר הֲסִרֹתִי מִלְּפָנֶיךָ. 15 Mas a minha benignidade não se apartará dele; como a tirei de Saul, a quem tirei de diante de ti.
טז  וְנֶאְמַן בֵּיתְךָ וּמַמְלַכְתְּךָ עַד-עוֹלָם, לְפָנֶיךָ:  כִּסְאֲךָ, יִהְיֶה נָכוֹן עַד-עוֹלָם. 16 Porém a tua casa e o teu reino serão firmados para sempre diante de ti; teu trono será firme para sempre.

 

  • Messias nasceria em Belém (Miquéias 5.2):
א  וְאַתָּה בֵּית-לֶחֶם אֶפְרָתָה, צָעִיר לִהְיוֹת בְּאַלְפֵי יְהוּדָה–מִמְּךָ לִי יֵצֵא, לִהְיוֹת מוֹשֵׁל בְּיִשְׂרָאֵל; וּמוֹצָאֹתָיו מִקֶּדֶם, מִימֵי עוֹלָם. 2 E tu, Belém Efrata, posto que pequena entre os milhares de Judá, de ti me sairá o que governará em Israel, e cujas saídas são desde os tempos antigos, desde os dias da eternidade.

 

  • Messias chegaria antes da destruição do Segundo Templo (Daniel 9.24-27):
כד  שָׁבֻעִים שִׁבְעִים נֶחְתַּךְ עַל-עַמְּךָ וְעַל-עִיר קָדְשֶׁךָ, לְכַלֵּא הַפֶּשַׁע ולחתם (וּלְהָתֵם) חטאות (חַטָּאת) וּלְכַפֵּר עָוֺן, וּלְהָבִיא, צֶדֶק עֹלָמִים; וְלַחְתֹּם חָזוֹן וְנָבִיא, וְלִמְשֹׁחַ קֹדֶשׁ קָדָשִׁים. 24 Setenta semanas estão determinadas sobre o teu povo, e sobre a tua santa cidade, para cessar a transgressão, e para dar fim aos pecados, e para expiar a iniquidade, e trazer a justiça eterna, e selar a visão e a profecia, e para ungir o Santíssimo.
כה  וְתֵדַע וְתַשְׂכֵּל מִן-מֹצָא דָבָר, לְהָשִׁיב וְלִבְנוֹת יְרוּשָׁלִַם עַד-מָשִׁיחַ נָגִיד–שָׁבֻעִים, שִׁבְעָה; וְשָׁבֻעִים שִׁשִּׁים וּשְׁנַיִם, תָּשׁוּב וְנִבְנְתָה רְחוֹב וְחָרוּץ, וּבְצוֹק, הָעִתִּים. 25 Sabe e entende: desde a saída da ordem para restaurar, e para edificar a Jerusalém, até ao Messias, o Príncipe, haverá sete semanas, e sessenta e duas semanas; as ruas e o muro se reedificarão, mas em tempos angustiosos.
כו  וְאַחֲרֵי הַשָּׁבֻעִים שִׁשִּׁים וּשְׁנַיִם, יִכָּרֵת מָשִׁיחַ וְאֵין לוֹ; וְהָעִיר וְהַקֹּדֶשׁ יַשְׁחִית עַם נָגִיד הַבָּא, וְקִצּוֹ בַשֶּׁטֶף, וְעַד קֵץ מִלְחָמָה, נֶחֱרֶצֶת שֹׁמֵמוֹת. 26 E depois das sessenta e duas semanas será cortado o Messias, mas não para si mesmo; e o povo do príncipe, que há de vir, destruirá a cidade e o santuário, e o seu fim será com uma inundação; e até ao fim haverá guerra; estão determinadas as assolações.
כז  וְהִגְבִּיר בְּרִית לָרַבִּים, שָׁבוּעַ אֶחָד; וַחֲצִי הַשָּׁבוּעַ יַשְׁבִּית זֶבַח וּמִנְחָה, וְעַל כְּנַף שִׁקּוּצִים מְשֹׁמֵם, וְעַד-כָּלָה וְנֶחֱרָצָה, תִּתַּךְ עַל-שֹׁמֵם.  {פ} 27 E ele firmará aliança com muitos por uma semana; e na metade da semana fará cessar o sacrifício e a oblação; e sobre a asa das abominações virá o assolador, e isso até à consumação; e o que está determinado será derramado sobre o assolador.

 

  • Messias se apresentaria montando em um jumento (Zacarias 9.9)
ט  לַאדֹנָי אֱלֹהֵינוּ, הָרַחֲמִים וְהַסְּלִחוֹת:  כִּי מָרַדְנוּ, בּוֹ. 9 Alegra-te muito, ó filha de Sião; exulta, ó filha de Jerusalém; eis que o teu rei virá a ti, justo e Salvador, pobre, e montado sobre um jumento, e sobre um jumentinho, filho de jumenta.

 

  • Messias seria torturado até a morte (Salmo 22.1-31)
א  לַמְנַצֵּחַ, עַל-אַיֶּלֶת הַשַּׁחַר;    מִזְמוֹר לְדָוִד. 1 Ao mestre do canto; acompanhado po Aiélet Hashahar. Um Salmo por David.
ב  אֵלִי אֵלִי, לָמָה עֲזַבְתָּנִי;    רָחוֹק מִישׁוּעָתִי, דִּבְרֵי שַׁאֲגָתִי. 2 Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste? Por que te alongas do meu auxílio e das palavras do meu bramido?
ג  אֱלֹהַי–אֶקְרָא יוֹמָם, וְלֹא תַעֲנֶה;    וְלַיְלָה, וְלֹא-דֻמִיָּה לִי. 3 Deus meu, eu clamo de dia, e tu não me ouves; de noite, e não tenho sossego.
ד  וְאַתָּה קָדוֹשׁ–    יוֹשֵׁב, תְּהִלּוֹת יִשְׂרָאֵל. 4 Porém tu és santo, tu que habitas entre os louvores de Israel.
ה  בְּךָ, בָּטְחוּ אֲבֹתֵינוּ;    בָּטְחוּ, וַתְּפַלְּטֵמוֹ. 5 Em ti confiaram nossos pais; confiaram, e tu os livraste.
ו  אֵלֶיךָ זָעֲקוּ וְנִמְלָטוּ;    בְּךָ בָטְחוּ וְלֹא-בוֹשׁוּ. 6 Em ti confiaram nossos pais; confiaram, e tu os livraste.
ז  וְאָנֹכִי תוֹלַעַת וְלֹא-אִישׁ;    חֶרְפַּת אָדָם, וּבְזוּי עָם. 7 Mas eu sou verme, e não homem, opróbrio dos homens e desprezado do povo.
ח  כָּל-רֹאַי, יַלְעִגוּ לִי;    יַפְטִירוּ בְשָׂפָה, יָנִיעוּ רֹאשׁ. 8 Todos os que me veem zombam de mim, estendem os lábios e meneiam a cabeça, dizendo:
ט  גֹּל אֶל-יְהוָה יְפַלְּטֵהוּ;    יַצִּילֵהוּ, כִּי חָפֵץ בּוֹ. 9 Confiou no Senhor, que o livre; livre-o, pois nele tem prazer.
י  כִּי-אַתָּה גֹחִי מִבָּטֶן;    מַבְטִיחִי, עַל-שְׁדֵי אִמִּי. 10 Mas tu és o que me tiraste do ventre; fizeste-me confiar, estando aos seios de minha mãe.
יא  עָלֶיךָ, הָשְׁלַכְתִּי מֵרָחֶם;    מִבֶּטֶן אִמִּי, אֵלִי אָתָּה. 11 Sobre ti fui lançado desde a madre; tu és o meu Deus desde o ventre de minha mãe.
יב  אַל-תִּרְחַק מִמֶּנִּי, כִּי-צָרָה קְרוֹבָה:    כִּי-אֵין עוֹזֵר. 12 Não te alongues de mim, pois a angústia está perto, e não há quem ajude.
יג  סְבָבוּנִי, פָּרִים רַבִּים;    אַבִּירֵי בָשָׁן כִּתְּרוּנִי. 13 Muitos touros me cercaram; fortes touros de Bashan me rodearam.
יד  פָּצוּ עָלַי פִּיהֶם;    אַרְיֵה, טֹרֵף וְשֹׁאֵג. 14 Abriram contra mim suas bocas, como um leão que despedaça e que ruge.
טו  כַּמַּיִם נִשְׁפַּכְתִּי–    וְהִתְפָּרְדוּ, כָּל-עַצְמוֹתָי:
הָיָה לִבִּי, כַּדּוֹנָג;    נָמֵס, בְּתוֹךְ מֵעָי.
15 Como água me derramei, e todos os meus ossos se desconjuntaram; o meu coração é como cera, derreteu-se no meio das minhas entranhas.
טז  יָבֵשׁ כַּחֶרֶשׂ, כֹּחִי, וּלְשׁוֹנִי, מֻדְבָּק מַלְקוֹחָי;    וְלַעֲפַר-מָוֶת תִּשְׁפְּתֵנִי. 16 A minha força se secou como um caco, e a língua se me pega ao paladar; e me puseste no pó da morte.
יז  כִּי סְבָבוּנִי, כְּלָבִים:    עֲדַת מְרֵעִים, הִקִּיפוּנִי; כָּאֲרִי, יָדַי וְרַגְלָי. 17 Pois me rodearam cães; o ajuntamento de malfeitores me cercou, traspassaram-me as mãos e os pés.
יח  אֲסַפֵּר כָּל-עַצְמוֹתָי;    הֵמָּה יַבִּיטוּ, יִרְאוּ-בִי. 18 Poderia contar todos os meus ossos; eles veem e me contemplam.
יט  יְחַלְּקוּ בְגָדַי לָהֶם;    וְעַל-לְבוּשִׁי, יַפִּילוּ גוֹרָל. 19 Repartem entre si as minhas vestes, e lançam sortes sobre a minha roupa.
כ  וְאַתָּה יְהוָה, אַל-תִּרְחָק;    אֱיָלוּתִי, לְעֶזְרָתִי חוּשָׁה. 20 Mas tu, Senhor, não te alongues de mim. Força minha, apressa-te em socorrer-me.
כא  הַצִּילָה מֵחֶרֶב נַפְשִׁי;    מִיַּד-כֶּלֶב, יְחִידָתִי. 21 Livra a minha alma da espada, e a minha predileta da força do cão.
כב  הוֹשִׁיעֵנִי, מִפִּי אַרְיֵה;    וּמִקַּרְנֵי רֵמִים עֲנִיתָנִי. 22 Salva-me da boca do leão; sim, ouviste-me, das pontas dos bois selvagens.
כג  אֲסַפְּרָה שִׁמְךָ לְאֶחָי;    בְּתוֹךְ קָהָל אֲהַלְלֶךָּ. 23 Então declararei o teu nome aos meus irmãos; louvar-te-ei no meio da congregação.
כד  יִרְאֵי יְהוָה, הַלְלוּהוּ–    כָּל-זֶרַע יַעֲקֹב כַּבְּדוּהוּ;
וְגוּרוּ מִמֶּנּוּ,    כָּל-זֶרַע יִשְׂרָאֵל.
24 Vós, que temeis ao Senhor, louvai-o; todos vós, semente de Jacó, glorificai-o; e temei-o todos vós, semente de Israel.
כה  כִּי לֹא-בָזָה וְלֹא שִׁקַּץ, עֱנוּת עָנִי–    וְלֹא-הִסְתִּיר פָּנָיו מִמֶּנּוּ;
וּבְשַׁוְּעוֹ אֵלָיו    שָׁמֵעַ.
25 Porque não desprezou nem abominou a aflição do aflito, nem escondeu dele o seu rosto; antes, quando ele clamou, o ouviu.
כו  מֵאִתְּךָ, תְּהִלָּתִי:    בְּקָהָל רָב–נְדָרַי אֲשַׁלֵּם, נֶגֶד יְרֵאָיו. 26 O meu louvor será de ti na grande congregação; pagarei os meus votos perante os que o temem.
כז  יֹאכְלוּ עֲנָוִים, וְיִשְׂבָּעוּ–    יְהַלְלוּ יְהוָה, דֹּרְשָׁיו;
יְחִי לְבַבְכֶם    לָעַד.
27 Os mansos comerão e se fartarão; louvarão ao Senhor os que o buscam; o vosso coração viverá eternamente.
כח  יִזְכְּרוּ, וְיָשֻׁבוּ אֶל-יְהוָה–    כָּל-אַפְסֵי-אָרֶץ;
וְיִשְׁתַּחֲווּ לְפָנֶיךָ,    כָּל-מִשְׁפְּחוֹת גּוֹיִם.
28 Todos os limites da terra se lembrarão, e se converterão ao Senhor; e todas as famílias das nações adorarão perante a tua face.
כט  כִּי לַיהוָה, הַמְּלוּכָה;    וּמֹשֵׁל, בַּגּוֹיִם. 29 Porque o reino é do Senhor, e ele domina entre as nações.
ל  אָכְלוּ וַיִּשְׁתַּחֲווּ, כָּל-דִּשְׁנֵי-אֶרֶץ–    לְפָנָיו יִכְרְעוּ, כָּל-יוֹרְדֵי עָפָר;
וְנַפְשׁוֹ,    לֹא חִיָּה.
30 Todos os que na terra são gordos comerão e adorarão, e todos os que descem ao pó se prostrarão perante ele; e nenhum poderá reter viva a sua alma.
לא  זֶרַע יַעַבְדֶנּוּ;    יְסֻפַּר לַאדֹנָי לַדּוֹר. 31 Uma semente o servirá; será declarada ao Senhor a cada geração.

 

  • A vida de Messias corresponderia a uma descrição particular, incluindo sofrimento, silêncio em sua prisão e julgamento, morte e sepultamento no túmulo de um homem rico, e ressurreição (Isaías 52.13-53.12):
יג  הִנֵּה יַשְׂכִּיל, עַבְדִּי; יָרוּם וְנִשָּׂא וְגָבַהּ, מְאֹד.   13 Eis que o meu servo procederá com prudência; será exaltado, e elevado, e mui sublime.
יד  כַּאֲשֶׁר שָׁמְמוּ עָלֶיךָ רַבִּים, כֵּן-מִשְׁחַת מֵאִישׁ מַרְאֵהוּ; וְתֹאֲרוֹ, מִבְּנֵי אָדָם.   14 Como pasmaram muitos à vista dele, pois o seu parecer estava tão desfigurado, mais do que o de outro qualquer, e a sua figura mais do que a dos outros filhos dos homens.
טו  כֵּן יַזֶּה גּוֹיִם רַבִּים, עָלָיו יִקְפְּצוּ מְלָכִים פִּיהֶם:  כִּי אֲשֶׁר לֹא-סֻפַּר לָהֶם, רָאוּ, וַאֲשֶׁר לֹא-שָׁמְעוּ, הִתְבּוֹנָנוּ.  {ס}   15 Assim borrifará muitas nações, e os reis fecharão as suas bocas por causa dele; porque aquilo que não lhes foi anunciado verão, e aquilo que eles não ouviram entenderão.

 

  מִי הֶאֱמִין, לִשְׁמֻעָתֵנוּ; וּזְרוֹעַ יְהוָה, עַל-מִי נִגְלָתָה. 1 Quem deu crédito à nossa pregação? E a quem se manifestou o braço do SENHOR?
ב  וַיַּעַל כַּיּוֹנֵק לְפָנָיו, וְכַשֹּׁרֶשׁ מֵאֶרֶץ צִיָּה–לֹא-תֹאַר לוֹ, וְלֹא הָדָר; וְנִרְאֵהוּ וְלֹא-מַרְאֶה, וְנֶחְמְדֵהוּ. 2 Porque foi subindo como renovo perante ele, e como raiz de uma terra seca; não tinha beleza nem formosura e, olhando nós para ele, não havia boa aparência nele, para que o desejássemos.
ג  נִבְזֶה וַחֲדַל אִישִׁים, אִישׁ מַכְאֹבוֹת וִידוּעַ חֹלִי; וּכְמַסְתֵּר פָּנִים מִמֶּנּוּ, נִבְזֶה וְלֹא חֲשַׁבְנֻהוּ. 3 Era desprezado, e o mais rejeitado entre os homens, homem de dores, e experimentado nos trabalhos; e, como um de quem os homens escondiam o rosto, era desprezado, e não fizemos dele caso algum.
ד  אָכֵן חֳלָיֵנוּ הוּא נָשָׂא, וּמַכְאֹבֵינוּ סְבָלָם; וַאֲנַחְנוּ חֲשַׁבְנֻהוּ, נָגוּעַ מֻכֵּה אֱלֹהִים וּמְעֻנֶּה. 4 Verdadeiramente ele tomou sobre si as nossas enfermidades, e as nossas dores levou sobre si; e nós o reputávamos por aflito, ferido de Deus, e oprimido.
ה  וְהוּא מְחֹלָל מִפְּשָׁעֵנוּ, מְדֻכָּא מֵעֲוֺנֹתֵינוּ; מוּסַר שְׁלוֹמֵנוּ עָלָיו, וּבַחֲבֻרָתוֹ נִרְפָּא-לָנוּ. 5 Mas ele foi ferido por causa das nossas transgressões, e moído por causa das nossas iniquidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e pelas suas pisaduras fomos sarados.
ו  כֻּלָּנוּ כַּצֹּאן תָּעִינוּ, אִישׁ לְדַרְכּוֹ פָּנִינוּ; וַיהוָה הִפְגִּיעַ בּוֹ, אֵת עֲוֺן כֻּלָּנוּ. 6 Todos nós andávamos desgarrados como ovelhas; cada um se desviava pelo seu caminho; mas o Senhor fez cair sobre ele a iniquidade de nós todos.
ז  נִגַּשׂ וְהוּא נַעֲנֶה, וְלֹא יִפְתַּח-פִּיו, כַּשֶּׂה לַטֶּבַח יוּבָל, וּכְרָחֵל לִפְנֵי גֹזְזֶיהָ נֶאֱלָמָה; וְלֹא יִפְתַּח, פִּיו. 7 Ele foi oprimido e afligido, mas não abriu a sua boca; como um cordeiro foi levado ao matadouro, e como a ovelha muda perante os seus tosquiadores, assim ele não abriu a sua boca.
ח  מֵעֹצֶר וּמִמִּשְׁפָּט לֻקָּח, וְאֶת-דּוֹרוֹ מִי יְשׂוֹחֵחַ:  כִּי נִגְזַר מֵאֶרֶץ חַיִּים, מִפֶּשַׁע עַמִּי נֶגַע לָמוֹ. 8 Da opressão e do juízo foi tirado; e quem contará o tempo da sua vida? Porquanto foi cortado da terra dos viventes; pela transgressão do meu povo ele foi atingido.
ט  וַיִּתֵּן אֶת-רְשָׁעִים קִבְרוֹ, וְאֶת-עָשִׁיר בְּמֹתָיו; עַל לֹא-חָמָס עָשָׂה, וְלֹא מִרְמָה בְּפִיו. 9 E puseram a sua sepultura com os ímpios, e com o rico na sua morte; ainda que nunca cometeu injustiça, nem houve engano na sua boca.
י  וַיהוָה חָפֵץ דַּכְּאוֹ, הֶחֱלִי–אִם-תָּשִׂים אָשָׁם נַפְשׁוֹ, יִרְאֶה זֶרַע יַאֲרִיךְ יָמִים; וְחֵפֶץ יְהוָה, בְּיָדוֹ יִצְלָח. 10 Todavia, ao Senhor agradou moê-lo, fazendo-o enfermar; quando a sua alma se puser por expiação do pecado, verá a sua posteridade, prolongará os seus dias; e o bom prazer do Senhor prosperará na sua mão.
יא  מֵעֲמַל נַפְשׁוֹ, יִרְאֶה יִשְׂבָּע–בְּדַעְתּוֹ יַצְדִּיק צַדִּיק עַבְדִּי, לָרַבִּים; וַעֲוֺנֹתָם, הוּא יִסְבֹּל. 11 Ele verá o fruto do trabalho da sua alma, e ficará satisfeito; com o seu conhecimento o meu servo, o justo, justificará a muitos; porque as iniquidades deles levará sobre si.
יב  לָכֵן אֲחַלֶּק-לוֹ בָרַבִּים, וְאֶת-עֲצוּמִים יְחַלֵּק שָׁלָל, תַּחַת אֲשֶׁר הֶעֱרָה לַמָּוֶת נַפְשׁוֹ, וְאֶת-פֹּשְׁעִים נִמְנָה; וְהוּא חֵטְא-רַבִּים נָשָׂא, וְלַפֹּשְׁעִים יַפְגִּיעַ.  {פ} 12 Por isso lhe darei a parte de muitos, e com os poderosos repartirá ele o despojo; porquanto derramou a sua alma na morte, e foi contado com os transgressores; mas ele levou sobre si o pecado de muitos, e intercedeu pelos transgressores.

 

Em relação à linhagem, local de nascimento, tempo e estilo de vida, Jesus correspondeu às expectativas messiânicas das Escrituras Hebraicas.

O registro deste cumprimento deve ser encontrado nas páginas do Novo Testamento. Mas vários outros fatores se combinam para comprovar ainda mais a Messianidade de Jesus.

 

Se Jesus nunca tivesse afirmado ser o Messias, por que nos incomodaríamos em tentar provar que ele era?

 

Em primeiro lugar, ele alegou ser o Messias! Quando uma mulher lhe disse: “Eu sei que Messias está vindo”, ele respondeu: “Eu quem fala com você sou ele” (João 4:25-26). Naturalmente, isso não prova nada de um jeito ou de outro. Mas se Jesus nunca tivesse afirmado ser o Messias, por que nos incomodaríamos em tentar provar que ele era? Sua própria reivindicação estabelece as bases para o resto das evidências.

 

Se essas “credenciais” nas Escrituras Hebraicas são tão claras, por que a maioria dos judeus não acreditava em Jesus?

 

Para entender isso, é preciso perceber que, na época de Jesus, a esperança messiânica havia se tornado muito politizada na mente das pessoas. Eles estavam buscando libertação da tirania de Roma. Embora as Escrituras falassem tanto dos sofrimentos quanto das vitórias do Messias, o aspecto vitorioso tornou-se superior nas mentes das pessoas comuns por causa da dominação romana. Esta visão “desequilibrada” do Messias permaneceu em muitos judeus, e a politização da esperança messiânica continuou até hoje.

Isso não quer dizer que todos os judeus rejeitaram as reivindicações de Jesus. Pelo contrário, todos os primeiros seguidores de Jesus eram judeus. Na verdade, os rabinos da época e depois estavam bem cientes das muitas profecias messiânicas que os cristãos alegavam terem sido cumpridas em Jesus. Assim, por exemplo, embora os rabinos talmúdicos concordassem que Isaías 53 era uma profecia sobre o Messias, no período medieval a pressão daqueles que aplicavam essa profecia a Jesus era tão grande que Rashi, um dos maiores estudiosos bíblicos medievais, reinterpretou o capítulo e disse que se referia à nação de Israel. Essa interpretação é mantida hoje por muitos estudiosos judeus, embora só remonte à Idade Média.

 

O que torna Jesus diferente dos outros que alegaram ser o Messias?

 

Houve falsos messias ao longo da história judaica. Entre os mais proeminentes estavam Bar Kokhba, que liderou uma revolta contra Roma (132-135 d.C.) e Shabbetai Zevi, um messias autoproclamado do século XVII.

Durante a revolta de Bar Kokhba, uma das figuras mais famosas da história judaica, rabino Akiva, o proclamou como “Rei Messias”. Infelizmente, Bar Kochba, Akiva e milhares de judeus foram mortos em 135 d.C. quando os romanos invadiram a fortaleza de Betar.

Shabbetai Zevi, por outro lado, era um messias auto-proclamado. Florescendo na Europa do século XVII, o movimento shabbate se espalhou entre o povo comum e os rabinos. Mas quando Shabbetai Zevi foi preso em 1666 pelo sultão da Turquia, ele se converteu ao Islã em vez de enfrentar a morte. Já estivemos tragicamente errados antes, por isso não é surpreendente que provas concretas sejam procuradas por acreditar em Jesus.

 

A vida de Jesus está em forte contraste com as dos falsos messias.

 

A vida de Jesus está em forte contraste com as dos falsos messias, e é uma demonstração positiva do que esperaríamos que o Messias fizesse. Jesus realizou muitos milagres de cura, trazendo a integridade para a vida das pessoas, perdoando pecados e restaurando relacionamentos. Em contraste com Shabbetai Zevi, por exemplo, Jesus cumpriu a Lei de Moisés como um judeu devoto. E ao contrário de Bar Kokhba, embora Jesus tenha morrido, ele também foi ressuscitado!

 

Jesus ressuscitou dos mortos.

 

A ressurreição é uma evidência adicional, e talvez seja a mais convincente das reivindicações de Jesus. O estudioso israelense Pinchas Lapide escreveu um livro que não atraiu pouca atenção na comunidade judaica. Em A Ressurreição de Jesus: Uma Perspectiva Judaica. Lapide argumentou que a ressurreição de Jesus está bem dentro do reino da possibilidade. Afinal, ele argumentou, as Escrituras Hebraicas dão uma série de relatos de pessoas voltando à vida. Por que também não Jesus? Lamentavelmente, Lapide não nota que a ressurreição de Jesus é descrita em termos que vão muito além das ressuscitações das outras histórias. Ele não consegue lidar com o fato de que Jesus previu sua própria ressurreição, que justificava suas reivindicações ao Messias.

Ao longo da história, as pessoas explicaram a ressurreição como não-histórica (“Isso nunca aconteceu”) ou como não-sobrenatural (“É assim que poderia ter acontecido”). Mas essas explicações não foram bem-sucedidas. Analise as possibilidades você mesmo e veja qual faz mais sentido. As autoridades romanas roubaram o corpo de Jesus da tumba? Então por que não reagiram quando a notícia se espalhou de que Jesus havia ressuscitado? Ou talvez os discípulos tenham roubado seu corpo. Mas, poderia tal sustentação explicar a mudança na atitude deles? Três dias antes, estavam desiludidos, tal como idealistas derrotados que esperavam que Jesus inaugurasse uma nova ordem mundial. Poderia uma mentira, que eles sabiam ser uma mentira, agora explicar sua esperança, ousadia diante da perseguição oficial, e coerência frente aos altos padrões éticos que eles estabeleceram?

Talvez Jesus nunca tenha morrido; talvez ele apenas desmaiou na cruz e reviveu na tumba. Essa ideia foi popularizada no livro O Enredo da Páscoa de Hugh J. Schonfield. Infelizmente, o autor ignorou o fato de que os romanos perfuraram o lado de Jesus, o que certamente o teria matado. Além disso, havia um contingente de soldados romanos vigiando a tumba, bem como uma enorme pedra que bloqueou sua entrada. Não havia como um Jesus ressuscitado, ter escapado, e, em seguida, convencido centenas de testemunhas oculares céticas de que ele havia vencido a morte para sempre! Ou foi tudo uma alucinação? Deve ter sido uma alucinação e tanto ser visto por tipos muito diferentes de pessoas, em diferentes períodos do dia, e em lugares diferentes. Você pode ser capaz de enganar uma pessoa, mas você pode enganar 500 que o viram ao mesmo tempo? E, ao contrário das alucinações, essas aparições do Jesus ressuscitado pararam tão repentinamente quanto começaram, 40 dias após a ressurreição ter ocorrido.

A única explicação satisfatória é que a ressurreição realmente ocorreu, assim como o registro diz. E se for esse o caso, é uma razão sólida para aceitar o Messianidade de Jesus.

 

Jesus transforma a vida das pessoas.

 

Porque ele oferece expiação pelo pecado e reconciliação com Deus, Jesus traz paz, alegria e propósito para a vida das pessoas. À parte da fé nele, não há base para a verdadeira paz ou direção, pois, como diz o salmista, “o homem está alienado desde o ventre”. Que essa alienação seja curada pelo ministério reconciliador de Jesus é a experiência comum daqueles que acreditam nele.

Entre a evidência objetiva da Bíblia Hebraica e do Novo Testamento, e a verificação subjetiva em nossas próprias vidas – pensamos que há ampla evidência de que Jesus era quem afirmava ser!

 

Extraído de: https://jewsforjesus.org/answers/what-proof-do-you-have-that-jesus-is-the-messiah em 08/06/2021

A ESTRELA DE DAVI

A ESTRELA DE DAVI

Um dos símbolos mais conhecidos de Israel é a estrela de Davi, com seis pontas e formada por dois triângulos.

 

Mas, o que tem a ver com o rei Davi?

Apesar de ser muito antigo (foram encontradas figuras desse símbolo judaico em sítios arqueológicos com milhares de anos), não há ainda evidência de seu relacionamento com o grande e mais famoso rei de Israel.

Contudo, convém saber que, em Hebraico, ela não é chamada de “Estrela de Davi” e sim Magen David דָּוִד מָגֵן, ou seja, o Escudo de David.

A Palavra ESCUDO tem uma grande importância nas Escrituras Sagradas

A palavra Hebraica para escudo, MAGEN, significa literalmente uma cobertura de proteção. Em Gênesis 15, Deus fez um pacto com Abraão dizendo: “Não tenha medo Abraão, Eu sou teu escudo (magen)!”.

Nos Salmos, encontramos o uso desta palavra feito pelo próprio Davi, repetindo várias vezes que apenas Deus é “nossa ajuda e nosso escudo” (magen), quem nos oferece segurança de verdade:

“A nossa alma espera no SENHOR; Ele é o nosso auxílio e o nosso escudo!” – Salmo 33:20.

Portanto, a “Estrela de Davi” é na verdade O ESCUDO DE DAVI, trata-se de um marcante símbolo da proteção de Deus.

E, quando confiamos verdadeiramente no SENHOR, também nós podemos afirmar nossa confiança na segurança que Ele, e somente Ele, pode nos dar.

E assim podemos dizer:

“O SENHOR é o meu rochedo, e o meu lugar forte, e o meu libertador; o meu Deus, a minha fortaleza, em Quem confio; o meu ESCUDO, a força da minha salvação, e o meu alto refúgio!” – Salmos 18:2.

SHABBAT SHALOM!

Um Sábado com a Paz do SENHOR!

 


Pr. José Nogueira

Pastor Sênior da Igreja Batista Fundamentalista Cristo é Vida

Fortaleza – CE

O Verdadeiro Kipur

O Verdadeiro Kipur

 

Todo israelita é instruído, desde criança, a respeito de um dia especial do ano chamado “Yom Kipur”, ou seja, “Dia da Expiação”, ou ainda, “Dia do Perdão”, sabendo muito bem o que ele significa.

É o dia do ano em que se espera que o Eterno Deus de Israel perdoe os pecados do seu povo e, para tanto, são feitos jejuns, rezas e muitos passam quase o dia inteiro na sinagoga, esperando que o Eterno leve isso em consideração para perdão dos pecados.

Mas, apesar de tudo isso ser feito e até mais, no íntimo de muitos permanece esta dúvida: “Será que estou realmente perdoado pelo Eterno?” Pois sabemos que todos os homens são pecadores aos olhos do Kadosh (O Santo de Israel), e, portanto, estão debaixo da sentença de morte decretada por Ele: “A alma que pecar, essa morrerá” (Profeta Ezequiel 18:4 e 20). E mais, sabemos que todo homem um dia terá de enfrentar face a face o Juiz – o Deus Criador dos Céus e da Terra!

Outra pergunta surge no íntimo de alguns: Qual o critério do Eterno para perdoar pecados? Haverá um modo seguro, infalível, de se obter o Kipur de pecados para sempre, para toda a eternidade?

Se quisermos a resposta verdadeira, infalível, resposta de Deus, teremos de voltar nossa atenção para o Tanach (Antigo Testamento), pois só o Tanach é a Palavra do Deus Vivo!

 

Em Tehilim (Salmos) lemos uma afirmação impressionante:

 

“Bem-aventurado aquele cuja iniquidade é perdoada e cujo pecado é coberto. Bem-aventurado o homem a quem o Eterno não atribui iniquidade, e em cujo espírito não há dolo.” (Tehilim [Salmos] 32.1 e 2).

 

Como pode ser isso? Como pode o Kadosh não atribuir pecado a alguém, ou qual o critério para que Ele perdoe o pecado de alguém? Pois lemos em Tehilim [Salmos]14.3 que:

 

“não há quem faça o bem, não há nem um sequer.”

 

E ainda:

 

“Não há homem justo sobre a terra que faça o bem e que não peque.” (Kohelet [Eclesiastes] 7.20).

 

Novamente se quisermos resposta do Eterno teremos que buscá-la no Tanach, no caso, na Torah o Eterno estabelece o princípio infalível, imutável, para termos expiação (Kipur) para os nossos pecados:

 

“Porque a vida da carne está no sangue. Eu vo-lo tenho dado sobre o altar para fazer expiação (Kipur) pelas vossas almas, porque é o sangue que fará expiação em virtude da vida.” (Vayicrá [Levítico] 17.11).

 

Temos aí alguma luz para a nossa questão! Deus diz que é o Sangue que faz Kipur pela vida. Por isso, a ordem do Eterno para que se oferecessem sacrifícios de animais no Beith Hamikdash (o Templo Sagrado de Jerusalém), e que o sangue fosse derramado sobre o altar para que houvesse Kipur, cobertura de pecados. E aí o homem, mesmo sendo pecador, podia ser reconciliado com o Kadosh (Santo) e ter Shalom (Paz) com o Eterno.

 

“Pois as vossas iniquidades fazem separação entre vós e o vosso Deus, e os vossos pecados encobrem o Seu rosto de vós para que vos não ouça.” (Yesha’yahu [Isaías] 59.2).

 

Vemos isso de maneira mais detalhada no próprio livro de Vayicrá [Levítico], principalmente do capítulo 4 ao 6. Vejamos alguns exemplos:

 

“Quando um príncipe pecar, e por ignorância fizer alguma de todas as coisas que o Eterno seu Deus ordenou se não fizessem, e se tornar culpado; ou se o pecado, em que ele caiu, lhe for notificado, trará por sua oferta um bode sem defeito. E porá a mão sobre a cabeça do bode, e o imolará no lugar onde se imola o holocausto, perante o Eterno: é oferta pelo pecado. Então o sacerdote, com o dedo, tomará do sangue da oferta pelo pecado e o porá sobre os chifres do altar do holocausto: e todo o restante do sangue derramará à base do altar do holocausto. Toda gordura da oferta, queimá-la-á sobre o altar, como a gordura do sacrifício pacífico; assim o sacerdote fará expiação por ele no tocante ao seu pecado, e este lhe será perdoado.” (Vayicrá [Levítico] 4.22 a 26).

 

E ainda:

 

“Se qualquer pessoa do povo da terra pecar por ignorância, por fazer alguma das coisas que o Eterno ordenou se não fizessem, e se tornar culpado; ou se o pecado, em que ela caiu, lhe for notificado, trará por sua oferta uma cabra sem defeito, pelo pecado que cometeu. E porá a mão sobre a cabeça da oferta pelo pecado, e a imolará no lugar do holocausto. Então o sacerdote, com o dedo, tomará do sangue da oferta, e porá sobre os chifres do altar do holocausto: e todo o restante do sangue derramará à base do altar. Tirará toda gordura, como se tira a gordura do sacrifício pacífico; o sacerdote a queimará sobre o altar como aroma agradável ao Eterno; e o sacerdote fará expiação pela pessoa e lhe será perdoado.” (Vayicrá [Levítico] 4.27 a 31).

 

Portanto, para o Eterno perdoar pecados, era necessário que a Sua Justiça fosse satisfeita com Juízo sobre o infrator da lei, ou seja, o pecador. Mas Ele na Sua Misericórdia proporcionava um substituto para receber sobre si o castigo que o pecador merecia, ou seja, a morte.

O animal inocente (cordeiro, novilho, cabra ou carneiro) morria no lugar do homem pecador e o seu sangue derramado sobre o altar, perante o Eterno, cobria o pecado daquele que havia transgredido os mandamentos. E assim o Eterno lhe perdoava os pecados.

É importante lembrar que esses sacrifícios só poderiam ser feitos em um lugar: a princípio no Tabernáculo e posteriormente no Templo em Jerusalém, o lugar escolhido pelo Eterno para ali pôr o Seu Nome.

 

Vemos isso registrado em Devarim [Deuteronômio] capítulo 12.5 e 6:

 

“Buscareis o lugar que o Eterno vosso Deus escolher de todas as vossas tribos, para ali pôr o Seu Nome, e Sua habitação; e para lá ireis. A esse lugar fareis chegar os vossos holocaustos, os vossos sacrifícios, e os vossos dízimos, a oferta das vossas mãos, e as ofertas votivas, e as ofertas voluntárias, e os primogênitos das vossas vacas e das vossas ovelhas.”

 

E mais, em Vayicrá [Levítico] 17.3 a 9, o Eterno declara que qualquer sacrifício ou holocausto que os filhos de Israel fizessem e não trouxessem à porta da tenda da congregação diante do Eterno no Seu tabernáculo, seria sacrifício a demônios e não a DEUS.

 

Tal pessoa seria culpada e eliminada do seu povo (Vayicrá [Levítico] 17.3 a 9):

 

“Qualquer homem da casa de Israel que imolar boi, ou cordeiro, ou cabra, no arraial ou fora dele, e os não trouxer à porta da tenda da congregação, como oferta ao Eterno diante do Seu tabernáculo, a tal homem será imputada a culpa do sangue: derramou sangue; pelo que esse homem será eliminado do seu povo (…) Nunca mais oferecerão os seus sacrifícios aos demônios com os quais se prostituem: isso lhes será por Estatuto Perpétuo nas suas gerações.” (Versos 3, 4 e 7).

 

Mas sabemos que hoje não há mais templo, não há mais sacrifícios, não há mais altar para os filhos de Israel levarem o sangue das suas ofertas pelo pecado e todas as outras ofertas…

Desde o ano 70 da era comum[1] o Beit Hamikdash foi destruído por Tito, General Romano, e de lá para cá não foi reconstruído. O Deus de Israel teria deixado seu povo sem Kipur? Sem possibilidade de expiação para os pecados? Ou teria mudado Seu critério com relação ao Kipur?

Antes de tratarmos dessa questão, há um outro ponto que é necessário ser esclarecido – um princípio de justiça, da santidade do Eterno, do Kadosh, revelado na Torá:

 

“…olho por olho, dente por dente, mão por mão, pé por pé, queimadura por queimadura, ferimento por ferimento, golpe por golpe…” (Shemot [Êxodo] 21.24 e 25).

 

Ou seja, o princípio do “igual por igual” ou, ainda, “vida por vida”, ou “alma por alma” (Shemot [Êxodo] 21.23 e Vayicrá [Levítico] 24.18).

 

Quando um homem pecasse deveria oferecer um animal como seu substituto, para morrer no seu lugar, pelo seu pecado. Vemos que não está perfeitamente satisfeito o princípio da justiça do Eterno que exige “igual por igual”, nem a Sua ordem que estabelece “vida por vida”! Um animal não é igual a um homem! Não se pode equiparar o valor da vida de um animal à vida de um homem aos olhos do Eterno!

Por isso, era necessário que aqueles sacrifícios fossem repetidos continuamente, ano após ano, porque eles nunca, jamais, poderiam tornar perfeitos os ofertantes, nem o sangue de novilhos e bodes podia remover definitivamente os pecados! (Apenas cobriam provisoriamente os pecados, até que viesse o Sacrifício Perfeito).

Para morrer pelo pecado do homem era necessário outro homem! Só assim estaria perfeitamente satisfeito o princípio de justiça do Eterno que exige vida por vida, igual por igual!

Mas onde achar um homem que não fosse pecador para morrer pelos pecadores? Onde achar um justo para dar sua vida em lugar dos injustos?

 

Os animais sacrificados ao Eterno deveriam ser sem defeito:

 

“Não sacrificarás ao Eterno teu Deus boi ou gado miúdo em que haja defeito ou alguma coisa má, pois é abominação ao Eterno teu Deus” (Devarim [Deuteronômio] 17.1). E ainda: “…porém todo que tiver defeito a esse não oferecereis, porque não será aceito a vosso favor” (Vayicrá [Levítico] 22.20). E mais: “…o cordeiro será sem defeito…” (Shemot [Êxodo] 12.5).

 

Assim sendo, só um homem sem pecado, tipificado pelo cordeiro sem defeito, poderia dar a sua vida como oferta pelo pecado. Mas onde achar esse homem, uma vez que o Eterno nos declara que:

 

“Não há quem faça o bem, não há nem um sequer”? (Tehilim [Salmos] 14.3).

 

Não havia na raça humana um que fosse justo, fizesse o bem e não pecasse! Assim sendo, o Eterno anunciou no Tanach que Ele enviaria o Seu Messias, O Ungido, para expiar de forma definitiva o pecado!

 

Ele, o Messias, é chamado Deus em Tehilim [Salmos] 45.6 e 7:

 

“O teu trono ó Deus é para todo o sempre; cetro de equidade é o cetro do teu reino. Amas a justiça e odeias a iniquidade; por isso Deus o teu Deus te ungiu com o óleo de alegria como a nenhum dos teus companheiros.”

 

Ele, o Messias, é chamado Filho do Eterno em Tehilim [Salmos] 2:

 

“Os reis da terra conspiram contra o Eterno e contra o Seu Messias (Ungido)… Eu porém constituí o meu Rei sobre o meu santo monte Sião. Proclamarei o decreto do Eterno: Ele me disse: Tu és meu Filho eu hoje te gerei.” E ainda: “…Beijai o Filho para que se não irrite, e não pereçais no caminho…” (versos 2, 6, 7 e 12).

 

Também em Mishlei Shlomo [Provérbios de Salomão] 30.4 podemos ler:

 

“Quem subiu ao céu e desceu? Quem encerrou os ventos nos seus punhos? Quem amarrou as águas na sua roupa? Quem estabeleceu todas as extremidades da terra? Qual é o Seu Nome e qual é o Nome do Seu Filho, se é que o sabes?”.

 

O Messias, sendo Deus, se faria homem, e, como homem, viria habitar no meio do Seu povo!

 

É o que podemos ler em Yesha’yahu [Isaías] 9.6:

 

“Porque um menino nos nasceu, um filho se nos deu, o governo estará sobre os Seus ombros, e o Seu nome será: Maravilhoso Conselheiro Deus Forte Pai da Eternidade Príncipe da Paz.”

 

Como homem nasceria de modo maravilhoso, sobrenatural:

 

“Portanto o Eterno mesmo vos dará sinal: Eis que a virgem conceberá e dará à luz um filho, e lhe chamará Emanuel” (Yesha’yahu [Isaías] 7.14).

 

Em hebraico “Imanuel”, que significa “Deus conosco”!

 

No livro do Profeta Miquéias podemos ver a cidade onde ELE, como homem, nasceria:

 

“E tu Belém Efrata, pequena demais para figurar como grupo de milhares de Judá, de ti me sairá o que há de reinar em Israel, cujas origens são desde os dias antigos, desde os dias da eternidade.” (Mikhah [Miquéias] 5.2).

 

Como homem, Ele nasceria em Belém, mas, como Deus, suas origens são desde a eternidade…

E finalmente, no livro de Daniel lemos o seguinte acerca dele:

 

“Depois das sessenta e duas semanas será morto o Messias (Ungido) e já não estará…” (Dani’el [Daniel] 9.26).

 

Se o Messias é Deus, como pode ser morto?! Ou, para que seria Ele morto?

O Messias reinará, de Jerusalém, sobre toda a terra, pois é o legítimo Rei de Israel, o descendente de Davi conforme as profecias. Mas as Escrituras registram que primeiro Ele teria que vir para resolver o problema principal do homem: O Pecado! É o pecado que separa o homem de D’us. É o pecado que faz com que o homem morra e, morto, permaneça eternamente separado do Eterno que é Vida e que é Santidade.

Portanto, era necessário que alguém fizesse Kipur por nós, ou que fosse nosso Kipur, de modo perfeito e definitivo. O Messias, sendo Deus, se fez homem, para como homem, santo, perfeito, sem pecado, dar a Sua vida, a Sua alma, como oferta pelo pecado, derramando o Seu próprio sangue para fazer Kipur!

 

Podemos ler isso no capítulo 53 do Profeta Yesha’yahu [Isaías]:

 

“Quem creu em nossa pregação? E a quem foi revelado o braço do Eterno? Porque foi subindo como um renovo perante Ele, e como raiz duma terra seca; não tinha aparência nem formosura; olhamo-lo, mas nenhuma beleza havia que nos agradasse.

Era desprezado, e o mais rejeitado entre os homens; homem de dores e que sabe o que é padecer; e como um de quem os homens escondem o rosto, era desprezado e dele não fizemos caso. Certamente Ele tomou sobre Si as nossas enfermidades, e as nossas dores levou sobre Si; e nós O reputávamos por aflito, ferido de Deus e oprimido.

Mas Ele foi traspassado por causa das nossas transgressões e moído por causa das nossas iniquidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e pelas suas pisaduras fomos sarados. Todos nós andávamos desgarrados como ovelhas; cada um se desviava pelo caminho, mas o Eterno fez cair sobre ele a iniquidade de todos nós.

Ele foi oprimido e humilhado, mas não abriu a Sua boca; como cordeiro foi levado ao matadouro; e, como ovelha, muda perante os seus tosquiadores, ele não abriu a Sua boca. Por juízo opressor foi arrebatado, e de Sua linhagem quem dela cogitou? Porquanto foi cortado da terra dos viventes; por causa da transgressão do meu povo ele foi ferido.

Designaram-lhe a sepultura com os perversos, mas com o rico esteve na Sua morte, posto que nunca fez injustiça, nem dolo algum se achou em Sua boca. Todavia ao Eterno agradou moê-lo, fazendo-o enfermar, quando der ele sua alma como oferta pelo pecado verá a sua posteridade e prolongará os seus dias, e a vontade do Eterno prosperará nas Suas mãos.

Ele verá o fruto do penoso trabalho da sua alma e ficará satisfeito, o meu servo, o justo, com o seu conhecimento justificará a muitos, porque as iniquidades deles levará sobre si. Por isso eu lhe darei muitos como Sua parte e com os poderosos repartirá o despojo, porquanto derramou a sua alma na morte, foi contado com os transgressores, contudo levou sobre si o pecado de muitos, e pelos transgressores intercedeu”.

 

Portanto, o Messias teria de vir para ser moído por causa dos nossos pecados! E porque Ele assumiu levar sobre Si a maldição do pecado, Ele teve de morrer, pois: “A alma que pecar, essa morrerá.” (Yechezke’el [Ezequiel] 8.4 e 20). E mais, teve de ser pendurado num madeiro, pois na lei está escrito:

 

“Porquanto o que for pendurado no madeiro é maldito de Deus.” (Devarim [Deuteronômio] 21.22 e 23).

 

Mas era a nossa maldição que Ele estava levando sobre Si! Ele, o cordeiro sem defeito, deu Sua vida em favor dos pecadores, derramando Seu sangue, para que estes pudessem ser justificados, ou seja, declarados justos pelo Eterno.

 

Como está escrito:

 

“Bem-aventurado o homem a quem o Eterno jamais imputará pecado” (Tehilim [Salmos] 32.2).

 

Pois o Messias morreu, uma única vez pelos pecados, o justo pelos injustos, para conduzir-nos a Deus!

Se Ele fosse apenas um homem, seu sacrifício seria válido apenas para outro homem (alma por alma). Mas sendo o Messias Deus, Ele deu Sua vida em favor de todos os homens, porém apenas no lugar daqueles que, pela fé, o aceitarem como a sua oferta pelo pecado. Como está escrito: “…contudo levou sobre Si o pecado de muitos…” e ainda: “…eu lhe darei muitos como a Sua parte…”

Há necessidade de uma aceitação pessoal do Messias e do Seu sacrifício para ter Kipur de pecados.

 

Como está escrito: “Beijai o Filho (do Eterno)[2] para que se não irrite, e não pereçais no caminho; porque dentro em pouco se lhe inflamará a ira. Bem-aventurados todos os que nele (no Messias)[3] se refugiam” (Tehilim [Salmos] 2.12).

 

Porém o Messias não poderia permanecer morto. Ele ressuscitou, cumprindo as Escrituras (Yesha’yahu [Isaías] 53.10 e 11). Pois Ele mesmo não tinha pecado, não podendo, portanto, ser retido pela morte.

 

A seu respeito está escrito: “Pois não deixarás a minha alma na morte [Sh’ol], nem permitirás que o teu santo veja corrupção.” (Tehilim [Salmos] 16.10).

 

E porque os nossos pecados nos separam do Eterno que é vida, só o Messias pode dar Vida Eterna, a todos os que aceitam o Seu sacrifício como único modo de ter Kipur, e o invocam como sua salvação (Yeshua – em hebraico).

Finalizando, retomemos a questão de não haver mais templo nem sacrifícios atualmente. O livro de Dani’el [Daniel] no capítulo 9 nos dá uma informação precisa de quando viria o Messias. Viria no período compreendido entre a reconstrução de Jerusalém e do templo na época de ‘Ezrah [Esdras] e Nechemyah [Neemias], e sua posterior destruição no ano 70 da era comum (Dani’el [Daniel] 9.25). No verso 26 lemos uma declaração surpreendente:

 

“…depois de sessenta e duas semanas será morto (cortado) o Messias e já não estará e o povo de um príncipe que há de vir destruirá a cidade e o santuário…”

 

Ou seja, o Messias viria, morreria, ou antes, daria Sua alma como oferta pelo pecado (Yesha’yahu [Isaías] -53.10), ressuscitaria e já não estaria mais aqui na terra entre os homens, mas no céu, à direita do Todo-Poderoso, como está escrito: “Disse o Eterno ao meu Senhor: Assenta-te à minha direita, até que eu ponha os teus inimigos debaixo dos teus pés.” (Tehilim [Salmos] – 110.1). Depois disso o Eterno permitiria que o Beit Hamikdash fosse destruído, pois já não haveria mais necessidade de sacrifícios, uma vez que o verdadeiro e definitivo sacrifício pelos pecados já teria sido feito, o único que garante Kipur para sempre!

Os sacrifícios de animais que se ofereciam no templo segundo a lei eram apenas sombra do real. O Messias com um único sacrifício, uma vez por todas, e com o seu próprio sangue garante Kipur e Vida Eterna a todo que nele crer!

O Messias é Yeshua [Salvação], Ele é o Goel [Redentor], Ele é o Verdadeiro Kipur preparado pelo Eterno!

 

“Eis que Deus é o meu Yeshua [Salvação]; confiarei e não temerei, porque o Eterno Deus é a minha força e o meu cântico; Ele se tornou o meu Yeshua [Salvação].” (Yesha’yahu [Isaías] 12:2).

 

Como escaparemos nós, se negligenciarmos tão grande Salvação?

[1] Medida de tempo judaica alterativo a d.C. (depois de Cristo).

[2] Acréscimo do autor

[3] Acréscimo do autor

Rosh Hashaná

Rosh Hashaná

 

 

Rosh Hashaná, literalmente “cabeça do ano” é a data do calendário judaico que marca o início de um novo ano. Começa ao pôr do sol na véspera de 1º de Tishrei (18 de setembro de 2020) e termina após o anoitecer em 2 de Tishrei (20 de setembro de 2020).

De acordo com a Torá, quando Pessach foi instituída para o povo de Israel, o Eterno estabeleceu o mês de Nisã (Março/Abril) como o primeiro dos meses: “Este mesmo mês vos será o princípio dos meses; este vos será o primeiro dos meses do ano” Shemot 12.2. Posteriormente, os líderes judeus estabeleceram o mês de Nisã como o início do mês religioso e o primeiro de Tishrei, que no calendário bíblico era o sétimo mês do ano, como o início do ano cívico de Israel, daí a razão de se comemorar Rosh Hashaná nesta data.
No livro de Vaicrá 23, em 1º de Tishrei o Eterno estabeleceu este dia ao povo de Israel como um encontro marcado (Moed) com ele para a celebração de Shofarot:
“Fala aos filhos de Israel, dizendo: No mês sétimo, ao primeiro do mês, tereis descanso solene, memorial, com sonidos de trombetas, santa convocação. Nenhuma obra servil fareis, mas trareis oferta queimada ao SENHOR”.

Este encontro marcado era caracterizado pelo som das trombetas ou o toque do shofar que não servia meramente como um instrumento musical, mas com o propósito de chamar Israel e as nações para o arrependimento preparando-os para Yom Kipur único dia do ano em que o Cohen hagadol oferecia no Lugar Santíssimo o sangue da expiação por toda a nação.
Desta forma, a Festa de Shofarot – também chamada de Yom Teruá, Yom Hadin e Yom Hazicaron – estabelecida pelo Eterno na Torá, recebe o nome moderno de Rosh Hashaná, período de início de introspecção e meditação pessoal com vistas ao arrependimento.

Shofarot, assim como as demais festas eram símbolos do plano de redenção do Mashiach para Israel e as nações. Muitos rabinos acreditam que Yom Teruá é uma festa que anuncia o retorno do Mashiach, sendo o toque do Shofar um aviso para que Israel e as nações se preparem para recebê-lo.
Interessante que a convocação para o arrependimento fazia parte da proclamação da mensagem de redenção de Yeshua HaMashiach:
“Daí por diante, passou Yeshua a proclamar dizendo: Arrependei-vos, porque está próximo o reino dos céus” Mattityahu (Mateus) 4.17.

Shaná Tová Umetuká!

 


Por Romualdo Santos
Pastor, docente, vice presidente do Instituto Tzadik Baemunah e diretor administrativo executivo da Editora Davar. 
Romualdo, é parte do time responsável pela gestão e desenvolvimento de parcerias estratégicas que dá suporte a Diretoria
do Instituto Tzadik BaEmunah e da Editora Davar.

 

Se Jesus é o Messias

Se Jesus é o Messias

 

 

 

Por que todo o sofrimento do mundo? Por que não existe uma paz real e duradoura? Por que todas as perseguições em nome de Jesus? Por que os rabinos não acreditam nele? Por que ele não diz isso?

 

Há uma resposta para cada uma dessas perguntas, se você estiver interessado. Claro, se você está apenas tentando refutar as afirmações de Jesus, nenhuma resposta o satisfará. Mas se você é um buscador da verdade, disposto a aceitar a verdade onde ela for encontrada (mesmo que seja Jesus), você não continuará a ler?

 

 

Por que todo o sofrimento no mundo?

 

Por que não? Vivemos em um mundo de causa e efeito, e o pecado (transgressão) causa sofrimento. Se o pecado não tivesse sido introduzido no mundo desde o início, não haveria doença ou fome, e a dor seria desconhecida. Para colocar um fim no sofrimento, o problema do pecado deve ser resolvido – e é por isso que Yeshua (Jesus) veio. A respeito do sofrimento, Jesus disse: “No mundo, passais por aflições; mas tende bom ânimo; eu venci o mundo.” (João 16:33).

 

 

Por que não existe uma paz real e duradoura?

 

A paz que Jesus oferece está disponível agora para qualquer judeu ou gentio que o aceite. É uma paz para o seu coração. Claro, a maioria das pessoas é pela paz mundial, mas a paz duradoura começa dentro das pessoas, uma de cada vez. Jesus diz: “Minha shalom (paz) vos dou; não a dou como o mundo a dá. Não se turbe o vosso coração, nem se atemorize.” (João 14:27).

 

 

 Por que todas as perseguições em nome de Jesus?

 

A perseguição contra indivíduos e grupos de pessoas foi realizada sob muitas bandeiras: a bandeira da justiça e da moralidade, a bandeira da liberdade, a bandeira de um mundo melhor. O fato de também ser realizado sob a bandeira do Messias Jesus é apenas mais um indicador de como as pessoas justificam seus atos injustificáveis.

 

 

Por que os rabinos não acreditam nele?

 

Alguns sim. Mas seus status na comunidade judaica cessam nesse ponto e eles não são mais rabinos. A grande maioria dos rabinos não acredita em Jesus pela mesma razão que você. Considerar as afirmações de Jesus verdadeiras significa arriscar relacionamentos importantes, bem como admitir que todo o seu conhecimento, ações nobres e boas intenções não são suficientes para tornar um relacionamento com o Criador possível.

 

 

Por que ele não diz isso?

 

Apesar do que você pode ter ouvido, ele fez. Você pode ler as próprias palavras de Yeshua no Novo Testamento. Veja Mateus 16: 15-57, João 4: 25-26 e João 11: 25-27. Esperamos que você verifique por si mesmo.

 

Se você achar essas respostas perturbadoras, saiba que não é nossa intenção. Entendemos que a verdade nem sempre é confortável ou conveniente; mas é, bem… a verdade.

 

Portanto, se essas respostas falam com você, nós o convidamos a falar com Deus. Porque se Jesus é o Messias, você não deve a si mesmo descobrir?

 


Susan Perlman  é Diretora de Parceria de Judeus por Jesus e trabalha com agências missionárias com ideias semelhantes, congregações messiânicas, igrejas, associações e instituições teológicas com o propósito de estabelecer parcerias estratégicas para que possam fazer mais para abençoar os judeus com as boas novas de Yeshua do que sozinhos. Ela também atua como primeira assistente do diretor executivo David Brickner. Uma das co-fundadoras do Judeus por Jesus, Susan também faz parte da Equipe de Liderança Executiva. Este artigo foi originalmente publicado aqui.

 

Artigo publicado pelo Instituto Tzadik BaEmunah com autorização da autora. Thanks Susan!

 

Traduzido por:

Mariana Reis, é brasileira, tem 24 anos, é tradutora voluntária do INSTITUTO TZADIK BAEMUNAH, reside atualmente em Annapolis, Maryland  – MD, USA. Thanks Mari!

O que é Shalom: o verdadeiro significado

O que é Shalom: o verdadeiro significado

 

 

O que é shalom?

 

O antigo conceito hebraico de paz, enraizado na palavra “shalom”, significava totalidade, integridade, solidez, saúde, segurança e prosperidade, trazendo consigo a implicação de permanência.

 

Shalom e paz

 

Paz! Paz! Paz! Todo mundo é a favor. Ninguém é contra. Mas o que é essa qualidade tão evasiva que chamamos de paz? Pois isso, significa coisas diferentes para pessoas diferentes:

 

  • A paz é o que aqueles que seguem as religiões orientais dizem vir somente por meio da extinção da personalidade individual; tornando-se parte do universo sem consciência de si mesmo. Mas eles na verdade querem dizer serenidade.

 

  • Paz é o que a vizinha idosa deseja quando o adolescente do outro lado da rua está praticando sua bateria. Ela na verdade quer sossego.

 

  • Paz é o que o lojista deseja quando está preocupado em pagar suas contas. Ele na verdade quer dizer que gostaria que sua loja estivesse cheia e lotada de clientes. Paz para ele significa prosperidade.

 

  • O paciente que espera ansiosamente no consultório do médico para saber os resultados de uma bateria de exames de laboratório quer paz. Ele na verdade quer uma boa saúde.

 

Em casos mais extremos, como o de Hitler, a paz resulta da morte de pessoas; ou pelo menos significa matar para obter seu tipo de paz.

Quando não temos o que pensamos que deveríamos ter, dizemos que precisamos de paz!

“A paz não pode ser determinada por nossos próprios pontos de vista tendenciosos ou necessidades egoístas.”

 

 

Definindo a paz

 

Portanto, “paz” é muitas vezes definida como a condição de vida que deveria ser. Mas quem tem o direito de determinar o que deve ou não ser? Se todos nós pudéssemos obter o tipo de paz que queremos, seria uma paz imposta. Seria paz às custas do sonho de outra pessoa sobre o que a paz deveria ser. A paz não pode ser determinada por nossos próprios pontos de vista tendenciosos ou necessidades egoístas. Nem nosso padrão de paz pode ser estabelecido pelas normas de nossa sociedade turbulenta. Então, para onde podemos olhar, senão para nós mesmos ou para a sociedade? Como estabelecemos critérios para definir “paz”?

As definições do Dicionário Webster giram em torno de dois temas principais. Uma trata da cessação das hostilidades. O outro enfoca a libertação da turbulência interior, mais conhecida como paz de espírito.

Podemos observar o desenrolar desses dois temas vendo como duas culturas distintas interpretaram a paz. A palavra, muito usada em inglês, vem do latim “pax”. Pax para os romanos significava o fim das hostilidades entre o conquistador e os vencidos. Essa paz era sempre temporária porque dependia de quem estava em posição de força.

 

A diferença entre “paz” e shalom

 

O rabino Robert I. Kahn de Houston, Texas, resume os distintivos da paz “romana” e shalom “hebraico”:

 

É possível ditar uma paz; shalom é um acordo mútuo.

A paz é um pacto temporário; shalom é um acordo permanente.

Pode-se fazer um tratado de paz; shalom é a condição de paz.

A paz pode ser negativa, a ausência de comoção. Shalom é positivo,  presença de serenidade.

A paz pode ser parcial; shalom é completo.

A paz pode ser fragmentada; shalom é um todo.

 

Os escritos místicos do Zohar ensinam que Deus é paz, Seu nome é paz e tudo está unido em paz (Zohar, Lev. 10b). No pensamento judaico pós-talmúdico, Isaac Arama parafraseou essa ideia dizendo:

 

A paz é algo positivo, o meio essencial pelo qual homens de temperamentos e opiniões diferentes podem trabalhar juntos para o bem comum. Pérolas de virtude individual seriam apagadas isoladamente se não fosse pelo cordão de paz que os une e assim aumenta seu brilho. É por isso que a paz é um nome de Deus, pois é Ele quem dá unidade a toda a criação.

 

 

Shalom de Deus

 

O critério para shalom, a verdadeira paz, então, está com Deus. Esta definição de paz deve começar com a suposição de que existe um Criador e que Ele estabeleceu um padrão para nós. Portanto, deve haver uma aceitação (pelo menos para a compreensão deste artigo) da maneira pela qual Deus escolheu se revelar ao homem – por meio da Bíblia.

 

Shalom na Bíblia

 

O primeiro exemplo de paz na Bíblia é a condição que existia no início no Gan Eden (jardim do Éden). Há uma boa razão para acreditar no relato da criação em Gênesis; mas mesmo que você não acredite literalmente, a mensagem ainda demonstra uma lição de paz.

 

“Adão e Eva desobedeceram e o shalom de Deus foi

 perdido por eles.”

 

Adão e Eva estavam em paz com Deus e com tudo o que Ele criou. Suas necessidades foram supridas. Eles não sofreram fome, doença ou dor de qualquer tipo. A beleza os cercava para que pudessem experimentar e desfrutar. Eles não estavam sozinhos, pois tinham um ao outro e, mais importante, tinham um relacionamento íntimo com seu Criador. Se alguma pessoa já experimentou paz, foi Adão e também Eva. A condição de paz existia no jardim somente enquanto eles eram obedientes à vontade de Deus. Infelizmente, eles desobedeceram e o shalom de Deus foi perdido por eles.

 

 

Shalom no Antigo Testamento

 

Mas, se por meio de Adão e Eva vemos que a paz foi perdida por causa da desobediência, em Abraão vemos o oposto:

 

“Acrescentou Deus: Toma teu filho, teu único filho, Isaque, a quem amas, e vai-te à terra de Moriá; oferece-o ali em holocausto, sobre um dos montes, que eu te mostrarei. Levantou-se, pois, Abraão de madrugada e, tendo preparado o seu jumento, tomou consigo dois dos seus servos e a Isaque, seu filho; rachou lenha para o holocausto e foi para o lugar que Deus lhe havia indicado.”

(Gênesis 22:2-3)

 

Parece além da compreensão da maioria das pessoas seguir tais instruções, quanto mais fazê-lo sem raiva, ansiedade ou desespero. Mas Abraão obedeceu a Deus. Ele reconheceu que Deus tinha o direito de exigir a vida de Isaque se assim quisesse. Essa confiança naquele que o criou tornou possível a Abraão ter paz de espírito, mesmo quando todos os seus sentidos naturais devem ter dito o contrário.

Adão e Eva não seguiram uma regra simples que Deus havia estabelecido para eles. Como resultado, eles foram banidos do Jardim do Éden. O cínico lamentará: “Tentei fazer as coisas certas acontecerem. Trabalhei e tive esperança, mas todo mundo acaba me decepcionando. Você diz que devo esperar em Deus? É como me pedir para confiar na fada dos dentes! Como posso acreditar em um ser sobrenatural? ”

Essa falta de confiança em um Deus todo-poderoso se reflete na história de um menino de nove anos que voltou da escola hebraica e contou à mãe sobre a lição do dia.

 

_ Bem, o rabino contou como Deus enviou Moisés atrás das linhas inimigas para resgatar os israelitas dos egípcios. Quando chegaram ao Mar Vermelho, Moisés chamou os engenheiros para construir uma ponte flutuante. Depois que todos eles cruzaram, eles olharam para trás e viram os tanques egípcios chegando. Rápido como um raio, Moisés transmitiu um rádio ao quartel-general em seu walkie-talkie para enviar os bombardeiros para destruir a ponte, e foi assim que salvou os israelitas.

_ A mãe, espantada, disse ao menino: “David, foi realmente assim que o rabino contou aquela história?”

_ “Bem, não exatamente, mãe. Mas se eu contasse do jeito dele, você nunca acreditaria!”

 

A história é engraçada porque é muito verdadeira. Quando as coisas são maiores do que a nossa experiência de vida, nós as “traduzimos” para o que consideramos dimensões compreensíveis. O perigo de fazer isso é que, quando traduzimos os atos de Deus, estamos, por nosso entendimento limitado, diminuindo quem é Deus. Diminuímos a possibilidade de paz em nossas vidas porque diminuímos Aquele que tem o poder de nos dá-la.

 

“Não estamos em posição de alcançar a

paz por nós mesmos.”

 

Alcançando a paz

 

A paz, paz duradoura, transcende as situações e falhas de nossas vidas pessoais porque não vem de nós. Isso vem de Deus. Não estamos em posição de alcançar a paz por nós mesmos. No entanto, Deus promete todas as qualidades de shalom – integridade, completude, solidez, saúde, segurança – para aqueles que olharem para Ele.

O profeta Isaías escreveu: “Tu, SENHOR, conservarás em perfeita paz aquele cujo propósito é firme; porque ele confia em ti. Confiai no SENHOR perpetuamente, porque o SENHOR Deus é uma rocha eterna” (Isaías 26: 3-4) . Confiar em Deus significa reconhecê-Lo e dar-Lhe o seu lugar de direito em nossas vidas. Devemos também aceitar o agente de paz que Ele providenciou. Isaías escreveu sobre o Messias que estava por vir:

 

“Porque um menino nos nasceu, um filho se nos deu; o governo está sobre os seus ombros; e o seu nome será: Maravilhoso Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade, Príncipe da Paz; para que se aumente o seu governo, e venha paz sem fim sobre o trono de Davi e sobre o seu reino, para o estabelecer e o firmar mediante o juízo e a justiça, desde agora e para sempre. O zelo do Senhor dos Exércitos fará isto.” (Isaías 9:6-7)

 

Paz em Deus

 

Como foi para o Messias trazer paz? Isaías explica mais no capítulo 53:

 

“Certamente, ele tomou sobre si as nossas enfermidades e as nossas dores levou sobre si; e nós o reputávamos por aflito, ferido de Deus e oprimido. Mas ele foi traspassado pelas nossas transgressões e moído pelas nossas iniquidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e pelas suas pisaduras fomos sarados.” (Isaías 53:4-5)

Shalom

 

Dizemos que precisamos de paz, mas estamos dispostos a aceitar Aquele que pagou o preço por nós? Recomendamos a você Jesus como o Príncipe da paz. Entre em contato ou converse conosco para saber mais.

 


Susan Perlman  é Diretora de Parceria de Jews For Jesus e trabalha com agências missionárias com ideias semelhantes, congregações messiânicas, igrejas, associações e instituições teológicas com o propósito de estabelecer parcerias estratégicas para que possam fazer mais para abençoar os judeus com as boas novas de Yeshua do que sozinhos. Ela também atua como primeira assistente do diretor executivo David Brickner. Uma das co-fundadoras do Judeus por Jesus, Susan também faz parte da Equipe de Liderança Executiva. Este artigo foi originalmente publicado aqui.  

 

Artigo publicado pelo Instituto Tzadik BaEmunah com autorização da autora. Thanks Susan!

 

Traduzido por:

Mariana Reisé brasileira, tem 24 anos, é tradutora voluntária do INSTITUTO TZADIK BAEMUNAH, reside atualmente em Annapolis, Maryland  – MD, USA. Thanks Mari!

Quem é Jesus? Conheça o judeu mais famoso que já viveu.

Quem é Jesus? Conheça o judeu mais famoso que já viveu.

 

 

by Susan Perlman | 6 de abril de 2018.

 

Jesus era judeu?

 

Você ficaria surpreso em ouvir que um importante líder judeu fez a seguinte declaração?

“A maioria dos retratadores da vida de Jesus negligenciam apontar que Jesus é em todas as características um personagem genuinamente judeu, que um homem como ele só poderia ter crescido no solo do judaísmo, apenas ali e em nenhum outro lugar. Jesus é uma personalidade judaica genuína, todas as suas lutas e obras, suas posturas e sentimentos, sua falas e silêncio, trazem a marca de um estilo judaico, a marca do idealismo judaico, do melhor que foi e está no judaísmo, mas que então existia apenas no judaísmo. Ele era um judeu entre os judeus; de nenhum outro povo poderia um homem como ele surgir, e em nenhum outro povo poderia um homem como ele trabalhar; em nenhum outro povo ele poderia ter encontrado os apóstolos que acreditavam nele.”¹

O Rabino Leo Böck, o principal filósofo-teólogo e historiador da religião, embora rejeitasse fortemente o cristianismo, viu a necessidade de declarar o Judaísmo de Jesus na passagem acima. Ele enfatizou que Jesus (Yeshua) era um judeu, nascido entre o povo judeu e reconhecido por outros judeus de sua época.

 

Nasceu em Belém da Judéia

 

Não é preciso ser teólogo, entretanto, para ver o caráter judaico de Jesus. Isso é evidente no relato de seu nascimento em Belém da Judéia. A narrativa (conforme registrada no Novo Testamento) fala de sábios que vieram de longe a Jerusalém, perguntando ao rei Herodes: “Onde está aquele que nasceu rei dos judeus? Vimos sua estrela no leste e viemos para adorá-lo. “²

Herodes era, ao que tudo indicava, menos do que justo. Além disso, ele não era o legítimo rei da Judéia. Portanto, não é surpresa que ele tenha ficado perturbado com a notícia dos sábios. Herodes perguntou aos líderes religiosos que tinham mais conhecimento onde o messias deveria nascer e soube que o lugar havia sido predito pelo profeta Miquéias, centenas de anos antes:

“E tu, Belém, terra de Judá, não és de modo algum a menor entre as principais de Judá; porque de ti sairá o Guia que há de apascentar a meu povo, Israel.”³

Herodes não ficou nada satisfeito com essa informação. Ele, em uma conspiração diabólica muito parecida com a de Faraó, massacrou bebês judeus na tentativa de manter sua própria realeza. Ele queria pôr fim à vida daquele que se tornaria o governante de Israel.

No entanto, ele não foi capaz de extinguir aquele bebê que nasceu em Belém de uma jovem judia chamada Miriam (Maria). E desde o momento de seu nascimento, à circuncisão, à cerimônia de Pidyon Haben, ao Bar Mitzvah, aos d’Roshes nas sinagogas e até mesmo ao epitáfio final, um sinal sobre sua cabeça no instrumento de sua execução, “Jesus De Nazaré, o Rei dos Judeus “, este chamado Yeshua foi identificado com o povo judeu.

 

Jesus afirmou ser o messias judeu?

 

Alguns disseram que Jesus era de fato um bom judeu, um judeu praticante, talvez até um profeta de nosso povo, mas ele nunca afirmou ser o Messias. Alguns dizem que a noção de que ele era um salvador, um mediador entre o povo e Deus, foi apresentada por seus seguidores.

No entanto, o que Jesus disse sobre si mesmo?

Uma vez, quando ele estava viajando com seus discípulos, ele perguntou-lhes:

“Quem diz o povo ser o Filho do Homem?”

E eles responderam “Uns dizem: João Batista; outros: Elias; e outros,        Jeremias ou algum dos profetas.”

“Mas vós”, continuou ele, “quem dizeis que eu sou?”

Respondendo Simão Pedro, disse “Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo.” Então, Jesus lhe afirmou “Bem-aventurado és, Simão Barjonas, porque não foi carne e sangue que to revelaram, mas meu Pai, que está nos céus.”4

 

A verdadeira identidade de Jesus

        

Jesus não apenas aceitou o título de “Messias, o Filho do Deus vivo”, mas declarou a Simão Pedro que o próprio Deus havia revelado que essa era sua verdadeira identidade.

Uma vez, quando ele estava viajando sozinho, ele encontrou uma mulher samaritana em Sichar. Nesse encontro com Jesus, ela disse-lhe:

“Eu sei”, respondeu a mulher, “que há de vir o Messias, chamado Cristo; quando ele vier, nos anunciará todas as coisas.” Disse-lhe Jesus: “Eu o sou, eu que falo contigo.”5

A mulher saiu correndo para contar aos homens da vila sobre seu encontro com Jesus. Depois de uma longa conversa com ele, eles declararam sua própria crença em seu messiado.

Um comentarista, John Stott, disse: “a característica mais notável do ensino de Jesus é que ele falava com frequência de si mesmo.”6

 

Jesus comparado a outros líderes religiosos

 

Ele explicou ainda que isso diferenciava Jesus de outras grandes figuras religiosas que eram modestos enquanto Yeshua avançava por conta própria. Outros direcionariam as pessoas para longe de si mesmas e para “a verdade”. Eles expressaram seus ensinamentos em frases como: “Pelo que entendi, essa é a coisa certa a fazer”. Em contraste, Jesus disse: “Eu sou a verdade, siga-me.”

Se Jesus (Yeshua) não era o messias como afirmava, ele certamente era o rabino mais arrogante e blasfemo de toda a história. Se ele não era “o Messias, o Filho do Deus vivo”, como afirmava ser, ele merecia coisa pior do que a crucificação. Então, como é que tantas pessoas acreditaram em suas afirmações e o seguiram? O que impressionou os ouvintes de Jesus?

 

Jesus falava com autoridade!

 

Sábios judeus ensinavam citando opiniões de outros rabinos. Um poderia dizer: “Rabino Shammai diz isso e aquilo, mas Rabino Hillel disse o contrário.” Então o rabino, que estaria postulando, indicaria qual autoridade, em sua opinião, deveria receber mais peso.

Yeshua não apresentou os “muitos lados diferentes” da questão. Ele falou sobre cada questão diretamente e com autoridade. Ele não precisava apresentar muitas opiniões para serem pesadas e consideradas. Ele delineou o que era verdade em declarações simples e diretas.

Em um ensino específico, comumente chamado de “o sermão da montanha”, Jesus reiterou vários pontos da lei e deu seu próprio ensino como resposta de autoridade. Por exemplo, ele disse:

“Ouvistes que foi dito: Olho por olho, dente por dente. Eu, porém, vos digo: não resistais ao perverso; mas, a qualquer que te ferir na face direita, volta-lhe também a outra”7

O ditado “olho por olho” fazia parte da Torá dada por Moisés. Jesus ensinou algo que o substituiu, reivindicando assim uma autoridade além de Moisés. Considerando que Deus deu a lei a Moisés, como Jesus poderia ousar afirmar uma opinião que ia além do ensino de Moisés? Isso não era apenas arrogante, era herético – se ele não tivesse autoridade de Deus para apoiá-lo. No entanto, em seu ensino, Yeshua não mostrou hesitação, nenhum “talvez” ou “pode ser que” ou “parece-me”. Ele falou sobre o passado antigo como se tivesse sido uma testemunha ocular dele. Quando questionado pelos líderes religiosos de sua época:

“És maior do que Abraão, o nosso pai, que morreu? Também os profetas morreram. Quem, pois, te fazes ser?”

Respondeu Jesus: “Abraão, vosso pai, alegrou-se por ver o meu dia, viu-o e regozijou-se.”

Perguntaram-lhe, pois, os judeus: “Ainda não tens cinquenta anos e viste Abraão?”

Respondeu-lhes Jesus: “Em verdade, em verdade eu vos digo: antes que Abraão existisse, Eu Sou.”8

 

Jesus anunciou sua divindade

 

Nessa declaração surpreendente, Jesus não apenas estabeleceu que sua existência precedeu o nascimento de Abraão, mas pela construção da linguagem, ele anunciou sua divindade.9

Ele não apenas conhecia o passado e o presente10, mas falava do futuro como se o estivesse vendo no presente11. Ele continuamente apontava para sua divindade, bem como sua messianidade, pela maneira como falava com autoridade em todas as fases do tempo.

Uma vez, quando Yeshua estava na sinagoga, ele recebeu o livro do profeta Isaías. Desenrolando-o, ele leu a parte: “O Espírito do Senhor está sobre mim, porque ele me ungiu para pregar boas novas aos pobres. Ele me enviou para proclamar a liberdade para os prisioneiros e a recuperação da visão para os cegos, para libertar os oprimidos, para proclamar o ano da graça do Senhor. ” Yeshua então enrolou o pergaminho, devolvendo-o ao gabbai (assistente) e se assentou.

O relato do evangelho de Lucas diz que: “Os olhos de todos na sinagoga estavam fixos nele, e ele começou dizendo-lhes:” Hoje esta escritura se cumpre aos vossos ouvidos. “11

Quando Jesus falou, as pessoas tiveram que ouvir. Eles podem não ter gostado do que ele disse, mas não podiam levar sua atenção para outro lugar. Ele era impossível de ignorar.

 

Jesus tinha poder para operar milagres

 

Operadores de milagres não eram incomuns na Judéia do primeiro século. Havia feiticeiros, adivinhos e curandeiros. Alguns usavam truques. Outros se associavam com ‘espíritos familiares’, usando encantamentos, amuletos e poções para realizar seus feitos mágicos. Ao contrário de Jesus, eles não curavam por conta própria.

Às vezes, Yeshua usava o que poderia ser considerado um tipo de tratamento médico, como um cataplasma nos olhos de um cego. No entanto, mesmo que a mistura de lama e saliva tivesse valor medicinal, a cura superava em muito qualquer efeito que a técnica pudesse ter. Foi muito além do que uma cura comum poderia alcançar. Um homem, cego de nascença, de repente conseguia enxergar.

Outras vezes, ele simplesmente fazia a seguinte pergunta: “Você quer ser curado?” ou “Você acredita?”

 

Os milagres de Jesus e os olhos do público

 

No início de seu ministério, Jesus disse às pessoas que não contassem aos outros como haviam sido curados. Isso parece indicar que seus milagres eram de uma classe superior do que quaisquer outros de sua época. Jesus sabia que seria uma figura pública assim que o povo visse seu poder. Ele parecia ter um calendário que o mantinha temporariamente fora dos olhos do público. No entanto, uma vez que se soube que ele poderia curar até as enfermidades mais desesperançosas e que poderia alimentar milhares de pessoas multiplicando alguns pães e alguns peixes, ele teve uma multidão de pessoas o seguindo.

Durante o curso de seu ministério público, um homem foi baixado em um estrado através do telhado porque a sala estava lotada demais para que ele trouxesse da maneira padrão. Yeshua comentou sobre a fé dos amigos que fizeram tanto esforço para apresentar a ele seu amigo paralítico. Então ele disse ao paralítico que pegasse sua maca e andasse, e ele o fez!

E qual foi o comentário de Jesus sobre a cura? “Para que saibais que o filho do Homem tem autoridade na terra para perdoar pecados.” Ao contrário dos profetas antes dele, ele não era apenas o agente usado por Deus; ele reivindicou o poder de Deus para si mesmo.

 

O poder milagroso de Jesus, mesmo de longe

 

O poder de Jesus era tal que ele nem mesmo precisava estar fisicamente presente com as pessoas para curá-las. Foi o que aconteceu com o escravo do centurião romano (soldado). Aquele centurião não deixava de ter autoridade por seu direito, mas ele entendeu que a essência do poder de Yeshua era uma autoridade que excedia em muito a sua própria. “Apenas diga a palavra”, insistiu o soldado, “e ele será curado.”

Talvez o mais surpreendente de todos os milagres de Yeshua tenha sido sua habilidade de ressuscitar uma pessoa dos mortos. De acordo com as Escrituras Hebraicas, o profeta Eliseu trouxe de volta um menino dos mortos.12 Porém, no caso de Lázaro, o homem não apenas havia morrido, mas estava em uma tumba por quatro dias. O processo de decomposição já havia começado. Mesmo assim, Jesus garantiu à irmã de luto do morto, Marta, que seu irmão ressuscitaria.

“Eu sei”, replicou Marta, “que ele há de ressurgir na ressurreição, no último dia.” Disse-lhe Jesus “Eu sou a ressurreição e a vida. Quem crê em mim, ainda que morra, viverá; e todo o que vive e crê em mim não morrerá, eternamente. Crês isto?”

(Era uma crença comum que quando o messias viesse, ele ressuscitaria todos os mortos.)

“Sim, Senhor”, respondeu ela, “eu tenho crido que tu és o Cristo, o Filho de Deus que devia vir ao mundo.”13

Quando Jesus chamou Lázaro para fora da tumba em decomposição, foi um ato de Deus sem precedentes.

Os milagres de Jesus estavam anos-luz além dos de qualquer curador de sua época, do ponto de vista da magnitude e da autoridade que demonstraram. E durante todo o seu ministério público, Jesus realizou esses milagres para apoiar suas reivindicações.

 

Jesus (Yeshua) era misterioso

 

Existem pessoas cujo comportamento misterioso leva outras a considerá-las excêntricas. O mistério em torno de Yeshua, no entanto, não era um comportamento estranho ou excêntrico. Em vez disso, seu “mistério” estava nas parábolas que ele contou e nas afirmações que ele fez que pareciam estar além da compreensão.

Por exemplo, Yeshua se encontrou com o líder judeu, Nicodemos, e disse-lhe que ele precisava nascer de novo. Nicodemos ficou intrigado. Ele apontou a impossibilidade óbvia; como ele poderia voltar para o útero de sua mãe? Yeshua levantou um pouco do mistério ao dizer que uma pessoa nasce da água e do Espírito e que o que Nicodemos precisava era de um renascimento espiritual. No entanto, a ideia de um renascimento espiritual não era muito mais fácil de entender ou aceitar do que a reentrada fisicamente impossível no útero. Jesus usou imagens para levar as pessoas do familiar ao desconhecido, e muito do que ele disse era um mistério para seus ouvintes.

 

Águas vivas

 

No dia final da Festa de Sucote, ele disse aos adoradores no Templo que quem tivesse sede precisava beber do keren Yeshua, as águas vivas, a fonte da salvação. Novamente, ele passou do que era facilmente compreendido para algo invisível, misterioso.

Yeshua poderia ter falado muito claramente, mas ele escolheu revelar a verdade em um nível mais profundo que levou as pessoas a ponderar. Por meio de hipérboles, metáforas, eufemismo e ironia, ele deu respostas que não eram facilmente compreendidas. Uma pessoa não poderia encontrar Yeshua e apenas ter uma conversa agradável. Ele expressou as coisas de uma maneira que fez as pessoas buscarem soluções para os mistérios que ele levantou em seus corações e mentes. Ele mudou a vida de todos que o conheceram.

 

Jesus era “de outro mundo”

 

Yeshua nasceu em Belém, foi criado em Nazaré e foi, em muitos aspectos, uma pessoa de seu tempo e lugar. No entanto, ele não estava apenas cercado por uma sensação de mistério, mas também separado por uma sensação de alienação. Não é que ele fosse hostil ou que procurasse excluir os outros. A alienação ocorreu porque ele conhecia e amava o que era perfeito e estava comprometido com essa perfeição. Outros tiveram dificuldade em compreender a beleza e maravilha da perfeição que Jesus experimentou, e que o separava de outras pessoas.

Mesmo quando era um menino de doze anos, o sobrenatural de Yeshua era evidente. Quando ele foi separado de sua mãe, Miriam, e de seu pai adotivo, Yosef (José), eles pensaram que ele havia se desviado, que estava perdido. Ao encontrá-lo no Templo, eles o repreenderam como os pais naturalmente fariam. “Estou a tratar dos negócios do meu pai”, disse-lhes ele, e não se referia a José, mas sim a uma linhagem que ia além desta terra.

Da mesma forma, quando Yeshua disse a Nicodemos que uma pessoa não pode ver o reino de Deus sem nascer de novo, ele estava revelando seu outro mundo.

Jesus contou às pessoas detalhes sobre suas vidas que ele não teria como saber na terra.14 Quando Jesus disse a um homem que seus pecados estavam perdoados, ele sabia o que os líderes religiosos presentes estavam pensando e respondeu aos pensamentos não falados. Foi dito que ele sabia o que estava “no coração de todos”.15 Mas ele não sabia apenas o que estava em seus corações. Ele se preocupava com eles como pessoas.

 

Jesus amava as pessoas!

 

Yeshua, ao contrário de muitos outros líderes de sua época, mostrou um profundo amor pelas pessoas – todos os tipos de pessoas. As únicas pessoas que não foram tocadas por esse amor foram aquelas que não o quiseram. Yeshua estendeu perdão, aceitação, aprovação e apreço a todos, exceto aos que são autossuficientes e hipócritas. Exceto esses, Jesus queria estar com quem quisesse estar com ele.

Yeshua ensinava de uma forma que fazia as pessoas sorrirem, mas ele nunca falhava em confundir o orgulhoso e intrigar o arrogante. Ele era um homem com calosidades nas mãos, um magnífico senso de humor que se transformou em sagacidade. Ele era uma pessoa compassiva, atenciosa e amorosa com aqueles que eram vulneráveis, amedrontados, desesperados e oprimidos. Ele nunca deixou de fazer as pessoas se sentirem melhor de alguma forma do que quando as conheceu.

A companhia que ele mantinha

 

Ele passou um tempo com os cobradores de impostos, pescadores, mulheres de reputação duvidosa, pessoas cultas, fazendeiros com sujeira debaixo das unhas, judeus, samaritanos e até romanos. Ele gostava da companhia de crianças pequenas quando outros queriam mandá-las embora. Ele apreciava os dons das mulheres, enquanto outros rabinos não permitiam o contato com uma mulher por medo de contaminação.

Yeshua comia com todos os tipos de pessoas, ria com elas, chorava com elas e por elas e, por fim, morreu por elas.

 

Jesus estava disposto a ser julgado, condenado e crucificado.

 

Segundo todos os relatos, Yeshua não lutou por sua vida ou mesmo procurou se defender legalmente – embora tivesse motivos para fazê-lo. Quando a polícia eclesiástica veio buscá-lo, ele poderia ter lembrado que eles não tinham autoridade além do terreno do Templo.

Yeshua poderia ter lembrado a eles que, de acordo com a lei judaica, eles não tinham o direito de prendê-lo sem uma acusação. Se Judas fosse seu acusador, Yeshua poderia ter contestado a integridade de Judas como testemunha, mostrando que Judas era um ladrão que estava roubando do tesouro. Ele poderia ter respondido a falsas acusações com a verdade retumbante: “Eu não disse isso.”

 

“O Rei dos judeus”

 

Quando o governador perguntou a Jesus se ele era “o rei dos judeus”, ele respondeu: “Sim, é como você diz”. Certamente, se ele era um rei, ele era notável por sua normalidade. No entanto, essa pessoa extraordinariamente comum, Yeshua, ostentava uma ostentação que estava além da imaginação das pessoas mais insanas. Ele não apenas admitiu que estava destinado a ser rei, mas afirmou que poderia chamar doze legiões de anjos em sua defesa, se escolhesse.

No entanto, ele fez uma escolha diferente. Assim como uma ovelha que é levada para o matadouro não reclama, Yeshua não abriu a boca para proferir uma palavra de protesto. Ele sabia que estava destinado a reinar, mas também sabia que estava destinado a morrer primeiro. Ninguém nunca morreu como Yeshua morreu e ninguém jamais conquistou tanto com sua morte. Sua morte não foi o fim, mas o começo.

 

O mundo mudou com a vinda de Jesus.

 

A maioria de nós vive de acordo com um calendário que mede o tempo, o número de anos antes de Yeshua caminhar sobre a terra e o número de anos desde então. Isso por si só é uma evidência de seu profundo impacto em nosso mundo. Bibliotecas inteiras podem estar repletas de livros escritos sobre ele. Ele inspirou obras-primas musicais como o Messias de Handel, séculos depois de caminhar sobre a Terra. Grandes mestres, como Michelangelo e Botticelli, buscaram glorificar Yeshua em obras de arte que podem ser encontradas nos museus e galerias mais renomados nesse globo.

De Agostinho a Adler e Einstein, os maiores filósofos e cientistas igualmente tiveram que lutar com seus ensinamentos e ponderar sobre sua pessoa. E aqueles filósofos que viveram antes de sua vinda falaram da ética e da estética que a vida de Yeshua personificava.

 

Yeshua em todo o mundo

 

Por causa de Jesus, as pessoas nas selvas remotas, bem como nos mais altos salões de ensino, sabem algo sobre o povo judeu e nossos ensinamentos. Eles estão familiarizados com a geografia da pátria judaica. As pessoas estão mais familiarizadas com Belém do que com Bombaim e têm mais apego a Jerusalém do que a Roma. Pessoas de todas as raças são chamadas de Abraão, Davi, Jacó, Isaías e Raquel por causa de Yeshua. Eles se sentem relacionados ao povo judeu por meio de Jesus.

As religiões orientais ensinavam que as pessoas que sofreram, dor, doença e morte prematura estavam sendo punidas com justiça por comportamento desonroso em uma vida anterior. Enquanto as religiões orientais aceitavam o sofrimento como carma a ser repetido vida após vida, Yeshua ensinava compaixão pelo sofrimento. Graça e perdão fluíram dele e ainda assim sua justiça não foi comprometida. É por isso que as pessoas o amavam e ainda o amam.

 

Em nome de Jesus Cristo…

 

Nem todos os que disseram ser cristãos se comportaram de acordo com o exemplo de Yeshua. Ele ensinou amor, humildade e dignidade a todas as pessoas. Quando você encontra ódio, preconceito e intolerância no nome de Jesus, você encontra uma falha em seguir aquele cujo nome está sendo usado. Todos os cristãos que mostram falta de compaixão estão ignorando, até mesmo contra-ordenando, o exemplo de Cristo.

É muito fácil jogar a culpa em Jesus pela perseguição que ele nunca ensinou ou tolerou. Os seres humanos são perfeitamente capazes de perseguir uns aos outros, não por causa de Jesus, mas apesar dele. Pessoas que realmente são discípulos de Jesus mostram alguma disciplina ao seguir seus ensinamentos.

 

O lado bom

 

Os hospitais foram estabelecidos por compaixão cristã. Os missionários trouxeram escolas e literatura a lugares distantes por causa de Jesus. Profissionais médicos e agrícolas viajavam de longe para prestar seus serviços por causa do amor de Yeshua. Pessoas como Martin Neimöller, Raoul Wallenberg e Corrie Ten Boom enfrentaram Hitler e o ódio que ele vomitou por causa do amor que encontraram em Yeshua.

Se Jesus tivesse simplesmente vivido e morrido, o mundo não teria sido alterado para sempre com sua vinda. Mas sua ressurreição coloca Jesus em cena em todos os episódios da história. Sua vida observável após a crucificação tornou Jesus a pessoa mais poderosa e influente que já viveu, porque ele ainda vive. E o fato de ele ainda viver e desejar mudar a vida das pessoas é maravilhoso para aqueles que querem o que ele tem a oferecer, e uma ofensa para quem não quer.

 

O lado escuro

 

Detratores insistem em atos de cristãos “apenas em nome” ou nos atos de cristãos que se desviam, ao invés de lidar com a pessoa de Yeshua, mesmo quando confrontados com o fato de que os dois são separados. Afinal, o judaísmo não é invalidado pelos atos do povo judeu que violam qualquer um dos 613 preceitos da lei.

Da mesma forma, aquelas pessoas que levam Jesus a sério e procuram viver de acordo com seus ensinamentos são uma minoria. Por que a maioria das pessoas, judeus e gentios, não quer ouvir sobre Yeshua?

 

O preço de seguir Jesus

 

A ironia é que, como diz o ditado, “Quanto mais as coisas mudam, mais elas permanecem as mesmas.” Quando Jesus andou sobre a Terra, alguns dos rabinos e líderes de sua época o seguiram, mas foi preciso muita coragem para ir contra a maré. Algumas das pessoas mais ricas que tinham posição e poder foram capazes de ver além de suas riquezas para a pobreza espiritual que Jesus veio aliviar.

Mas aqueles que o evitavam ou desprezavam achavam que não precisavam de seu amor ou de sua compaixão, pois se viam como autossuficientes. Eles não entendiam por que Jesus fazia companhia a pessoas que estavam abaixo de seu contentamento. E eles pareciam raciocinar que, se Jesus fosse tão nobre como eles, ele se distanciaria da escória da sociedade.

Hoje, muitos ridicularizam os crentes em Jesus como fracos, perdedores sem causa, que procuram uma solução rápida para seus problemas. Alguns veem Jesus como uma muleta e se consideram espiritualmente aptos, não tendo necessidade dele. Para essas pessoas, é irrelevante se Jesus é ou não quem diz ser. Considerá-lo é concordar em se associar ao tipo de pessoa carente que ele atrai e que eles não desejam assim fazer.

 

A verdade sobre Jesus

 

Jesus é tão paciente e amoroso como sempre foi. Ele não restringe sua graça àqueles que são bem-educados e altamente empregáveis. Ele não reserva misericórdia para os politicamente corretos e bem relacionados. Ele está interessado em dar esperança aos oprimidos e aos opressores, aos que têm e aos que não têm.

Jesus também é tão misterioso como sempre foi. Aqueles que aceitaram seu amor e perdão e entregaram suas vidas a ele, não conseguem explicar a qualidade de sua vida espiritual para aqueles que ainda não experimentaram o novo nascimento. Mas pode-se ter vislumbres disso na vida de quem o conhece melhor. Eles continuam a ser motivados por sua pessoa e movidos por seu poder.

No entanto, ele ainda é invisível, desconhecido e não ouvido, exceto por aqueles que têm ouvidos para ouvir e coração para compreender.


 

Susan Perlman  é Diretora de Parceria de Jews For Jesus e trabalha com agências missionárias com ideias semelhantes, congregações messiânicas, igrejas, associações e instituições teológicas com o propósito de estabelecer parcerias estratégicas para que possam fazer mais para abençoar os judeus com as boas novas de Yeshua do que sozinhos. Ela também atua como primeira assistente do diretor executivo David Brickner. Uma das co-fundadoras do Judeus por Jesus, Susan também faz parte da Equipe de Liderança Executiva. Este artigo foi originalmente publicado aqui.

 

Artigo publicado pelo Instituto Tzadik BaEmunah com autorização da autora. Thanks Susan!

 

Traduzido por:

Mariana Reis, é brasileira, tem 24 anos, é tradutora voluntária do INSTITUTO TZADIK BAEMUNAH, reside atualmente em Annapolis, Maryland  – MD, USA. Thanks Mari!

 


 

Notas finais:

 

1 Leo Bµck, Harnack Vorlesungen über das Wesen des Christentums (Breslau: n.p., 1902)

2 Mateus 2:2

3 Mateus 2:6

4 Mateus 16:14-17

5 João 4:25,26

6 Basic Christianity, John R. W. Stott, p.22, London, InterVarsity Fellowship ? 1968

7 Mateus 5

8 João 8:53-58

9 O nome que o Todo-Poderoso deu a Moisés para fazer exigências ao Faraó foi ‘Eu Sou’. Diga ao Faraó que fui enviado a você. Êxodo.

10 Mateus 10:23, 12:40, 16:27

11 Lucas 4:21

12 2 Reis, capítulo 4

13 João 11:24-27

14 Veja João 1:48-50, 4:18

15 Atos 1:24

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O Messias na Criação

O Messias na Criação

 

 

“Desde o tempo da Criação, é feita menção constante na Bíblia Hebraica sobre o Messias e a esperança messiânica de Israel. ‘O Espírito de Deus moveu-se sobre as faces das águas’; o espírito de Deus significa o Messias” (Midrash – Gênesis Rabá, 23).

 

Um dos Treze Princípios de Fé estabelecido por Maimônides contempla a vinda do Messias, o anseio por sua chegada é parte fundamental do viver judaico, isto é um dogma básico do judaísmo. De fato, a Bíblia Hebraica coloca a pessoa do Messias em posição de destaque cujas profecias a seu respeito é a coluna dorsal que sustenta toda narrativa dos profetas ao longo do Tanach[1].

Como bem-dito pelos sábios neste Midrash[2], a presença do Messias remonta ao princípio. Na Brit Hadashá[3], Yochanan (discípulo de Yeshua) também apresenta o Messias como alguém presente no processo criacionista dos céus e da Terra, porém ele vai além e associa o Messias não apenas ao Espírito que se movia sobre a face das águas, mas ao próprio Deus Criador, ele diz:

“No princípio era a Palavra, e a Palavra estava com Deus, e a Palavra era Deus. Ele estava no princípio com Deus. Todas as coisas foram feitas por intermédio dele, e, sem ele, nada do que foi feito se fez” (Brit Hadashá, Yochanan 1.1-3).  

Semelhantemente a Yohanan, Shaul (também discípulo de Yeshua) traz o mesmo ensinamento: “Contudo, para nós há um só Deus, o Pai, de quem procedem todas as coisas e para quem existimos; e um só Senhor, Yeshua, o Messias, por meio de quem foram criadas todas as coisas e de quem recebemos o ser”. (1 Coríntios 8.6; ver também Hebreus 1.2).

Não obstante Moshê registra na Torá que a criação teve origem à partir da Palavra do Eterno: Disse Deus: Haja luz; e houve luz” (Bereshit[4] 1.3); “E disse Deus: Haja firmamento no meio das águas e separação entre águas e águas” (Bereshit 1.6); “Disse também Deus: Haja luzeiros no firmamento dos céus…” (Bereshit 1.14); “Também disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança;” (Bereshit 1.26). De fato, foi por meio de sua Palavra que o Eterno se revelou ao povo de Israel e às comunidades gentílicas, é através de sua Palavra que ele revela seus mandamentos, é através de sua Palavra que ele executa sua vontade aqui na terra.

O Dr Michael Brown, judeu messiânico, traz uma informação que pode nos ser de grande valia na compreensão do termo “Palavra do Eterno”:

“Os rabinos levaram esse conceito ainda mais além. Uma vez que Deus era visto, de certa forma, como “intocável”, foi necessário que se providenciasse uma conexão entre o Eterno e sua criação terrena. Uma das conexões mais importantes na literatura Rabínica era “a Palavra”, conhecida em aramaico como Mimrá (da raiz hebraica “dizer” [אמר] – a raiz usada em todo relato da Criação, em Gênesis 1, quando disse e o mundo material veio à existência). Podemos encontrar esse conceito da Mimrá centenas de vezes nos targumím aramaicos, ou seja, nas traduções e paráfrases da Bíblia Hebraica que eram lidas nas sinagogas antes, durante e depois da época de Yeshua”.[5]

Vejamos alguns exemplos interessantes:

B’reshit 1.27 – Deus criou o homem.

Targum: A Palavra do Eterno criou o homem (Targum Pseudo-Yonatán).

B’reshit 15.6 – E Abrão acreditou no Eterno.

Targum: E Abrão acreditou na Palavra do Eterno.

Sh’mot[6] 25.22 – E no tempo marcado estarei ali.

Targum: E lá, enviarei minha Palavra a você.

 

Observem agora este verso da Torá e a versão do Targum:

B’reshit 28.20-21 – “Ya’akov fez um voto: ‘Se Deus for comigo e me guardar na estrada pela qual viajo, der-me pão para comer e roupas para vestir, para que eu volte para a casa de meu pai em paz, então ADONAI será meu Deus”.

Targum: Se a Palavra do Eterno for comigo […] então a Palavra do Eterno será meu Deus.

A Palavra do Eterno será o Deus de Jacó! Notem que a Mimrá (Palavra) do Eterno não representava uma simples “coisa”, antes, tratava-se de alguém.

Assim sendo, Yochanan movido pelo Espírito de Deus nos revela que a Mimrá do Eterno, ou seja, o Logos (grego), a Palavra que por meio dela tudo veio a existir é o próprio Messias, Yeshua, que mais tarde viria para habitar entre nós.

Como disse Menachem M. Brod: “ Sem Mashiach, criação e Torá não têm sentido”.[7]

 


Por Romualdo Santos
Pastor, docente, vice presidente do Instituto Tzadik Baemunah e diretor administrativo executivo da Editora Davar. 
Romualdo, é parte do time responsável pela gestão e desenvolvimento de parcerias estratégicas que dá suporte a Diretoria
do Instituto Tzadik BaEmunah e da Editora Davar.


[1] Acróstico que significa: Torá = Pentateuco; Neviim = Profetas; Ketuvim = Escritos, ou seja, o Antigo Testamento.
[2] Derivado do radical darash que significa pesquisar, investigar, Midrash é uma exposição dos versículos da Torá feitos pelos sábios judeus.
[3] Termo em hebraico que significa “Nova Aliança ou Pacto”. É o Novo Testamento.
[4] Gênesis
[5] Veja maiores explicações sobre o conceito da Mimrá nos targumim no livro “Respondendo Objeções Judaicas contra Jesus”; Editora Davar; Autor Michael L. Brown. 
[6] Êxodo
[7] BROD M. Menachem, “OS DIAS DE MASHIACH, p.25, ed. CHABAD.

 

 

A Misericórdia חֶסֶד (hesed) no Tanach (A.T.)

A misericórdia חֶסֶד (hesed) no Tanach (A.T.)

                          “Misericordioso e compassivo é o Senhor, tardio em irar-se de grande misericórdia”  Salmo 145:8


Definindo o termo hesed no Tanach

 

O termo hebraico – hesed, segundo o dicionário Strong significa: bondade, benignidade, fidelidade (STRONG. James, 2002. p.341). Durante séculos a palavra hesed foi traduzida por palavras como misericórdia, bondade, amor. A Septuaginta (LXX – tradução judaica do Tanach em grego) geralmente utiliza eleos, e o latim, misericórdia. Misericórdia é um sentimento de compaixão, despertado pela desgraça ou pela miséria alheia. A psicologia moderna chama de empatia – a capacidade de nos colocarmos no lugar do outro, ou como dizia o psicólogo Carl Rogers: “ser empático é ver o mundo com os olhos do outro e não ver o nosso mundo refletido nos olhos dele”.

A tradução para misericórdia tem sua origem no latim, e é formada pela junção de miserere (ter compaixão), e cordis (coração). “Ter compaixão do coração”, significa ter capacidade de sentir aquilo que a outra pessoa sente, aproximar seus sentimentos dos sentimentos de alguém, se colocar no lugar do outro, enfim ser solidário com as pessoas.

O vocábulo hesed (misericórdia, bondade, fidelidade) aparece cerca de 246 vezes no Tanach, praticamente a metade está no livro dos Salmos, 32x ocorre como adjetivo, mas, principalmente como substantivo, indicando aquele cujo viver é de acordo com os princípios da misericórdia divina – o hesed. A palavra é usada duas vezes em relação ao próprio Deus como bondoso: “Proferirão abundantemente a memória da tua grande bondade, e cantarão a tua justiça” e fiel: “Vai, pois, e apregoa estas palavras para o lado norte, e dize: Volta, ó rebelde Israel, diz o Senhor, e não farei cair a minha ira sobre ti; porque misericordioso sou, diz o Senhor, e não conservarei para sempre a minha ira” (Sl.145:7; Jr.3:12), (VANGEMEREN, Willem A. (org.), Vl. 2, 2011, p.209).

Cabe destacar que seu uso é apresentado numa relação tanto entre os homens quanto entre Deus e os homens. Vejamos uma definição e uso de hesed: O conceito de fidelidade, amor imutável, ou, de forma mais geral, bondade, representado por hesed, apresenta um aspecto fortemente relacional, que é essencial a qualquer definição apropriada do termo. E empregado, geralmente, para expressar as atitudes e o comportamento dos homens no relacionamento mútuo, mas descreve, mais frequentemente, a disposição e as ações beneficentes de Deus para com o fiel, Israel, seu povo, e para com a humanidade em geral. A expressão “a bondade do Senhor/Deus”, como ocorre em 1 Samuel 20:14: “E, se eu então ainda viver, porventura não usarás comigo da beneficência [hesed] do Senhor, para que não morra?”; e 2 Samuel 9:3: “E disse o rei: Não há ainda alguém da casa de Saul para que eu use com ele da benevolência [hesed] de Deus? Então disse Ziba ao rei: Ainda há um filho de Jônatas, aleijado de ambos os pés”, representa, pelo menos formalmente, uma intersecção entre esses dois planos do hesed humano e divino (VANGEMEREN, Willem A. (org.), 2011, p.209).

           

A importância do termo misericórdia nos textos do Tanach

 

tanach

Passemos a considerar os textos das Escrituras (A.T.) que trazem o vocábulo hesed – misericórdia, bondade, fidelidade em seus mais variados usos e significados, demonstrando assim sua importância no texto bíblico do Tanach.

Geralmente revelado nas amizades como em 1 Samuel 20:8, em que Davi lembra Jônatas da necessidade de permanecer fiel a ele de acordo com o pacto que selaram: “usa, pois de misericórdia para com o teu servo, porque lhe fizeste entrar contigo em aliança no Senhor.”

O que Deus espera dos homens?

 

A divindade dá maior importância ao hesed do que ao sacrifício: “Ele te declarou, ó homem, o que é bom; e que é o que o Senhor pede de ti, senão que pratiques a justiça, e ames a benignidade [hesed], e andes humildemente com o teu Deus?” (Mq.6:8). Os que observam esse padrão são homens de hesed (cf. Is.57:1; Pv.11:17); além disso, a prática de hesed tem a aprovação de Deus e dos homens: “Não te desamparem a benignidade [hesed] e a fidelidade [emet]; ata-as ao teu pescoço; escreve-as na tábua do teu coração. 4. E acharás graça [hen] e bom entendimento aos olhos de Deus e do homem” (Pv:3:3-4).

Os escritores bíblicos apresentam a fragilidade da vida. A vida está em perigo por ameaças apresentadas pelas calamidades da natureza, pela hostilidade dos inimigos, e pela fraqueza da própria pessoa. Os mesmos escritores, representando a humanidade necessitada,  clamam a Deus para salvá-los por sua misericórdia. Em Gênesis 19:19, Ló fala com gratidão da misericórdia dos três homens – um dos quais é identificado como Adonai (YHWH) – ao salvarem sua vida da destruição, juntamente com o povo de Sodoma. Podemos identificar essa relação nos Salmos: “Se não fora o auxílio do Senhor, já a minha alma estaria na região do silêncio. Quando eu digo: Resvala-me o pé, a tua benignidade [hesed], Senhor, me sustém”, Salmo (94:17-18) e “E, por tua misericórdia, dá cabo dos meus inimigos e destrói todos os que me atribulam a alma: pois sou teu servo” (Sl.143:12).

           

A misericórdia (hesed) divina sustenta a vida

 

Mesmo quando a morte está diante do crente da aliança: “Pois na morte não há recordação de ti; no sepulcro quem te dará louvor? (Sl.6:5).

O hesed sustenta a vida:

– “Volta-te, Senhor, e livra minha alma; salva-me, por tua graça [hesed]” (Sl.6:4).

No Salmo 119 encontramos o hesed como sustentáculo da vida:

– “Vivifica-me segundo a tua misericórdia; e guardarei os testemunhos oriundos da tua boca” (Sl.119:88);

– “Ouve, Senhor, a minha voz, segundo a tua bondade (esed); vivifica- me, segundo os teus juízos” (119:149);

– “Considera em como amo os teus preceitos; vivifica-me, ó Senhor, segundo a tua bondade (hesed)” (119:159).

 

A misericórdia de Deus é eterna

 

A misericórdia divina é apresentada como eterna em alguns textos bíblicos.

Por exemplo:

– “Porque os montes se retirarão, e os outeiros serão removidos; mas a minha misericórdia não se apartará de ti” (Is.54:10);

–  “Com amor eterno te amei, por isso com benignidade (hesed) te atraí” (Jr. 31:3).         Nos Salmos, a misericórdia também é apresentada como eternal.

– “Lembra-te, Senhor, das tuas misericórdias e das tuas benignidades, porque são desde a eternidade” (Salmo 25:6). (Conf. Salmos 89:2-3, 28-29, 33-34; 103:17; 117:2; 138:8).

O hesed e o perdão divino

 

O perdão divino está intrinsecamente ligado à misericórdia de Deus. Baseado nesse conceito que Moisés intercede em favor de Israel, após o pecado do povo sobre o relatório dos espias. Vale a pena destacar que Moisés cita o Senhor para o próprio Senhor, vejamos: “Agora, pois, rogo-te que a força do meu Senhor se engrandeça, como tens falado, dizendo: O Senhor é longânimo, e grande em misericórdia, que perdoa a iniquidade e a transgressão, ainda que não inocenta o culpado… Perdoa, pois, a iniquidade desse povo, segundo a grandeza da tua misericórdia” (Nm.14:17-19).

Certos apelos para perdão encorajam o ponto de vista de que Deus pode escolher entre se lembrar do pecado ou de sua misericórdia, mas não de ambos (Salmos 25:7; 51:1,3). Livramentos são baseados tipicamente na misericórdia do Senhor (Ne.13:22; Salmos 6:4; 44:26; 109:21,26; 119:149). Finalmente, o salmista reconhece que o adorador da aliança só estará no templo de Deus, pela misericórdia divina: “Porém, eu entrarei em tua casa pela grandeza da tua benignidade [hesed]; e em teu temor me inclinarei para o teu santo templo” (Sl.5:7).



Por Alexandre B. Dutra
Pastor, Bacharel em Teologia, Mestre em Letras - Estudos Judaicos (USP), Diretor dos Amigos de Sião e Professor [convidado] do Instituto Tzadik BaEmunah 05/08/2020
 

Rabino Yitschak Lichtenstein

Rabino Yitschak Lichtenstein

 

 

Nascimento: Hungria, 1824.
Morte: Budapeste, Hungria, 16 de outubro de 1909.
S’michá (Ordenação Rabínica): 20 anos, rabino distrital
de Tapiószele, Hungria.

 

Biografia por Henry Einspruch, com notas
autobiográficas.

 
Ele ainda não tinha completado vinte anos quando se tornou rabino, e depois de oficiar por muito tempo em diferentes comunidades ao norte da Hungria, Yitschak Lichtenstein finalmente se estabeleceu como rabino distrital de Tapiószele. Ele permaneceu ali por quase quarenta anos, trabalhando incessante e altruisticamente em prol de seu povo.

No início de seu ministério, um professor judeu da escola pública de seu distrito mostrou-lhe, casualmente, uma Bíblia alemã. Ao folhear o livro, seus olhos depararam-se com o nome “Jesu Christi”. Ele ficou tão furioso que repreendeu o professor, veementemente, por ter algo desse tipo em sua posse. Depois, arremessou o livro para o outro lado da sala, o qual caiu em uma prateleira onde, empoeirado e esquecido, permaneceu por mais de trinta anos.

Por volta daquele período, uma onda implacável de antissemitismo atingiu a Hungria, culminando no, agora histórico, “Caso Tiszaeszlar”. Naquela pequena e pitoresca cidade húngara, situada no Tisza, doze judeus e uma judia foram lançados na prisão, acusados de terem matado uma garota cristã com o intuito de usar o seu sangue para fins rituais — sendo que a parte mais trágica do caso foi o fato de um menino judeu, que fora tirado de seus pais pelo comissário de polícia, ter sido forçado, mediante ameaças e crueldades, a apresentar-se como testemunha principal contra o próprio pai (assistente da sinagoga) e a contar uma história inventada, circunstancial, sobre a garota supostamente assassinada.

Como em todos os outros casos em que essa denúncia diabólica era feita contra os judeus de Tiszaeszlar, a acusação de sangue, em última análise, provava-se falsa e infundada. Vale a pena lembrar que, naquela ocasião, muitos cristãos verdadeiros, dentre os quais se destaca o Dr. Franz Delitzsch, da Universidade de Leipzig, levantaram-se não apenas para defender os judeus, mas também para desmascarar todos os que, através de seus atos, escandalizavam Yeshua aos olhos da comunidade judaica.

O estado mental do rabino Lichtenstein, durante esse período, é melhor revelado em seu Judenspiegel (Espelho Judaico):

“‘Muito me afligiram desde minha juventude — podes declará-lo, ó Yisrael!’ (Salmos 129:1). Não é preciso uma longa explicação para mostrar que, nessas poucas palavras, o salmista resume as amargas experiências e aflições que nós, ao menos a geração mais velha, temos sofrido desde a juventude até agora pelas populações cristãs ao nosso redor.

Zombaria, escárnio, violência e toda sorte de humilhação têm sido a nossa porção até mesmo pelas mãos de crianças cristãs. Eu ainda me lembro das pedras que eram atiradas contra nós enquanto saíamos da sinagoga, e como, durante os banhos no rio, éramos obrigados a assistir, impotentes, as nossas roupas serem lançadas na água ao som de risos e deboche.

Certa vez, com choro e grande pesar, vi meu ser derrubado ao chão, sem a menor hesitação, por um assim chamado “nobre”, apenas porque ele não lhe cedeu espaço, rápido o bastante, em um caminho estreito. Mas sabemos muito bem que essas tristes experiências não são facilmente esquecidas; quisera Deus que tamanha perseguição contra os judeus, por parte dos cristãos, não passasse de uma vírgula insignificante em um longínquo passado!

Conforme as impressões da tenra idade se aprofundam — e mesmo durante o ápice de minha vida, eu não tinha motivos para mudar essas percepções —, não é de admirar que eu cheguei a considerar o próprio Yeshua como a praga e a maldição dos judeus; a origem e o promotor de nossas angústias e perseguições.

Os anos se passaram, e tornei-me adulto, abraçando e nutrindo tal convicção até à velhice. Eu não fazia ideia sobre a diferença entre a verdadeira fé Messiânica e o Cristianismo meramente nominal; eu não sabia nada a respeito de Yeshua, o Messias. Por mais estranho que pareça, foi a terrível acusação de sangue, em Tiszaeszlar, que me levou a estudar a Nova Aliança pela primeira vez. Aquele julgamento trouxe à luz, diretamente de seus esconderijos, todos os nossos inimigos, e mais uma vez, o clamor ecoou como nos tempos de outrora: ‘Morte ao judeu!’ O frenesi foi excessivo, e entre os principais líderes, encontravam-se muitos que usavam o nome de Jesus e sua doutrina como um subterfúgio para encobrir os seus próprios feitos abomináveis.

Essas práticas ímpias de homens que vestiam o nome de Jesus apenas para promover seus intentos malignos despertaram a indignação de alguns cristãos verdadeiros, os quais, com canetas de fogo e vozes de advertência, denunciaram a cólera falaciosa dos antissemitas. Nos artigos escritos por tais homens, em defesa dos judeus, deparei-me muitas vezes com passagens em que o Messias era descrito como aquele que traz alegria aos homens — o Príncipe da Paz, o Redentor —, cujas boas novas são enaltecidas como uma mensagem de vida e amor para todas as pessoas. Fiquei surpreso e mal pude acreditar em meus olhos quando avistei, em um canto escondido, a Nova Aliança que, trinta e poucos anos antes, eu havia tirado, com grande indignação, de um professor judeu. Como posso expressar a sensação que tive ao virar aquelas páginas e ler o seu conteúdo?

Não haviam me contado nem mesmo a metade sobre a grandeza, poder e glória desse Livro; um livro anteriormente proibido para mim. Tudo parecia tão novo, e no entanto, tão familiar; como a visão de um velho amigo que tirou suas roupas empoeiradas e desgastadas para usar trajes festivos, como um noivo em vestes nupciais ou uma noiva adornada com joias”.

Por dois ou três anos, o rabino Lichtenstein manteve suas convicções trancadas em seu coração. O que ele fez, porém, foi ensinar à sinagoga algumas doutrinas novas e estranhas que despertaram tanto o interesse quanto o espanto de seus ouvintes. Por fim, ele não conseguiu mais se conter. Em determinado Shabat, durante o sermão, ele discorreu sobre a parábola dos sepulcros caiados, dizendo, abertamente, ter extraído o assunto da Nova Aliança. Em seguida, apresentou Yeshua como o verdadeiro Messias e Redentor de Yisrael. Com o passar do tempo, ele incorporou suas ideias em três materiais publicados consecutivamente, os quais tiveram grande repercussão entre os judeus não apenas da Hungria, mas de todo o continente europeu — o que não é de admirar, já que se tratava de um rabino maduro e respeitado, ainda no ofício, conclamando seu povo, com palavras calorosas, a abraçar a bandeira do há muito desprezado Yeshua de Natséret1, recebendo-o como seu verdadeiro Messias e Rei.

Inevitavelmente, tão logo a liderança da comunidade judaica compreendeu as implicações da posição e dos escritos de Lichtenstein, rios de perseguição irromperam contra ele. Desde os púlpitos sinagogais até a imprensa judaica, a acusação de apostasia era-lhe constantemente imputada, e aquele que, poucas semanas antes, era contado entre os líderes e mestres mais nobres, agora, era apresentado como uma desgraça e uma vergonha à nação; tudo porque ousou pronunciar o odiado nome de Yeshua.

Foi espalhado um boato difamatório de que ele se vendera aos missionários. Alguns até mesmo alegaram que ele nunca chegou a escrever os panfletos, mas que, na verdade, foi subornado a assiná-los com o próprio nome. Ele teve de comparecer, mediante intimação, à assembleia do rabinato em Budapeste. Ao adentrar o salão, ele foi saudado com as palavras: “Retrate-se! Retrate-se!”. “Senhores,” — disse o rabino — “eu certamente me retratarei se vocês me convencerem de que estou errado”.

O grão-rabino Kohn propôs um acordo. Lichtenstein poderia acreditar no que quisesse, em seu coração, desde que parasse de ensinar sobre Yeshua. Quanto àqueles panfletos horríveis que ele já escrevera, os danos poderiam ser reparados de forma bastante simples. O Sínodo dos rabinos elaboraria um documento para explicar que Lichtenstein agira em um breve momento de insanidade. Tudo o que ele precisaria fazer seria assinar a declaração. O rabino Lichtenstein respondeu, calmamente — embora indignado —, que a proposta era muito estranha, uma vez que ele gozava de suas plenas faculdades mentais. Sendo assim, os rabinos exigiram que ele renunciasse ao seu cargo e se convertesse ao Cristianismo, formalmente, por meio do batismo. Mas ele replicou, dizendo que não tinha o menor interesse em se juntar a uma igreja, pois encontrara o verdadeiro Judaísmo na Nova Aliança, e queria permanecer com a sua congregação, como antes, ensinando-a na sinagoga.

E ele o fez, apesar das muitas perseguições e difamações que sofreu. Em sua posição oficial como rabino distrital, ele continuou ensinando a Nova Aliança. Essa era uma prova comovente de seu grande apego à comunidade local, que era a única detentora de plenos poderes para solicitar a sua exoneração. Aliás, muita pressão foi feita contra eles, de modo que alguns membros da congregação e os parentes de sua esposa foram completamente arruinados por boicotes comerciais, e ainda assim, permaneceram fiéis a ele.

A essa altura, o rabino Lichtenstein e seus escritos haviam-se tornado amplamente conhecidos, e muitas organizações cristãs procuravam os seus serviços. O Papado, por sua vez, logo percebeu a importância do homem, de modo que um emissário especial, enviado pelo Papa, foi a Tapiószele com ofertas tentadoras para que, se possível, ele se entregasse ao serviço de Roma. Sua resposta era a mesma para todos:

“Permanecerei entre o meu próprio povo. Amo o Messias e creio na Nova Aliança, mas não tenho a menor vontade de me juntar à Cristandade. Assim como o profeta Yirmeyá, após a destruição de Yerushaláyim — a despeito das generosas ofertas de Nevuchadnetsár2 e do capitão de sua hoste —, escolheu permanecer e lamentar entre as ruínas da Cidade Santa, junto com o remanescente de seus irmãos, assim também permanecerei entre os meus próprios irmãos, como um sentinela do lado de dentro, implorando-lhes que contemplem Yeshua, a verdadeira glória de Yisrael”.

Por fim, depois de perder tudo na tentativa de socorrer alguns dos membros de sua congregação, e com a saúde muito debilitada em decorrência das inúmeras angústias e provações (como resultado de sua ousada defesa pela verdade), ele renunciou, voluntariamente, ao seu cargo de rabino distrital.

Ele estabeleceu-se em Budapeste, onde achou amplo escopo para os seus talentos. A oposição, entretanto, foi implacável: Ele era seguido e até mesmo fisicamente agredido na rua. Seu barbeiro foi subornado por cinquenta Kronen (coroas austro-húngaras) para desfigurar a sua linda barba. Seu senhorio vigiava meticulosamente todos os que o visitavam, reportando para as autoridades rabínicas.

Por outro lado, ele era constantemente entrevistado e abordado por judeus de todo tipo. “A sabedoria eleva em plena rua a sua voz, e grita suas palavras pelas praças (Provérbios 1:20)”, escreveu certa vez a David Baron, seu amigo.

“Médicos, professores e oficiais, bem como mulheres instruídas, vêm à minha casa. Muitas famílias influentes também nos visitam, as quais repudiam a conduta severa do rabinato local em relação a mim. Muitos estrangeiros também me visitam. Frequentemente, tenho discussões sérias e profundas com talmudistas e rabinos vindos de longe, os quais desejam restaurar-me ao meu bom senso. Mas vale a pena mencionar que muitos deles, desprovidos de qualquer conhecimento sobre a Nova Aliança, logo depois de me encararem, inexpressiva e incredulamente, enquanto eu cito seus sublimes ensinamentos, imploram que eu lhes forneça uma cópia”.

Por mais de vinte anos, o rabino Lichtenstein testemunhou, em diversas partes do continente, a verdade acerca de Yeshua, o Messias. Em determinado momento, as tempestades de controvérsia, desentendimento e antagonismo começaram a pesar sobre ele. Seu espírito, contudo, permaneceu inabalável. Por volta daquela época, ele escreveu:

“Queridos irmãos judeus, eu fui jovem, e agora sou velho. Atingi a idade de oitenta anos, da qual o salmista fala como sendo o ápice da vida humana sobre a Terra. Enquanto outros da minha idade estão colhendo os frutos de seu trabalho, eu estou sozinho, quase abandonado, porquanto ergui a voz em advertência: ‘Retorna, ó Yisrael, ao Eterno, teu Deus, porque tua iniquidade provocou todos esses tropeços! Busca [estas] palavras sinceras e com elas retorna ao Eterno’ (Oseias 14:2-3a). ‘[Beijai o Filho,] para que Ele não liberte Sua ira e vosso caminho conduza ao abismo’ (Salmos 2:12).

Eu, um honrado rabino por quarenta anos, sou tratado agora, na minha velhice, por meus amigos, como alguém possuído por um espírito maligno, e por meus inimigos, como um desertor. Tornei-me um alvo de zombadores que apontam o dedo para mim. Mas enquanto eu viver, ‘Escalarei meu posto de vigília’ (Habacuque 2:1) — ainda que eu permaneça ali completamente sozinho. Ouvirei as palavras de Deus, e esperarei pelo dia em que Ele retornará a Sião, com misericórdia, e Yisrael encherá o mundo com seu jubiloso clamor: ‘Hoshá-Na ao Filho de David. Bendito é o que vem em nome do Eterno! Hoshá-Na nas alturas!’ (Mateus 21:9)”.

De forma bem repentina, ele adoeceu e não resistiu por muito tempo. Ao perceber que o seu fim estava próximo, dirigiu-se à sua esposa e à enfermeira:

“Deem os meus sinceros agradecimentos e saudações aos meus irmãos e amigos. Boa noite, meus filhos. Boa noite, meus inimigos; vocês já não podem mais me ferir. Há um só Deus e Pai de todos os que são chamados filhos no céu e na terra, e um só Messias, que deu a sua vida na árvore maldita para a salvação dos homens. Em Tuas mãos, confio o meu espírito!”.

O dia foi sombrio: eram oito horas da manhã de uma sexta-feira, dia 16 de outubro de 1909, quando o venerável rabino partiu para a presença do Eterno.


Excertos de Cartas Pessoais (Do Rabino Lichtenstein para o seu filho Dr. Emmanuel Lichtenstein)

“Por Sua divina providência, chegou às minhas mãos, acidentalmente, uma Nova Aliança que, por muitos anos, eu deixara intocada no canto de uma estante. Em cada linha, em cada palavra, o espírito judaico fluía: luz, vida, poder, perseverança, fé, esperança, amor, santidade; fé ilimitada e indestrutível em Deus; da bondade à prodigalidade; da moderação à renúncia própria; do contentamento à exclusão de qualquer senso de necessidade; compaixão, gentileza, consideração pelo próximo e amor incondicional: tudo isso permeava o livro.

Cada princípio nobre, cada ensinamento de pureza e moral; todas as virtudes patriarcais com as quais Yisrael foi adornado em seu auge — e ainda o é, até certo ponto, como herdeiro da comunidade de Yaakov —, eu encontrei neste livro dos livros, refinados e simplificados, contendo bálsamo para cada aflição da alma, conforto para cada angústia, cura para cada dano moral; renovação de fé e ressurreição para uma nova vida que agrada a Deus.

Eu pensava que a Nova Aliança era de todo impura; uma fonte de arrogância, de egoísmo, de ódio e do pior tipo de violência. Mas assim que comecei a leitura, fui tomado por um sentimento peculiar de familiaridade e de admiração. Uma glória repentina… uma luz resplandeceu minha alma. Estava procurando por espinhos, mas encontrei rosas; descobri pérolas em vez de cascalhos; no lugar de ódio, amor; no lugar de vingança, perdão; em vez de opressão, libertação; em vez de arrogância, humildade; conciliação, não inimizade. Em vez de morte, vida, salvação, ressurreição e tesouros celestiais.

O povo judeu está doente há dois mil anos; em vão, busca a cura e a ajuda de médicos; em vão, gasta todos os seus recursos. Apenas mediante a fé em Yeshua, através do poder que emana do Messias, ele pode encontrar a cura. Que ele contemple Yeshua em sua glória celestial, em sua divindade, exaltado e grande como a eternidade; o Redentor, o Messias, o Príncipe da Paz.

Eu disse: ‘Os dias ensinam a falar e a multiplicação dos anos devem ensinar a sabedoria. Mas há um espírito em cada ser humano, e é o alento do Todo-Poderoso que lhe proporciona o entendimento’ (Jó 32:7-8).

Quando o Sanhedrin3 e os sacerdotes, em Yerushaláyim, quiseram silenciar Shimon Kefa e os Emissários, um fariseu chamado Gamli’el, muito estimado por todo o povo, levantou-se e disse: ‘Deixem esses homens e soltem-nos. Se essa ideia ou movimento tiver origem humana, fracassará. Mas, caso proceda de Deus, não serão capazes de impedi-los; vocês se acharão lutando contra Deus!’ (Atos 5:38-39). Aquela obra provinha do Eterno, pois não pereceu com o passar do tempo. O fogo santo não foi suprimido nem tampouco extinguido pelas muitas tempestades que sobrevieram contra ele; antes, intensificou-se ainda mais, e passados dezoito séculos, ele continua brilhando, mais forte e mais límpido, cheio dos mais enobrecedores pensamentos, estendendo, continuamente, o seu domínio através dos tempos.

As Boas Novas do Messias ultrapassaram Alexandre, que parou às margens do Indo; ultrapassaram Crasso, que parou às margens do Eufrates; ultrapassaram Varo, que parou às margens do Reno; ultrapassaram todos os conquistadores, e só pararão quando alcançarem todo o Yisrael.

‘Nasce o Sol, depois se põe, e se apressa a voltar ao lugar onde de novo virá a nascer. Segue para o sul e chega em círculo até o norte; o vento (por sua vez) gira em círculos e retorna ao lugar de onde partiu’ (Eclesiastes 1:5-6)”.


Trecho de uma Entrevista Pessoal Publicada

“Eu nunca conheci o Eterno até conhecer o Messias. Deus, para mim, era apenas um juiz severo. Agora, no Messias, eu O conheço como um Pai inexprimivelmente misericordioso e infinitamente amável. Através do Messias, eu lanço fora toda preocupação, como um pássaro que, depois de um mergulho no rio, sacode a água de suas asas. Meus inimigos, com escárnio, chamam-me de ‘missionário’. Mas eu lhes respondo: Sim, eu sou um ‘missionário’ no mesmo sentido que Avraham também o foi; no sentido de ter como missão guiar e auxiliar as pessoas no caminho certo. Se eu luto para conduzir pessoas à Verdade revelada em Yeshua, então, eu sou um ‘missionário’. Recentemente, um rabino escreveu-me: ‘Você nos mostrou a escada que conduz ao céu!’. Essa é a minha missão. É certo que temos dez mil promessas no firmamento da Escritura, claras como as estrelas no pináculo da noite, a fim de acender e sustentar a esperança de que os judeus virão, em grande número, ao Senhor Yeshua, o Messias, o grande e bom Médico, e de que eles tocarão a orla do seu manto, recebendo, assim, toda a cura, toda a força e toda a alegria de que necessitam para o seu magnificente propósito na terra e ministério no céu”.4


Notas

1. viz. Nazaré (נצרת).
2. viz. Nabucodonosor (נבוכדנצר).

3. viz. Sinédrio (סנהדרין).
4. O texto original inglês pode ser encontrado em http://realmessiah.org/index.php/en/testimonies.