O Líder e o Libertador: As Semelhanças entre Moisés e o Messias

O Líder e o Libertador: As Semelhanças entre Moisés e o Messias

 

Moisés, o primeiro redentor, montou em um jumento, deu aos israelitas maná e comida, e trouxe água. Assim também deve o Messias ser visto montado em um jumento, deve trazer maná do alto, e trazer aos rios de Yehudá fluência de água” (Midrash Eclesiastes, 1) 

Este Midrash me lembra uma importante profecia a respeito do Maschiach encontrada na Torá:  

ADONAI levantará, dentre seus parentes, um profeta semelhante a mim. Prestem atenção a ele” (Devarim/Deuteronômio 18.15).  

Não é necessário investirmos tempo em detalhar a importância de Moisés para o povo de Israel, basta apenas ressaltarmos sua proeminência ao ser escolhido por ADONAI para ser o libertador de Israel do Egito, para ser o grande líder que conduziria o povo no deserto rumo a Terra Prometida, e para receber no monte Sinai a Torá do próprio D’us e transmiti-la ao povo, sendo assim chamado, com a reverente afeição de discípulos em relação ao mestre, Moshe Rabenu – “Moisés, nosso Mestre”. 

Da boca do próprio Moisés recebemos a revelação de que um outro profeta seria levantado também por ADONAI dentre o povo de Israel e que assim como Moisés este profeta deveria ser ouvido. Mas por que ele deveria ser ouvido? Porque assim como Moisés era poderoso em palavras e obras (conforme texto da Brit Hadashá – Atos 7.22) o novo profeta também seria, pois traria ensinamentos não de si mesmo, mas do Eterno, como Moisés também recebera no Sinai: 

 “Levantarei para eles um profeta semelhante a você dentre os parentes dele. Porei minhas palavras em sua boca, e ele dirá tudo o que lhe ordenar” (Deuteronômio 18.18). 

O Midrash em questão curiosamente nos traz um paralelo interessante entre Moisés, o primeiro redentor, e o Messias, o último redentor, ou seja, certas obras do segundo seriam semelhantes às do primeiro “assim também deve o Messias…”. Seria este novo profeta prometido por ADONAI o Messias de Israel? Sim, Yeshua! É importante observarmos que ADONAI deixa uma pista importante sobre este novo profeta para que quando ele chegasse pudesse ser identificado pelo povo, Ele diz no texto da Torá que ele seria “semelhante a Moisés”. 

As similaridades encontradas na vida de Moisés e na vida de Yeshua HaMashiach são impressionantes!  

Vejamos algumas:  

  • Tanto Moisés quanto Yeshua, quando meninos, foram preservados da morte decretada pelos governantes (Êxodo 1.15 – 2.10 / Mateus 2.13-15); 
  • foram rejeitados pelos seus (Êxodo 2. 11-14 / Jo 1.11);  
  • eram mansos em suas personalidades (Números 12.3/ Mateus 11.29);  
  • foram poderosos em palavras e obras (Atos 7.22 / Lucas 24.19);  
  • eram fiéis: 

“Portanto, irmãos separados por Deus, que partilham o chamado celestial, pensem com cuidado sobre Yeshua, a quem reconhecemos publicamente por emissário de Deus e Cohen gadol. Ele foi fiel a Deus, que o havia constituído, como Moshe foi fiel em toda a casa de Deus” (Hebreus 3.1-2 fazendo referência a Números 12.7).  

Entretanto, a principal semelhança entre eles destacada no texto da Torá era que ambos falariam as palavras que o Eterno lhes designasse. 

Yeshua nunca transmitiu nada ao povo de Israel que não fosse ordenado por ADONAI. Em certa ocasião ele disse: 

 “Porque não falei por iniciativa própria, mas o Pai me enviou e me deu uma ordem, isto é, o que dizer e o que falar. Sei que o seu mandamento é vida eterna. Portanto, digo simplesmente o que o Pai me mandou dizer” (João 12.49-50).  

Yeshua estava comprometido em transmitir somente as palavras e ensinamentos do Eterno e este seu testemunho está completamente em acordo com as palavras pronunciadas pelo Eterno a Moisés: 

 “Levantarei para eles um profeta semelhante a você dentre os parentes deles. Porei minhas palavras em sua boca, e ele dirá tudo o que lhe ordenar” (Deuteronômio 18.18). 

Estas palavras tinham que necessariamente ser ouvidas “...a ele ouvirás…” e, caso alguém do povo de Israel não desse crédito a este profeta, tal pessoa teria sérios problemas com o Eterno:  

“Quem não ouvir minhas palavras, que ele falará em meu nome, prestará contas de si mesmo a mim” (Deuteronômio 18.19). 

As palavras ditas por Yeshua, se ouvidas, são capazes de vivificar o coração morto; de levantar aqueles que se encontram prostrados e desfalecidos assim como fora a ação do Ruach Hakodesh (Espírito Santo) na visão de Ezequiel no vale de ossos secos (Ezequiel 37). Yeshua disse:  

“É o Espírito que dá vida; a carne em nada ajuda. As palavras que lhes disse são Espírito e vida; contudo, alguns de vocês não confiam” (João 6.63) 

Estes que “não confiam”, ou seja, não ouvem, são os que a Torá diz que prestarão contas de si mesmo ao Eterno. 

É bem verdade que Rashi (1040-1105) minimiza o peso messiânico destes versos da Torá ao afirmar que a passagem não se refere a apenas um único profeta que virá, mas de toda cadeia de profetas ao longo do Tanach dos quais Malaquias é o último.1 Contudo, uma leitura simples, porém atenta, nos mostra que o Eterno se refere a uma única e exclusiva pessoa: “Levantarei para eles um profeta…”; “…Porei minhas palavras em sua boca…; “e ele dirá tudo o que lhe ordenar”.  

Kefa (Pedro), talmid (discípulo) de Yeshua, faz menção a esta passagem da Torá ao falar para uma multidão de judeus habitantes de Jerusalém. O contexto de seu discurso aponta para Yeshua HaMashiach como o profeta semelhante a Moisés prometido pelo Eterno (At 3.22-23).  

Prestemos atenção em mais um escrito rabínico acerca do Messias e Moisés:  

“Eis que o meu servo terá êxito [Is 53:12] – este é o rei Messias. Exaltado, elevado e muito alto – mais exaltado que Abrahão […] mais elevado que Moisés […] e mais alto que os anjos ministradores […] porquanto o Messias é maior que os Patriarcas” (Yalkúlt Shimoní – Isaías 52, Rémez 476).  

É maravilhoso ler estas palavras de exaltação ao Rei Messias! Notem que ele é colocado em primazia, numa posição hierárquica acima de grandes homens da Torá e até mesmo de Moisés. Sim, o profeta semelhante, Yeshua Hamashiach, é mais elevado que Moisés! Na carta endereçada aos Judeus Messiânicos (Hebreus 3.3) encontramos esta mesma verdade espiritual:  

“Yeshua, porém, merece mais honra que Mosheh, da mesma forma que o construtor de uma casa tem mais honra do que a própria casa”.  

O Midrash Eclesiastes segue com as identificações do Messias dizendo que ele deve ser visto montado em um jumento em alusão a profecia messiânica de Zacarias 9.9 

 “Alegre-se com todo o seu coração, filha de Tziyon! Grite, filha de Yerushalayim! Veja: seu rei vem até vocês. Ele é justo e vitorioso. Contudo, é humilde – ele está montado em um jumento, sim, em uma cria de jumento” 

Notadamente esta profecia igualmente se cumpre em Yeshua HaMashiach: 

“No dia seguinte, a grande multidão que veio para a festa ouviu que Yeshua estava a caminho de Yerushalayim. Pegaram ramos de palmeiras e saíram ao encontro dele, gritando: ‘Liberte-nos!’ ‘Bendito é o que vem em nome de ADONAI, o Rei de Yisra’el!’. Depois de encontrar um jumentinho, Yeshua montou nele, como o Tanach diz: ‘Filha de Tziyon, não tenha medo! Veja: seu rei está vindo, sentado em um jumentinho’” (João 12.12-15).  

O Midrash prossegue dizendo que assim como Moisés alimentou o povo com o maná, o Messias deve também trazer o maná do alto. Na verdade, Yeshua é o “próprio maná do alto” que veio para saciar a fome espiritual do povo de Israel. Em alusão àquele que D’us fez cair do céu para alimentar o povo no deserto, Yeshua disse: “Eu sou o pão vivo que desceu do céu; se alguém comer deste pão, viverá para sempre” (João 6.51a).

Ao analisarmos as profecias messiânicas, percebemos que muitos detalhes da vida e obra de Jesus encontram um paralelo impressionante nos escritos proféticos. Para uma compreensão mais completa dessas profecias e suas implicações, convido você a explorar nosso curso online “As Credenciais do Messias”. Nesse curso, vamos aprofundar nossa análise em cada uma das profecias, comparando-as com os eventos históricos e os ensinamentos de Jesus. Saiba mais aqui. 

Que estejamos atentos a solene voz de Yeshua Hamashiach para darmos ouvidos às suas palavras colocadas em sua boca por ADONAI. Não negligencie a sua voz, o profeta Yeshua ainda pode ser ouvido. Ele fala por meio do Tanach e da Brit Hadasha (Nova Aliança).  

Ouça-o enquanto é tempo!  

 

Por Romualdo Jr 

Você sabe por que a Salvação vem dos Judeus?

Você sabe por que a Salvação vem dos Judeus?

 

 

(Jo.4:6-26) 

Durante seu icônico diálogo com Jesus, a mulher samaritana, ao perceber que não estava diante de uma pessoa comum, mas de um profeta (v.19) que poderia pôr fim a uma importante dúvida, quis saber quem estava certo, os samaritanos ou os judeus, no que concernia à Salvação. Nesse contexto, Jesus começa explicando que a Salvação vinha dos Judeus e não dos Samaritanos (v22). 

Antes é necessário pontuar sucintamente quem eram os samaritanos e por que tanto a dúvida da mulher, como a resposta de Jesus fazem todo o sentido: 

Os samaritanos são os descendentes da miscigenação promovida após o exílio do Reino do Norte. Em II Reis 17, vemos que o rei da Assíria, transportou a população das 10 tribos do reino do Norte para a Assíria e depois, trouxe gente da Babilônia e outros lugares para povoar Samaria. O povo que foi levado, nunca retornou e o povo que foi trazido trouxe consigo, sua religião pagã que se misturou à idolatria já praticada na região criando uma religião mista. Eles criam somente na Torá (o pentateuco), não seguiam a tradição, não guardavam todas as festas e acreditam que foi no monte Geresin e não no monte Moriá onde Abrão quase ofereceu Isaque e onde Deus entregou a Lei a Moisés.  Dito isso, fica mais fácil entender por que Jesus afirma que os samaritanos adoram o que não conhecem… 

Isto posto, podemos afirmar que a Salvação vem dos judeus (v.22) porquê:  

1. O Salvador foi prometido ao povo de Israel.  

Durante todo o antigo testamento nós encontramos as profecias a respeito da vinda do Messias e em Atos 13, Paulo faz uma explanação sobre esse assunto numa sinagoga em Antioquia da Psídia. 

No verso 16, ele diz que a promessa do Evangelho fora prometida a seus irmãos, filhos de Abraão”.  Diz também no verso, 23 que “da descendência de Davi, conforme a promessa, trouxe Deus a Israel o Salvador que é Jesus”, e prossegue nos versos 32 e 33: “Nós vos anunciamos o Evangelho da promessa feita a nossos pais e como Deus a cumpriu plenamente (…) ressuscitando a Jesus”.    

Paulo, apesar de estar falando a judeus em uma sinagoga, está fora dos domínios de Israel, atestando ser Jesus o Salvador que lhes havia sido prometido por meio das promessas feitas primeiro aos patriarcas e depois ao povo por meio dos profetas. 

 

2. O Salvador era judeu 

Como vimos em Atos 13, Jesus era descendente de Davi, portanto judeu.  

Nós podemos encontrar sua árvore genealógica em Mateus e em Lucas. 

O próprio Jesus afirmou no livro de apocalipse no capítulo 5, verso 5 que é o Leão da tribo de Judá.  

Em suas últimas palavras, as últimas palavras de Jesus na Bíblia, em apocalipse 22:16, Ele diz: “Eu sou Jesus…. sou a raiz de Davi”, fazendo alusão a Isaías. Em outras palavras, Ele está dizendo: Eu sou o rebento que brotou do troco de Jessé. (Is11:1) – Jesus literalmente está dizendo EU SOU O MESSIAS JUDEU”. 

 

3. A Bíblia é um livro escrito por judeus. 

E por falar em Escrituras, podemos claramente observar que é um livro escrito essencialmente por judeus. De todos os autores, apenas Lucas é sabidamente, não judeu.  

E as Escrituras Sagradas são precisamente os textos que trazem a revelação do plano de redenção estabelecido por Deus através do Messias. 

Isso significa que tanto a revelação da promessa de Salvação, como também seu cumprimento em Cristo Jesus, foram basicamente entregues a judeus. 

Romanos 9. 4-5 diz: “São Israelitas, de quem é a adoção, a glória, as alianças, a Lei, o culto e as promessas; de quem são os patriarcas; e de quem descende o Cristo segundo a carne, o qual é sobre todas as coisas, Deus bendito eternamente, Amém”.  

 

4. Os primeiros mensageiros do evangelho eram judeus 

O ministério de Jesus foi exercido essencialmente dento dos limites de Israel; os 70 comissionados eram judeus; o ide por todo mundo e pregai o evangelho a toda criatura foi dito aos apóstolos, que eram judeus; Atos 1:8 foi proferido a um grupo de judeus. 

Um adendo importante: Em Atos 11:1, vemos que um grupo de crentes judeus, chamados de “os da circuncisão” ficaram sabendo que “gentios também haviam recebido a Palavra de Deus”, não entendiam como um não judeu poderia ser salvo, Pedro então narra a visão que tivera e o episódio acontecido na casa de Cornélio, concluindo nos versos 17 e 18: “que se Deus lhes deu o mesmo dom que eles haviam recebido quando creram no Senhor Jesus Cristo, quem eram eles para resistir a Deus?”. O texto diz que as coisas se apaziguaram e eles entenderam que “até aos gentios Deus deu o arrependimento para a vida”. 

Pouco tempo depois, por causa da morte de Estevão, os que foram dispersos chegaram até Antioquia da Síria, onde foi fundada a primeira igreja gentílica.  

Veja que antes desse relato, vemos Jesus, Felipe e Pedro compartilhando o evangelho a gentios, mas eram gentios que de alguma maneira já tinham contato com a fé no Deus de Israel:  A mulher, Siro-fenícia e o oficial romano, foram atrás de Jesus e ao parecer tinham algum conhecimento das profecias a respeito do Messias. Os Samaritanos, apesar de não serem judeus, têm sua história diretamente ligada a Israel desde a divisão do reino e seu posterior cativeiro. O Oficial etíope estava lendo o livro de Isaías quando Felipe o encontrou. Cornélio estava observando o rito da oração das nove quando foi surpreendido por um anjo… Parece ser que estas pessoas de alguma forma, talvez já estarem acostumados com os costumes judaicos, e aparentemente tinham algum contato prévio com as profecias e com a Lei de Moisés. Um messias judeu não era algo alheio.  

Em Antioquia da Síria, a Situação é completamente diferente: Antioquia era a terceira maior cidade Romana na época. Só perdia para Roma e Alexandria. Estamos lidando com pessoas que provavelmente sabiam muito pouco, ou mesmo nada, sobre Israel e a profecia Bíblica. E elas começam a se converter!!!  

Novamente surge um embate: “Já sabemos que os gentios crentes podem crer no Messias judeu, mas, uma vez que creem, precisam viver como judeus”? É feito o primeiro concílio da igreja (Atos 15) e chega-se à conclusão de que um não judeu, ou seja: um gentio crente não precisa guardar a lei e viver como um judeu! 

Resumindo: Os gentios não só poderiam receber a Salvação, como também não precisariam guardar a lei Mosaica. Ou seja: um gentio não precisa viver como um judeu para receber a Salvação oferecida pelo Messias. 

Vencidos estes desafios, foi desde Antioquia, uma igreja gentílica, o lugar escolhido pelo Espírito Santo para que de lá saíssem os primeiros missionários ao mundo gentílico. O Grande detalhe é: Estes missionários eram dois judeus: Paulo e Barnabé. Judeus pregando aos gentios!!! Cumprindo o que foi dito em Atos 1:8 sobre “receber poder para testemunhar tanto em Jerusalém, como em toda a Judeia e Samaria e até os confins da terra”. 

 

5. Os primeiros a receber a mensagem eram majoritariamente judeus. 

Como acabamos de ver, o movimento de crescimento da Igreja se deu: primeiro com judeus que estavam em Jerusalém. A Bíblia relata que após a descida do Espírito Santo, Pedro e João começaram a pregar no templo e cada dia a igreja crescia. 

Em Atos 3, durante um discurso no Templo, Pedro afirma a partir do verso 25 para os ali presentes: “vocês são filhos dos profetas e da aliança que Deus estabeleceu com seus pais, dizendo a Abraão: na tua descendência serão abençoadas todas as nações da terra e que tendo Deus ressuscitado a Jesus, seu servo, o enviou primeiro a vocês para vos abençoar, no sentido de que cada um se aparte de suas transgressões” – Note que a benção que foi dada a Israel foi o direto ao arrependimento dos seus pecados. 

Podemos constatar que a primeira igreja foi organizada em Jerusalém e as igrejas que se formaram nos primeiros anos eram majoritariamente compostas por judeus. Antioquia veio depois e foi ratificada pela liderança da igreja de Jerusalém depois do relato de Paulo e Silas. 

As cartas de Hebreus e Thiago foram escritas para crentes judeus. 

Voltando a Atos 13, vemos Paulo pregando em uma sinagoga. Podemos observar que desde sua primeira viagem missionária, ir primeiro à sinagoga e somente depois a outras partes da cidade, se apresenta como uma estratégia. 

Esse método nos deixa claro que apesar da convicção de Paulo de que o evangelho deveria chegar aos gentios, ele deveria ser apresentado primeiro aos judeus, como ele mesmo afirma em Romanos 1:16: “Porque não me envergonho do evangelho de Cristo, pois é o poder de Deus para salvação daquele que crê, primeiro do judeu e também do grego”.  

Há uma lógica implícita aqui: Se o messias foi prometido ao judeu, faz todo sentindo que a notícia chegue primeiro a ele. Imagine por um instante, Paulo pregando a um grego que o messias prometido pelo Deus de Israel havia vindo ao mundo e que sua morte e ressurreição trazia vida eterna para a todos os povos. O grego se interessa no assunto e pergunta como os judeus têm recebido essa notícia. Como Paulo poderia responder a essa pergunta se não pregasse primeiro aos judeus??? 

Mas há outro detalhe importante também: Pregar primeiro nas sinagogas significava pregar não somente aos judeus, mas também aos prosélitos, que Paulo aqui descreve como tementes a Deus. Estes eram gentios, conhecedores das Escrituras e, como os judeus, aguardavam a promessa do messias. Seria muito mais fácil pregar a um gentio nessas condições. 

Até aqui nós podemos observar, pelo menos 5 razões pelas quais, Jesus disse à mulher samaritana que “a Salvação vem dos judeus”: O Salvador foi prometido a Israel, como alguém da linhagem de Davi, portanto o Salvador necessariamente seria judeu. É num livro judaico que encontramos todas as profecias para que possamos identificar o Messias prometido pois os judeus foram o povo a quem Deus confiou o registro dessa promessa e seu cumprimento. Os primeiros ouvintes dessa mensagem eram judeus e, por conseguinte, os primeiros mensageiros do evangelho também eram judeus.  

Podemos concluir que a história da Salvação em todos os seus desdobramentos se dá desde e a partir de Israel Obviamente o fato de o Messias ser um judeu oferecendo salvação a todo aquele que cresse nele, já seria uma resposta satisfatória. E, de fato, quando Jesus afirmou que a Salvação vinha dos judeus, a samaritana imediatamente lembrou do Cristo, o Messias. Poderia até haver dúvidas quanto ao local apropriado para o culto, mas não quanto ao fato de o messias que haveria de vir ser um judeu. 

A judaicidade de Jesus que inicialmente foi uma barreira ao final se mostrou motivo de grande alegria superando todas as expectativas daquela mulher. Jesus lhe mostra que a Salvação vinda dos judeus estava ali diante dela. 

Aquela mulher que possivelmente estava ali naquele horário sozinha para não se expor por conta de sua história de vida, parece esquecer esse detalhe ao sair dali anunciando aos moradores da cidade que havia encontrado o Messias!!! O encontro com Jesus transformou aquela mulher.  

Depois de dois dias ela pode ouvir, da boca de muitos daqueles que provavelmente antes a recriminavam, que a princípio creram pelo seu testemunho, mas agora criam porque eles mesmos haviam estado com Jesus e sabiam que “Ele verdadeiramente era o Salvador do mundo” (v.42).  

Aqui no Brasil, tão distante no tempo e no espaço, nós adoramos ao Deus de Israel. Assim, como a samaritana e tantos outros, nós fomos abençoados porque o evangelho chegou até nós por meio desse povo, criado por Deus, para que dele viesse o Messias. E a melhor maneira de retribuir essa benção a este povo é apresentar-lhes o seu messias judeu.

Por Suzana Rodrigues

 

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JESUS E A LEI DE DEUS

JESUS E A LEI DE DEUS

Durante o breve período em que Jesus ministrou publicamente para os judeus da Galileia, Ele disse muitas coisas que não foram fáceis de ouvir. Seus ensinamentos éticos eram difíceis de aceitar. Sua visão do Reino dos Céus era revolucionária. Mas, através de tudo isso, Sua devoção à Torah (a Lei) permaneceu firme.

Para tranquilizar os Seus ouvintes a respeito disso, Ele proferiu um pensamento muito famoso e mal-entendido.

Devemos entender que Jesus era judeu e pregava para um público judeu.

Embora Ele fosse amado por muitos, alguns de Seus seguidores judeus estavam preocupados que Ele estivesse preconizando uma espécie de antinomismo (ser contra a Lei – o Antigo Testamento).

Mas, essa nunca foi a intenção dele.

No Sermão da Montanha, Jesus assegurou aos Seus discípulos que, apesar do conteúdo revolucionário de alguns de Seus ensinamentos, Ele não tinha nenhuma intenção de “abolir a lei ou os profetas”.

Jesus disse que “de forma alguma desaparecerá da Lei a menor letra ou o menor traço, até que tudo se cumpra” (Mateus 5:18).

O texto original em Grego do Evangelho de Mateus diz “nem um iota”. A letra grega iota é derivada da letra hebraica yod. Seu nome se originou na palavra hebraica yad (יד), que significa “mão”, porque tem a forma de um dedo mindinho. Yod é um tracinho quase invisível.

O público de Jesus falava também Hebraico e teria compreendido de imediato a Sua colocação: o não desaparecer da Lei o menor yod significa que nem mesmo o menor detalhe será eliminado da Torah.

A pergunta que naturalmente surge é: Se Jesus disse que a Lei permanecerá intacta, como Ele mesmo vai instituir uma NOVA ALIANÇA em que muitos preceitos da Lei, seus aspectos cerimoniais, por exemplo, serão abolidos?

A resposta está na própria declaração de Jesus, em Mateus 5:18 (“Porque em verdade vos digo que, até que o céu e a terra passem, nem um jota ou um til jamais passará da lei, sem que tudo seja cumprido”).

Primeiramente Jesus afirma a total inerrância e absoluta autoridade do Antigo Testamento.

E até a Eternidade futura (quando haverá Novos Céus e Nova Terra), todo o Antigo Testamento permanecerá com seus ensinos, princípios e descrição do Plano de Deus, que são vitais para a correta compreensão da Nova Aliança.

Contudo, quando Jesus disse que “… até que tudo se cumpra”, Ele estabelece que estava cumprindo toda a Lei (Cerimonial e Moral); e, com Sua morte e ressurreição, Ele iria cumprir a Lei Judicial, quer dizer TUDO SERIA CUMPRIDO em Seu ministério (Gálatas 3:13).

Cumprindo toda a Lei, Jesus estabelece a Nova Aliança, que é, em sua natureza, o aperfeiçoamento da Antiga Aliança, tendo nela sua base moral e o cumprimento dos seus símbolos e cerimônias (Hebreus 9 e 10)!

Talvez uma ilustração de W. Wiersbe nos ajude a entender: O que você pode fazer com uma semente? Pode destruí-la por esmagar e neutralizá-la. Ou pode plantá-la, e dela nascerá uma planta nova (de sua natureza) que produzirá frutos e cumprirá o propósito para a qual Deus a criara.

 


Pr. José Nogueira

Pastor Sênior da Igreja Batista Fundamentalista Cristo é Vida

Fortaleza – CE

 O TEMPO DE DEUS

 O TEMPO DE DEUS

Lembre-se sempre de que o SENHOR não opera somente com respostas imediatas.

Ele pode fazer as coisas acontecerem imediatamente! Sim, Ele tem poder e autoridade para atender imediatamente à nossa súplica – Ele tem o domínio de tudo e todo o poder em Suas mãos.

Porém, em algumas situações, Ele quer fazer mais do que um milagre circunstancial. Pois, Ele quer fortalecer a nossa fé, fazer amadurecer o nosso espírito, quer também nos fazer crescer em conhecê-lo com mais intimidade, num relacionamento tão sólido que pode enfrentar tempestades, vencer dores, encarar perseguições, e permanecer em paz!

Deus prometeu a Abraão um filho – e Abraão nessa época tinha 75 anos. Porém, o SENHOR somente cumpriu a Sua promessa 25 anos depois. Foram anos de crescimento, de maturidade e de conhecimento de Deus – tão necessários para aquele que depois seria chamado de Pai da Fé e Amigo de Deus!

Nesse período de árdua demora, Abraão estava na Sala de Espera de Deus, aprendendo com suas impaciências, com seus problemas, com os perigos pelos quais teve que passar, e com todas as suas lutas, erros e acertos!

Deus estava trabalhando na vida de Abraão, forjando seu caráter e dando solidez à sua fé. Foi por isso, que, depois de 25 anos de espera, ao nascer seu filho da promessa, ele não tinha dúvida de chamá-lo Isaque, ou seja, sorriso, riso, contentamento!

Você está perseverando no SENHOR? Suas respostas podem estar parecendo demoradas, e você pode se achar fraco e pequeno?

Contudo, concentre-se no que você tem aprendido de Deus, firme-se em sua fé, e acredite que o SENHOR Deus está trabalhando em sua esperança.

Nunca esqueça: O nosso SENHOR trabalha muito bem em silêncio!

YOM RISHON SHALOM!

A Paz de Deus no Primeiro Dia da Semana!


Pr. José Nogueira

Pastor Sênior da Igreja Batista Fundamentalista Cristo é Vida

Fortaleza – CE

Que prova você tem de que Jesus é o Messias?

Que prova você tem de que Jesus é o Messias?

 

Quais são algumas das credenciais do Messias?

 

Bíblia Hebraica e os sábios judeus descrevem o Messias com mais detalhes do que muitos imaginam. A partir desses escritos, podemos saber sua origem genealógica, local de nascimento, o período de sua chegada e outras características de identificação. Essas credenciais nos permitem identificar o Messias e reconhecer impostores. Listamos apenas algumas destas credenciais abaixo; existem, porém, muitas outras. Os primeiros rabinos e sábios reconheceram todas essas passagens como se referindo ao Messias.

  • O Messias seria da tribo de Judá (Gênesis 49.10):
י  לֹא-יָסוּר שֵׁבֶט מִיהוּדָה, וּמְחֹקֵק מִבֵּין רַגְלָיו, עַד כִּי-יָבֹא שִׁילֹה, וְלוֹ יִקְּהַת עַמִּים. 10 O cetro não se arredará de Judá, nem o legislador dentre seus pés, até que venha Siló; e a ele se congregarão os povos.
  • O Messias seria descendente do rei Davi (2 Samuel 7.12-16):
יב  כִּי יִמְלְאוּ יָמֶיךָ, וְשָׁכַבְתָּ אֶת-אֲבֹתֶיךָ, וַהֲקִימֹתִי אֶת-זַרְעֲךָ אַחֲרֶיךָ, אֲשֶׁר יֵצֵא מִמֵּעֶיךָ; וַהֲכִינֹתִי, אֶת-מַמְלַכְתּוֹ. 12 Quando teus dias forem completos, e vieres a dormir com teus pais, então farei levantar depois de ti um dentre a tua descendência, o qual sairá das tuas entranhas, e estabelecerei o seu reino.
יג  הוּא יִבְנֶה-בַּיִת, לִשְׁמִי; וְכֹנַנְתִּי אֶת-כִּסֵּא מַמְלַכְתּוֹ, עַד-עוֹלָם. 13 Este edificará uma casa ao meu nome, e confirmarei o trono do seu reino para sempre.
יד  אֲנִי אֶהְיֶה-לּוֹ לְאָב, וְהוּא יִהְיֶה-לִּי לְבֵן–אֲשֶׁר, בְּהַעֲוֺתוֹ, וְהֹכַחְתִּיו בְּשֵׁבֶט אֲנָשִׁים, וּבְנִגְעֵי בְּנֵי אָדָם. 14 Eu lhe serei por pai, e ele me será por filho; e, se vier a transgredir, castigá-lo-ei com vara de homens, e com açoites de filhos de homens.
טו  וְחַסְדִּי, לֹא-יָסוּר מִמֶּנּוּ, כַּאֲשֶׁר הֲסִרֹתִי מֵעִם שָׁאוּל, אֲשֶׁר הֲסִרֹתִי מִלְּפָנֶיךָ. 15 Mas a minha benignidade não se apartará dele; como a tirei de Saul, a quem tirei de diante de ti.
טז  וְנֶאְמַן בֵּיתְךָ וּמַמְלַכְתְּךָ עַד-עוֹלָם, לְפָנֶיךָ:  כִּסְאֲךָ, יִהְיֶה נָכוֹן עַד-עוֹלָם. 16 Porém a tua casa e o teu reino serão firmados para sempre diante de ti; teu trono será firme para sempre.

 

  • Messias nasceria em Belém (Miquéias 5.2):
א  וְאַתָּה בֵּית-לֶחֶם אֶפְרָתָה, צָעִיר לִהְיוֹת בְּאַלְפֵי יְהוּדָה–מִמְּךָ לִי יֵצֵא, לִהְיוֹת מוֹשֵׁל בְּיִשְׂרָאֵל; וּמוֹצָאֹתָיו מִקֶּדֶם, מִימֵי עוֹלָם. 2 E tu, Belém Efrata, posto que pequena entre os milhares de Judá, de ti me sairá o que governará em Israel, e cujas saídas são desde os tempos antigos, desde os dias da eternidade.

 

  • Messias chegaria antes da destruição do Segundo Templo (Daniel 9.24-27):
כד  שָׁבֻעִים שִׁבְעִים נֶחְתַּךְ עַל-עַמְּךָ וְעַל-עִיר קָדְשֶׁךָ, לְכַלֵּא הַפֶּשַׁע ולחתם (וּלְהָתֵם) חטאות (חַטָּאת) וּלְכַפֵּר עָוֺן, וּלְהָבִיא, צֶדֶק עֹלָמִים; וְלַחְתֹּם חָזוֹן וְנָבִיא, וְלִמְשֹׁחַ קֹדֶשׁ קָדָשִׁים. 24 Setenta semanas estão determinadas sobre o teu povo, e sobre a tua santa cidade, para cessar a transgressão, e para dar fim aos pecados, e para expiar a iniquidade, e trazer a justiça eterna, e selar a visão e a profecia, e para ungir o Santíssimo.
כה  וְתֵדַע וְתַשְׂכֵּל מִן-מֹצָא דָבָר, לְהָשִׁיב וְלִבְנוֹת יְרוּשָׁלִַם עַד-מָשִׁיחַ נָגִיד–שָׁבֻעִים, שִׁבְעָה; וְשָׁבֻעִים שִׁשִּׁים וּשְׁנַיִם, תָּשׁוּב וְנִבְנְתָה רְחוֹב וְחָרוּץ, וּבְצוֹק, הָעִתִּים. 25 Sabe e entende: desde a saída da ordem para restaurar, e para edificar a Jerusalém, até ao Messias, o Príncipe, haverá sete semanas, e sessenta e duas semanas; as ruas e o muro se reedificarão, mas em tempos angustiosos.
כו  וְאַחֲרֵי הַשָּׁבֻעִים שִׁשִּׁים וּשְׁנַיִם, יִכָּרֵת מָשִׁיחַ וְאֵין לוֹ; וְהָעִיר וְהַקֹּדֶשׁ יַשְׁחִית עַם נָגִיד הַבָּא, וְקִצּוֹ בַשֶּׁטֶף, וְעַד קֵץ מִלְחָמָה, נֶחֱרֶצֶת שֹׁמֵמוֹת. 26 E depois das sessenta e duas semanas será cortado o Messias, mas não para si mesmo; e o povo do príncipe, que há de vir, destruirá a cidade e o santuário, e o seu fim será com uma inundação; e até ao fim haverá guerra; estão determinadas as assolações.
כז  וְהִגְבִּיר בְּרִית לָרַבִּים, שָׁבוּעַ אֶחָד; וַחֲצִי הַשָּׁבוּעַ יַשְׁבִּית זֶבַח וּמִנְחָה, וְעַל כְּנַף שִׁקּוּצִים מְשֹׁמֵם, וְעַד-כָּלָה וְנֶחֱרָצָה, תִּתַּךְ עַל-שֹׁמֵם.  {פ} 27 E ele firmará aliança com muitos por uma semana; e na metade da semana fará cessar o sacrifício e a oblação; e sobre a asa das abominações virá o assolador, e isso até à consumação; e o que está determinado será derramado sobre o assolador.

 

  • Messias se apresentaria montando em um jumento (Zacarias 9.9)
ט  לַאדֹנָי אֱלֹהֵינוּ, הָרַחֲמִים וְהַסְּלִחוֹת:  כִּי מָרַדְנוּ, בּוֹ. 9 Alegra-te muito, ó filha de Sião; exulta, ó filha de Jerusalém; eis que o teu rei virá a ti, justo e Salvador, pobre, e montado sobre um jumento, e sobre um jumentinho, filho de jumenta.

 

  • Messias seria torturado até a morte (Salmo 22.1-31)
א  לַמְנַצֵּחַ, עַל-אַיֶּלֶת הַשַּׁחַר;    מִזְמוֹר לְדָוִד. 1 Ao mestre do canto; acompanhado po Aiélet Hashahar. Um Salmo por David.
ב  אֵלִי אֵלִי, לָמָה עֲזַבְתָּנִי;    רָחוֹק מִישׁוּעָתִי, דִּבְרֵי שַׁאֲגָתִי. 2 Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste? Por que te alongas do meu auxílio e das palavras do meu bramido?
ג  אֱלֹהַי–אֶקְרָא יוֹמָם, וְלֹא תַעֲנֶה;    וְלַיְלָה, וְלֹא-דֻמִיָּה לִי. 3 Deus meu, eu clamo de dia, e tu não me ouves; de noite, e não tenho sossego.
ד  וְאַתָּה קָדוֹשׁ–    יוֹשֵׁב, תְּהִלּוֹת יִשְׂרָאֵל. 4 Porém tu és santo, tu que habitas entre os louvores de Israel.
ה  בְּךָ, בָּטְחוּ אֲבֹתֵינוּ;    בָּטְחוּ, וַתְּפַלְּטֵמוֹ. 5 Em ti confiaram nossos pais; confiaram, e tu os livraste.
ו  אֵלֶיךָ זָעֲקוּ וְנִמְלָטוּ;    בְּךָ בָטְחוּ וְלֹא-בוֹשׁוּ. 6 Em ti confiaram nossos pais; confiaram, e tu os livraste.
ז  וְאָנֹכִי תוֹלַעַת וְלֹא-אִישׁ;    חֶרְפַּת אָדָם, וּבְזוּי עָם. 7 Mas eu sou verme, e não homem, opróbrio dos homens e desprezado do povo.
ח  כָּל-רֹאַי, יַלְעִגוּ לִי;    יַפְטִירוּ בְשָׂפָה, יָנִיעוּ רֹאשׁ. 8 Todos os que me veem zombam de mim, estendem os lábios e meneiam a cabeça, dizendo:
ט  גֹּל אֶל-יְהוָה יְפַלְּטֵהוּ;    יַצִּילֵהוּ, כִּי חָפֵץ בּוֹ. 9 Confiou no Senhor, que o livre; livre-o, pois nele tem prazer.
י  כִּי-אַתָּה גֹחִי מִבָּטֶן;    מַבְטִיחִי, עַל-שְׁדֵי אִמִּי. 10 Mas tu és o que me tiraste do ventre; fizeste-me confiar, estando aos seios de minha mãe.
יא  עָלֶיךָ, הָשְׁלַכְתִּי מֵרָחֶם;    מִבֶּטֶן אִמִּי, אֵלִי אָתָּה. 11 Sobre ti fui lançado desde a madre; tu és o meu Deus desde o ventre de minha mãe.
יב  אַל-תִּרְחַק מִמֶּנִּי, כִּי-צָרָה קְרוֹבָה:    כִּי-אֵין עוֹזֵר. 12 Não te alongues de mim, pois a angústia está perto, e não há quem ajude.
יג  סְבָבוּנִי, פָּרִים רַבִּים;    אַבִּירֵי בָשָׁן כִּתְּרוּנִי. 13 Muitos touros me cercaram; fortes touros de Bashan me rodearam.
יד  פָּצוּ עָלַי פִּיהֶם;    אַרְיֵה, טֹרֵף וְשֹׁאֵג. 14 Abriram contra mim suas bocas, como um leão que despedaça e que ruge.
טו  כַּמַּיִם נִשְׁפַּכְתִּי–    וְהִתְפָּרְדוּ, כָּל-עַצְמוֹתָי:
הָיָה לִבִּי, כַּדּוֹנָג;    נָמֵס, בְּתוֹךְ מֵעָי.
15 Como água me derramei, e todos os meus ossos se desconjuntaram; o meu coração é como cera, derreteu-se no meio das minhas entranhas.
טז  יָבֵשׁ כַּחֶרֶשׂ, כֹּחִי, וּלְשׁוֹנִי, מֻדְבָּק מַלְקוֹחָי;    וְלַעֲפַר-מָוֶת תִּשְׁפְּתֵנִי. 16 A minha força se secou como um caco, e a língua se me pega ao paladar; e me puseste no pó da morte.
יז  כִּי סְבָבוּנִי, כְּלָבִים:    עֲדַת מְרֵעִים, הִקִּיפוּנִי; כָּאֲרִי, יָדַי וְרַגְלָי. 17 Pois me rodearam cães; o ajuntamento de malfeitores me cercou, traspassaram-me as mãos e os pés.
יח  אֲסַפֵּר כָּל-עַצְמוֹתָי;    הֵמָּה יַבִּיטוּ, יִרְאוּ-בִי. 18 Poderia contar todos os meus ossos; eles veem e me contemplam.
יט  יְחַלְּקוּ בְגָדַי לָהֶם;    וְעַל-לְבוּשִׁי, יַפִּילוּ גוֹרָל. 19 Repartem entre si as minhas vestes, e lançam sortes sobre a minha roupa.
כ  וְאַתָּה יְהוָה, אַל-תִּרְחָק;    אֱיָלוּתִי, לְעֶזְרָתִי חוּשָׁה. 20 Mas tu, Senhor, não te alongues de mim. Força minha, apressa-te em socorrer-me.
כא  הַצִּילָה מֵחֶרֶב נַפְשִׁי;    מִיַּד-כֶּלֶב, יְחִידָתִי. 21 Livra a minha alma da espada, e a minha predileta da força do cão.
כב  הוֹשִׁיעֵנִי, מִפִּי אַרְיֵה;    וּמִקַּרְנֵי רֵמִים עֲנִיתָנִי. 22 Salva-me da boca do leão; sim, ouviste-me, das pontas dos bois selvagens.
כג  אֲסַפְּרָה שִׁמְךָ לְאֶחָי;    בְּתוֹךְ קָהָל אֲהַלְלֶךָּ. 23 Então declararei o teu nome aos meus irmãos; louvar-te-ei no meio da congregação.
כד  יִרְאֵי יְהוָה, הַלְלוּהוּ–    כָּל-זֶרַע יַעֲקֹב כַּבְּדוּהוּ;
וְגוּרוּ מִמֶּנּוּ,    כָּל-זֶרַע יִשְׂרָאֵל.
24 Vós, que temeis ao Senhor, louvai-o; todos vós, semente de Jacó, glorificai-o; e temei-o todos vós, semente de Israel.
כה  כִּי לֹא-בָזָה וְלֹא שִׁקַּץ, עֱנוּת עָנִי–    וְלֹא-הִסְתִּיר פָּנָיו מִמֶּנּוּ;
וּבְשַׁוְּעוֹ אֵלָיו    שָׁמֵעַ.
25 Porque não desprezou nem abominou a aflição do aflito, nem escondeu dele o seu rosto; antes, quando ele clamou, o ouviu.
כו  מֵאִתְּךָ, תְּהִלָּתִי:    בְּקָהָל רָב–נְדָרַי אֲשַׁלֵּם, נֶגֶד יְרֵאָיו. 26 O meu louvor será de ti na grande congregação; pagarei os meus votos perante os que o temem.
כז  יֹאכְלוּ עֲנָוִים, וְיִשְׂבָּעוּ–    יְהַלְלוּ יְהוָה, דֹּרְשָׁיו;
יְחִי לְבַבְכֶם    לָעַד.
27 Os mansos comerão e se fartarão; louvarão ao Senhor os que o buscam; o vosso coração viverá eternamente.
כח  יִזְכְּרוּ, וְיָשֻׁבוּ אֶל-יְהוָה–    כָּל-אַפְסֵי-אָרֶץ;
וְיִשְׁתַּחֲווּ לְפָנֶיךָ,    כָּל-מִשְׁפְּחוֹת גּוֹיִם.
28 Todos os limites da terra se lembrarão, e se converterão ao Senhor; e todas as famílias das nações adorarão perante a tua face.
כט  כִּי לַיהוָה, הַמְּלוּכָה;    וּמֹשֵׁל, בַּגּוֹיִם. 29 Porque o reino é do Senhor, e ele domina entre as nações.
ל  אָכְלוּ וַיִּשְׁתַּחֲווּ, כָּל-דִּשְׁנֵי-אֶרֶץ–    לְפָנָיו יִכְרְעוּ, כָּל-יוֹרְדֵי עָפָר;
וְנַפְשׁוֹ,    לֹא חִיָּה.
30 Todos os que na terra são gordos comerão e adorarão, e todos os que descem ao pó se prostrarão perante ele; e nenhum poderá reter viva a sua alma.
לא  זֶרַע יַעַבְדֶנּוּ;    יְסֻפַּר לַאדֹנָי לַדּוֹר. 31 Uma semente o servirá; será declarada ao Senhor a cada geração.

 

  • A vida de Messias corresponderia a uma descrição particular, incluindo sofrimento, silêncio em sua prisão e julgamento, morte e sepultamento no túmulo de um homem rico, e ressurreição (Isaías 52.13-53.12):
יג  הִנֵּה יַשְׂכִּיל, עַבְדִּי; יָרוּם וְנִשָּׂא וְגָבַהּ, מְאֹד.   13 Eis que o meu servo procederá com prudência; será exaltado, e elevado, e mui sublime.
יד  כַּאֲשֶׁר שָׁמְמוּ עָלֶיךָ רַבִּים, כֵּן-מִשְׁחַת מֵאִישׁ מַרְאֵהוּ; וְתֹאֲרוֹ, מִבְּנֵי אָדָם.   14 Como pasmaram muitos à vista dele, pois o seu parecer estava tão desfigurado, mais do que o de outro qualquer, e a sua figura mais do que a dos outros filhos dos homens.
טו  כֵּן יַזֶּה גּוֹיִם רַבִּים, עָלָיו יִקְפְּצוּ מְלָכִים פִּיהֶם:  כִּי אֲשֶׁר לֹא-סֻפַּר לָהֶם, רָאוּ, וַאֲשֶׁר לֹא-שָׁמְעוּ, הִתְבּוֹנָנוּ.  {ס}   15 Assim borrifará muitas nações, e os reis fecharão as suas bocas por causa dele; porque aquilo que não lhes foi anunciado verão, e aquilo que eles não ouviram entenderão.

 

  מִי הֶאֱמִין, לִשְׁמֻעָתֵנוּ; וּזְרוֹעַ יְהוָה, עַל-מִי נִגְלָתָה. 1 Quem deu crédito à nossa pregação? E a quem se manifestou o braço do SENHOR?
ב  וַיַּעַל כַּיּוֹנֵק לְפָנָיו, וְכַשֹּׁרֶשׁ מֵאֶרֶץ צִיָּה–לֹא-תֹאַר לוֹ, וְלֹא הָדָר; וְנִרְאֵהוּ וְלֹא-מַרְאֶה, וְנֶחְמְדֵהוּ. 2 Porque foi subindo como renovo perante ele, e como raiz de uma terra seca; não tinha beleza nem formosura e, olhando nós para ele, não havia boa aparência nele, para que o desejássemos.
ג  נִבְזֶה וַחֲדַל אִישִׁים, אִישׁ מַכְאֹבוֹת וִידוּעַ חֹלִי; וּכְמַסְתֵּר פָּנִים מִמֶּנּוּ, נִבְזֶה וְלֹא חֲשַׁבְנֻהוּ. 3 Era desprezado, e o mais rejeitado entre os homens, homem de dores, e experimentado nos trabalhos; e, como um de quem os homens escondiam o rosto, era desprezado, e não fizemos dele caso algum.
ד  אָכֵן חֳלָיֵנוּ הוּא נָשָׂא, וּמַכְאֹבֵינוּ סְבָלָם; וַאֲנַחְנוּ חֲשַׁבְנֻהוּ, נָגוּעַ מֻכֵּה אֱלֹהִים וּמְעֻנֶּה. 4 Verdadeiramente ele tomou sobre si as nossas enfermidades, e as nossas dores levou sobre si; e nós o reputávamos por aflito, ferido de Deus, e oprimido.
ה  וְהוּא מְחֹלָל מִפְּשָׁעֵנוּ, מְדֻכָּא מֵעֲוֺנֹתֵינוּ; מוּסַר שְׁלוֹמֵנוּ עָלָיו, וּבַחֲבֻרָתוֹ נִרְפָּא-לָנוּ. 5 Mas ele foi ferido por causa das nossas transgressões, e moído por causa das nossas iniquidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e pelas suas pisaduras fomos sarados.
ו  כֻּלָּנוּ כַּצֹּאן תָּעִינוּ, אִישׁ לְדַרְכּוֹ פָּנִינוּ; וַיהוָה הִפְגִּיעַ בּוֹ, אֵת עֲוֺן כֻּלָּנוּ. 6 Todos nós andávamos desgarrados como ovelhas; cada um se desviava pelo seu caminho; mas o Senhor fez cair sobre ele a iniquidade de nós todos.
ז  נִגַּשׂ וְהוּא נַעֲנֶה, וְלֹא יִפְתַּח-פִּיו, כַּשֶּׂה לַטֶּבַח יוּבָל, וּכְרָחֵל לִפְנֵי גֹזְזֶיהָ נֶאֱלָמָה; וְלֹא יִפְתַּח, פִּיו. 7 Ele foi oprimido e afligido, mas não abriu a sua boca; como um cordeiro foi levado ao matadouro, e como a ovelha muda perante os seus tosquiadores, assim ele não abriu a sua boca.
ח  מֵעֹצֶר וּמִמִּשְׁפָּט לֻקָּח, וְאֶת-דּוֹרוֹ מִי יְשׂוֹחֵחַ:  כִּי נִגְזַר מֵאֶרֶץ חַיִּים, מִפֶּשַׁע עַמִּי נֶגַע לָמוֹ. 8 Da opressão e do juízo foi tirado; e quem contará o tempo da sua vida? Porquanto foi cortado da terra dos viventes; pela transgressão do meu povo ele foi atingido.
ט  וַיִּתֵּן אֶת-רְשָׁעִים קִבְרוֹ, וְאֶת-עָשִׁיר בְּמֹתָיו; עַל לֹא-חָמָס עָשָׂה, וְלֹא מִרְמָה בְּפִיו. 9 E puseram a sua sepultura com os ímpios, e com o rico na sua morte; ainda que nunca cometeu injustiça, nem houve engano na sua boca.
י  וַיהוָה חָפֵץ דַּכְּאוֹ, הֶחֱלִי–אִם-תָּשִׂים אָשָׁם נַפְשׁוֹ, יִרְאֶה זֶרַע יַאֲרִיךְ יָמִים; וְחֵפֶץ יְהוָה, בְּיָדוֹ יִצְלָח. 10 Todavia, ao Senhor agradou moê-lo, fazendo-o enfermar; quando a sua alma se puser por expiação do pecado, verá a sua posteridade, prolongará os seus dias; e o bom prazer do Senhor prosperará na sua mão.
יא  מֵעֲמַל נַפְשׁוֹ, יִרְאֶה יִשְׂבָּע–בְּדַעְתּוֹ יַצְדִּיק צַדִּיק עַבְדִּי, לָרַבִּים; וַעֲוֺנֹתָם, הוּא יִסְבֹּל. 11 Ele verá o fruto do trabalho da sua alma, e ficará satisfeito; com o seu conhecimento o meu servo, o justo, justificará a muitos; porque as iniquidades deles levará sobre si.
יב  לָכֵן אֲחַלֶּק-לוֹ בָרַבִּים, וְאֶת-עֲצוּמִים יְחַלֵּק שָׁלָל, תַּחַת אֲשֶׁר הֶעֱרָה לַמָּוֶת נַפְשׁוֹ, וְאֶת-פֹּשְׁעִים נִמְנָה; וְהוּא חֵטְא-רַבִּים נָשָׂא, וְלַפֹּשְׁעִים יַפְגִּיעַ.  {פ} 12 Por isso lhe darei a parte de muitos, e com os poderosos repartirá ele o despojo; porquanto derramou a sua alma na morte, e foi contado com os transgressores; mas ele levou sobre si o pecado de muitos, e intercedeu pelos transgressores.

 

Em relação à linhagem, local de nascimento, tempo e estilo de vida, Jesus correspondeu às expectativas messiânicas das Escrituras Hebraicas.

O registro deste cumprimento deve ser encontrado nas páginas do Novo Testamento. Mas vários outros fatores se combinam para comprovar ainda mais a Messianidade de Jesus.

 

Se Jesus nunca tivesse afirmado ser o Messias, por que nos incomodaríamos em tentar provar que ele era?

 

Em primeiro lugar, ele alegou ser o Messias! Quando uma mulher lhe disse: “Eu sei que Messias está vindo”, ele respondeu: “Eu quem fala com você sou ele” (João 4:25-26). Naturalmente, isso não prova nada de um jeito ou de outro. Mas se Jesus nunca tivesse afirmado ser o Messias, por que nos incomodaríamos em tentar provar que ele era? Sua própria reivindicação estabelece as bases para o resto das evidências.

 

Se essas “credenciais” nas Escrituras Hebraicas são tão claras, por que a maioria dos judeus não acreditava em Jesus?

 

Para entender isso, é preciso perceber que, na época de Jesus, a esperança messiânica havia se tornado muito politizada na mente das pessoas. Eles estavam buscando libertação da tirania de Roma. Embora as Escrituras falassem tanto dos sofrimentos quanto das vitórias do Messias, o aspecto vitorioso tornou-se superior nas mentes das pessoas comuns por causa da dominação romana. Esta visão “desequilibrada” do Messias permaneceu em muitos judeus, e a politização da esperança messiânica continuou até hoje.

Isso não quer dizer que todos os judeus rejeitaram as reivindicações de Jesus. Pelo contrário, todos os primeiros seguidores de Jesus eram judeus. Na verdade, os rabinos da época e depois estavam bem cientes das muitas profecias messiânicas que os cristãos alegavam terem sido cumpridas em Jesus. Assim, por exemplo, embora os rabinos talmúdicos concordassem que Isaías 53 era uma profecia sobre o Messias, no período medieval a pressão daqueles que aplicavam essa profecia a Jesus era tão grande que Rashi, um dos maiores estudiosos bíblicos medievais, reinterpretou o capítulo e disse que se referia à nação de Israel. Essa interpretação é mantida hoje por muitos estudiosos judeus, embora só remonte à Idade Média.

 

O que torna Jesus diferente dos outros que alegaram ser o Messias?

 

Houve falsos messias ao longo da história judaica. Entre os mais proeminentes estavam Bar Kokhba, que liderou uma revolta contra Roma (132-135 d.C.) e Shabbetai Zevi, um messias autoproclamado do século XVII.

Durante a revolta de Bar Kokhba, uma das figuras mais famosas da história judaica, rabino Akiva, o proclamou como “Rei Messias”. Infelizmente, Bar Kochba, Akiva e milhares de judeus foram mortos em 135 d.C. quando os romanos invadiram a fortaleza de Betar.

Shabbetai Zevi, por outro lado, era um messias auto-proclamado. Florescendo na Europa do século XVII, o movimento shabbate se espalhou entre o povo comum e os rabinos. Mas quando Shabbetai Zevi foi preso em 1666 pelo sultão da Turquia, ele se converteu ao Islã em vez de enfrentar a morte. Já estivemos tragicamente errados antes, por isso não é surpreendente que provas concretas sejam procuradas por acreditar em Jesus.

 

A vida de Jesus está em forte contraste com as dos falsos messias.

 

A vida de Jesus está em forte contraste com as dos falsos messias, e é uma demonstração positiva do que esperaríamos que o Messias fizesse. Jesus realizou muitos milagres de cura, trazendo a integridade para a vida das pessoas, perdoando pecados e restaurando relacionamentos. Em contraste com Shabbetai Zevi, por exemplo, Jesus cumpriu a Lei de Moisés como um judeu devoto. E ao contrário de Bar Kokhba, embora Jesus tenha morrido, ele também foi ressuscitado!

 

Jesus ressuscitou dos mortos.

 

A ressurreição é uma evidência adicional, e talvez seja a mais convincente das reivindicações de Jesus. O estudioso israelense Pinchas Lapide escreveu um livro que não atraiu pouca atenção na comunidade judaica. Em A Ressurreição de Jesus: Uma Perspectiva Judaica. Lapide argumentou que a ressurreição de Jesus está bem dentro do reino da possibilidade. Afinal, ele argumentou, as Escrituras Hebraicas dão uma série de relatos de pessoas voltando à vida. Por que também não Jesus? Lamentavelmente, Lapide não nota que a ressurreição de Jesus é descrita em termos que vão muito além das ressuscitações das outras histórias. Ele não consegue lidar com o fato de que Jesus previu sua própria ressurreição, que justificava suas reivindicações ao Messias.

Ao longo da história, as pessoas explicaram a ressurreição como não-histórica (“Isso nunca aconteceu”) ou como não-sobrenatural (“É assim que poderia ter acontecido”). Mas essas explicações não foram bem-sucedidas. Analise as possibilidades você mesmo e veja qual faz mais sentido. As autoridades romanas roubaram o corpo de Jesus da tumba? Então por que não reagiram quando a notícia se espalhou de que Jesus havia ressuscitado? Ou talvez os discípulos tenham roubado seu corpo. Mas, poderia tal sustentação explicar a mudança na atitude deles? Três dias antes, estavam desiludidos, tal como idealistas derrotados que esperavam que Jesus inaugurasse uma nova ordem mundial. Poderia uma mentira, que eles sabiam ser uma mentira, agora explicar sua esperança, ousadia diante da perseguição oficial, e coerência frente aos altos padrões éticos que eles estabeleceram?

Talvez Jesus nunca tenha morrido; talvez ele apenas desmaiou na cruz e reviveu na tumba. Essa ideia foi popularizada no livro O Enredo da Páscoa de Hugh J. Schonfield. Infelizmente, o autor ignorou o fato de que os romanos perfuraram o lado de Jesus, o que certamente o teria matado. Além disso, havia um contingente de soldados romanos vigiando a tumba, bem como uma enorme pedra que bloqueou sua entrada. Não havia como um Jesus ressuscitado, ter escapado, e, em seguida, convencido centenas de testemunhas oculares céticas de que ele havia vencido a morte para sempre! Ou foi tudo uma alucinação? Deve ter sido uma alucinação e tanto ser visto por tipos muito diferentes de pessoas, em diferentes períodos do dia, e em lugares diferentes. Você pode ser capaz de enganar uma pessoa, mas você pode enganar 500 que o viram ao mesmo tempo? E, ao contrário das alucinações, essas aparições do Jesus ressuscitado pararam tão repentinamente quanto começaram, 40 dias após a ressurreição ter ocorrido.

A única explicação satisfatória é que a ressurreição realmente ocorreu, assim como o registro diz. E se for esse o caso, é uma razão sólida para aceitar o Messianidade de Jesus.

 

Jesus transforma a vida das pessoas.

 

Porque ele oferece expiação pelo pecado e reconciliação com Deus, Jesus traz paz, alegria e propósito para a vida das pessoas. À parte da fé nele, não há base para a verdadeira paz ou direção, pois, como diz o salmista, “o homem está alienado desde o ventre”. Que essa alienação seja curada pelo ministério reconciliador de Jesus é a experiência comum daqueles que acreditam nele.

Entre a evidência objetiva da Bíblia Hebraica e do Novo Testamento, e a verificação subjetiva em nossas próprias vidas – pensamos que há ampla evidência de que Jesus era quem afirmava ser!

 

Extraído de: https://jewsforjesus.org/answers/what-proof-do-you-have-that-jesus-is-the-messiah em 08/06/2021

SEM MEDO DE CONFIAR NO SENHOR

SEM MEDO DE CONFIAR NO SENHOR

Antes de ter um relacionamento mais íntimo com o SENHOR Deus e por estar passando por terríveis provações, Jó em profunda dor exclamou:

“Desvia a Tua mão para longe de mim, e não me espante com o Teu terror!” (Jó 13:21).

 

A visão de Jó acerca de Deus estava turbada pelo sofrimento terrível que passava.

No livro que foi um best-seller da década de 80, um autor cristão descreveu de forma bem-humorada as ideias erradas que temos acerca de Deus (“O Teu Deus é Pequeno Demais”).

Há quem tenha a impressão de que Deus é como um avô bonachão – que permite tudo e está sempre pronto para atender aos caprichos dos netinhos.

E há os que sentem Deus como as câmeras do trânsito – sempre nos espionando para nos apanhar em alguma falha e aplicar a multa ou castigo!

 

Ideias erradas de Deus nos levam ao erro, pois diminuem ou distorcem a Glória do SENHOR!

Um entendimento liberal do SENHOR (do Deus-Avô) leva o homem a perder a bênção dos mandamentos e princípios de Deus – que nos foram dados para o nosso bem, para uma vida sábia, justa e tranquila!

A concepção do Deus severo e legalista (e pronto para nos acertar no primeiro deslize) acarretará em nós um medo de Deus, um pavor do SENHOR, nos afastando dEle, perdendo a Sua intimidade e turbando o gracioso amor de Deus!

 

Assim, se não tivermos um entendimento bíblico do SER de Deus, vamos sempre concluir de forma precipitada que tudo que nos ocorre de ruim (que não consideramos ser bom) é a mão de Deus pesando sobre nós!

Pode até ser – mas merece uma análise melhor diante de Deus e de Sua Palavra.

O mal dessa apressada conclusão é que nos leva a perder de vista o grande e maravilhoso Amor de Deus, Sua sábia e boa providência, Seu sábio e gracioso plano!

 

Nunca devemos esquecer do atributo moral mais atraente de Deus para nós: Sua Misericórdia, Seu Amor imerecido, Sua maravilhosa graça!

Nas horas mais difíceis de nossa vida, amados, o que mais precisamos é confiar que o SENHOR Deus é gracioso, perdoador, restaurador, tremendamente benigno, benevolente e bondoso.

Jonas exclamou: “… pois sabia que és Deus compassivo e misericordioso, longânimo e grande em benignidade…” (Jonas 4:2).

 

O profeta Joel pregou ao povo de Israel, dizendo: Joel 2:13

“E rasgai o vosso coração, e não as vossas vestes, e convertei-vos ao SENHOR vosso Deus; porque Ele é misericordioso, e compassivo, e tardio em irar-se, e grande em benignidade!” (Joel 2:13).

 

Esse amor de Deus é que nos atrai para buscarmos o Seu perdão, para tranquilizar o nosso coração perante Ele, para confiar a Ele nossos temores, nEle lançar nossas dúvidas, compartilhar com Ele a nossa pequena fé, e repousar em Seus poderosos e amorosos braços:

“SENHOR, meu coração não é orgulhoso,

E meus olhos não são arrogantes.

Não me envolvo com questões grandiosas

Ou maravilhosas demais para minha compreensão.

Pelo contrário, acalmei e aquietei a alma,

Como criança desmamada que não chora mais pelo leite da mãe!

Sim, minha alma dentro de mim

É como uma criança desmamada!

Ó Israel, ponha sua esperança no SENHOR,

Agora e para sempre!”

Salmo 131

 


Pr. José Nogueira

Pastor Sênior da Igreja Batista Fundamentalista Cristo é Vida

Fortaleza – CE

A ESTRELA DE DAVI

A ESTRELA DE DAVI

Um dos símbolos mais conhecidos de Israel é a estrela de Davi, com seis pontas e formada por dois triângulos.

 

Mas, o que tem a ver com o rei Davi?

Apesar de ser muito antigo (foram encontradas figuras desse símbolo judaico em sítios arqueológicos com milhares de anos), não há ainda evidência de seu relacionamento com o grande e mais famoso rei de Israel.

Contudo, convém saber que, em Hebraico, ela não é chamada de “Estrela de Davi” e sim Magen David דָּוִד מָגֵן, ou seja, o Escudo de David.

A Palavra ESCUDO tem uma grande importância nas Escrituras Sagradas

A palavra Hebraica para escudo, MAGEN, significa literalmente uma cobertura de proteção. Em Gênesis 15, Deus fez um pacto com Abraão dizendo: “Não tenha medo Abraão, Eu sou teu escudo (magen)!”.

Nos Salmos, encontramos o uso desta palavra feito pelo próprio Davi, repetindo várias vezes que apenas Deus é “nossa ajuda e nosso escudo” (magen), quem nos oferece segurança de verdade:

“A nossa alma espera no SENHOR; Ele é o nosso auxílio e o nosso escudo!” – Salmo 33:20.

Portanto, a “Estrela de Davi” é na verdade O ESCUDO DE DAVI, trata-se de um marcante símbolo da proteção de Deus.

E, quando confiamos verdadeiramente no SENHOR, também nós podemos afirmar nossa confiança na segurança que Ele, e somente Ele, pode nos dar.

E assim podemos dizer:

“O SENHOR é o meu rochedo, e o meu lugar forte, e o meu libertador; o meu Deus, a minha fortaleza, em Quem confio; o meu ESCUDO, a força da minha salvação, e o meu alto refúgio!” – Salmos 18:2.

SHABBAT SHALOM!

Um Sábado com a Paz do SENHOR!

 


Pr. José Nogueira

Pastor Sênior da Igreja Batista Fundamentalista Cristo é Vida

Fortaleza – CE

A ESPERANÇA É O CORAÇÃO DA VIDA

 A ESPERANÇA É O CORAÇÃO DA VIDA

“Quero trazer à memória o que me pode dar esperança!” – Lamentações 3:21

 

Como o profeta Jeremias, nós vivemos na ambiguidade da existência.

Há dias que somos um rio de alegrias; há outros em que somos um mar de tristeza.

Há dias em que somos cidadãos da esperança. Há dias em que somos arautos da desesperança.

Há dias em que somos campeões da fé. Há dias em que somos soldados da derrota.

Há dias em que amanhecemos com um canto de louvor nos lábios. Há dias em que somos a boca da murmuração.

Há dias de luz. Há dias de trevas.

Essa ambiguidade faz da vida uma dialética entre o sim e o não. O que é e o que não é. O que quero e o que não quero. O que posso e o que não posso. Como temos vivido essa ambiguidade! Talvez a maioria de nós esteja vivendo de modo negativo, marcado pelas perdas: perda da fé, perda da doçura de ser, perda da paciência de esperar, da alegria de crer, de confiar, de ouvir, de ver, de sonhar. Somos, assim, um poço de desesperança.

Precisamos fazer como Jeremias reagiu no meio do caos, e dizermos:

Chega… chega de pessimismo, chega de amargura, chega de desesperança!

Também precisamos trazer à memória aquilo que nos pode dar esperança.

Mas, o que ou quem nos podem devolver a esperança? Para Jeremias só há um que nos pode dar ou devolver a esperança: YHWH, o SENHOR, o Deus Eterno.

Mas Ele não é um deus qualquer. É o Deus cheio de misericórdia. “As misericórdias do SENHOR são a razão de não sermos consumidos. Porque as suas misericórdias não têm fim, elas se renovam a cada manhã”.

Sim, as misericórdias do SENHOR não envelhecem, não congelam, não apodrecem, são sempre novas. Portanto, qu quero trazer à memoria o que me pode dar real esperança.

Mas o nosso Deus não é apenas misericórdia. Ele é fiel e grande é a Sua fidelidade; se formos infiéis, Ele permanece fiel porque não pode negar-se a si mesmo. Deus não muda. Deus não volta atrás. Por mais que eu esteja deprimido, por mais que eu claudique, por mais que eu O negue, por mais que eu esteja no limiar da descrença, por mais que eu tenha feito uma curva na verdade que devia ser a minha vida, porém há um compromisso de Deus em me segurar. Posso olhar em volta e ver que tudo está caótico: a família, o trabalho, os negócios, eu mesmo, mas no meio disso tudo não perco a esperança porque o meu Deus não negocia a minha vida com ninguém. Ele casou-se comigo. É fiel, fez uma aliança, um pacto incondicional e eterno!

Preciso trazer à memória aquilo que me pode devolver a esperança. E a palavra de Deus não me deixa esquecer: Deus é fiel. Por isso não perco a esperança. Por isso eu aguardo a salvação do Senhor sem alarde, sem barulho, sem lamúria, sem murmuração, sem amaldiçoar o dia em que nasci, sem me queixar da herança que recebi. Eu aguardo a salvação do Senhor em silêncio. Porque Ele é fiel.

Outra razão para eu não perder a esperança é que o meu Deus é um Deus cheio de compaixão. Compaixão é mais que misericórdia. Até mesmo a sua ira aponta para a compaixão. Daí o conselho do teólogo reformado P. T. Forsyth: “Sejam gratos a Deus porque Ele se importa tanto com vocês que chega a ficar irado!”.

Deus não deixa ninguém triste para sempre. Deus não nos quer cabisbaixos, arrasados, encurvados, caídos. Ele não está de olhos fechados, de ouvidos tapados, de mãos encolhidas. Ele está próximo. Ele é Emanuel. É Deus conosco. Ele estende a sua mão. É o Deus da compaixão, da proximidade, do livramento, da libertação. Por isso ainda há esperança. […] Vamos trazer à memória, vamos recordar, vamos relembrar com gratidão: só e tudo aquilo que nos dê esperança, só e tudo aquilo que nos devolva a esperança, só e tudo aquilo que nos alimente a esperança. O nosso Deus é fiel. O nosso Deus é misericordioso. O nosso Deus é cheio de compaixão.

Lembremos: A memória é o coração da esperança, e a esperança é o coração da vida.

Por isso ainda há esperança!

(texto adaptado livremente do livro “Memória e Esperança”, do Pr. Abival Pires da Silveira)

 


Pr. José Nogueira

Pastor Sênior da Igreja Batista Fundamentalista Cristo é Vida

Fortaleza – CE

Talmidei HaMashiach – Discípulos do Messias

תלמידי המשיח

Talmidei HaMashiach

Discípulos do Messias

 

 

Todos os discípulos são servos do Messias, portanto, resgatados, comprados por bom preço. Yeshua/Jesus é nosso Senhor, ou seja, nosso dono e proprietário, pertencemos a quem nos conquistou.

Ser “Servos do Messias” é muito mais do que um título bonito, pois em última análise diz respeito a paixão – morte. Morremos para nós mesmos para vivermos para o nosso Goel/Redentor (Gl.2:20).

 

Discipulado

Discipulado é o processo de compartilhamento de tudo o que temos recebido do Messias com outros irmãos, que desejam copiosamente um estado de maturidade, de comunhão íntima com Deus e de serviço eficiente na sua comunidade; é ainda, uma caminhada de discípulos maduros junto aos discípulos neófitos, com o sublime propósitos de levá-los ao crescimento do conhecimento e da prática da fé (Cl.1:28-29).

David Stern coloca nos seguintes termos a relação do discípulo e de seu mestre: “o relacionamento entre o talmid (discípulo, aluno) e o rabino (discipulador, mestre) era muito próximo; o talmid não aprendia com o rabino apenas fatos, processos de raciocínio e como realizar práticas religiosas; deveria considerá-lo exemplo a ser imitado na conduta e no caráter (v. Mt.10:14,15; Lc.6:40; Jo.13:13-15; 1Co.11:1). O rabino, por sua vez, era considerado responsável pelos talmidim-discípulos (Mt.12:2; Lc.19:39; Jo.17:12; Mt.5) (STERN, 2010, p.1588).

 

Contexto Bíblico Judaico do Discípulo

O apóstolo João estava inserido em um contexto bíblico judaico do discipulado. Para tanto, faz-se necessário compreendermos os dois vocábulos hebraicos para o termo “discípulo” usado no Tanakh (AT):

 

  1. Limud (aquele que é ensinado) derivado do verbo Lamad – aprender; ensinar. Esse vocábulo traz a ideia de treinar, bem como de educar. Isaías usou o termo “discípulos” para se referir àqueles que eram ensinados ou instruídos. Isaías 8:16 “Liga o testemunho, sela a lei entre os meus discípulos”.

 

  1. Talmid (estudante, discípulo). Só uma passagem do AT emprega esta palavra. 1 Crônicas 25:8 “E deitaram sortes acerca da guarda igualmente, assim o pequeno como o grande, o mestre juntamente com o discípulo”. Na época do apóstolo João, o mestre da Lei era chamado rabino talmid, e seus alunos eram conhecidos como talmidim, isto é, aprendizes. Entretanto, num outro sentido, todo o Israel era constituído de talmidim, aprendizes da Torá (lei, instrução) de Deus. O nome do Talmud Judaico provém desta raiz (HARRIS, ARCHER, WALTKE, 1998, p.790-791). Encontramos assim o contexto de discipulado de João, o apóstolo do Messias.

 

Rabbi e Talmid

 

Rabbi, em hebraico significa literalmente “meu grande”, comumente traduzido por meu mestre, ou simplesmente mestre. Do grego ‘epistatês “supervisor, superintendente, inspetor, líder, chefe”, ou como em Lucas 5:5 “Mestre”; didaskalos, “professor”. O Rabbi é um mestre dos valores e costumes dos judeus; e como tal, tinha autoridade para julgar ou arbitrar e decidir pontos da lei e ética na vida das pessoas (Lucas 12:13-14; Êxodo 2:14). A essência do relacionamento (discipulador-discípulo) era a confiança em cada área da vida, e seu objetivo era fazer o talmid como seu mestre em conhecimento, sabedoria e comportamento ético (STERN, 2008, p.48). O resultado era  uma relação pessoal e íntima entre mestre e discípulo para uma sólida e profunda transmissão do conhecimento, de forma teórica e prática. O rabbi deveria ter a disciplina do professor, o amor do pai e o exemplo do mestre. Enquanto do talmid era esperado dedicação total ao aprendizado,  além é claro de seguir o seu mestre.

 

A Escolha do Discípulo

Na época do Senhor Jesus e seus apóstolos havia várias escolas rabínicas de formação de discípulos, como temos vários seminários teológicos hoje e as Yeshivot (“Seminários Judaicos” de estudos da Torá e do Talmud), porém duas se destacavam entre todas, as escolas dos Rabinos Hillel e Shammai.

A escola do Rabino Hillel se destacava por sua interpretação mais dinâmica e contextualizada da Torá. Uma linha mais popular e liberal de interpretação da Lei. Já a escola do Rabino Shammai era mais rigorosa na observância da Lei de Deus para Israel, mais literalista por assim dizer.

 

A Escola de Yeshua/Jesus

Geralmente há nos meios acadêmicos judaicos messiânicos e cristãos gentios uma discussão sobre qual escola o Senhor Yeshua/Jesus teria frequentado, a de Hillel, como Paulo o apóstolo (segundo alguns), ou a de Shammai.

Acredito que o Senhor Yeshua/Jesus não frequentou nem uma nem outra, embora haja algumas similaridades de seu ensino em algum aspecto com ambas as escolas existentes.

Jesus não frequentou a escola de Hillel ou a de Shammai pelo forte argumento de que ele seguiu a linha, ou “escola” dos profetas de Israel, tendo assim, total isenção da especulação humana agindo diretamente na revelação divina, como era o caso dos profetas do Senhor.

Nisto se dá a diferença da escolha dos discípulos. Na época do Senhor Yeshua/Jesus os discípulos é quem escolhiam seus mestres e suas escolas rabínicas.  No caso dos discípulos de Yeshua/Jesus, eles foram escolhidos um a um pelo próprio Mestre, após uma vigília de oração, provavelmente para esse fim (Mateus 4).

Como exemplo disso no Tanakh (AT) vemos o caso do profeta Elias com Eliseu (1 Reis 19:16,19-21).

 

Ser Discípulo

Discípulo era a palavra favorita do Messias para àqueles cuja vida estava intimamente ligada à dele. É encontrada 261 vezes nos Evangelhos e em Atos, e significa: pessoa “ensinada” ou “treinada”. O discípulo é: “um aluno, aprendiz ou seguidor”.

 

            Há uma definição para discípulo do Messias baseada no evangelho de João:

 

  1. Discípulo é alguém que está envolvido com a palavra de Deus de maneira contínua, João 8:31 “Jesus dizia, pois, aos judeus que criam nele: Se vós permanecerdes na minha palavra, verdadeiramente sereis meus discípulos”.

 

 

  1. Discípulo é o que ama os outros, João 13:34-35 “Um novo mandamento vos dou: Que vos ameis uns aos outros; como eu vos amei a vós, que também vós uns aos outros vos ameis. (13:35) Nisto todos conhecerão que sois meus discípulos, se vos amardes uns aos outros”.

 

  1. Discípulo é alguém que permanece diariamente em união frutífera com seu Mestre, João 15:5-8 “Eu sou a videira, vós as varas; quem está em mim, e eu nele, esse dá muito fruto; porque sem mim nada podeis fazer. Se alguém não estiver em mim, será lançado fora, como a vara, e secará; e os colhem e lançam no fogo, e ardem. Se vós estiverdes em mim, e as minhas palavras estiverem em vós, pedireis tudo o que quiserdes, e vos será feito. Nisto é glorificado meu Pai, que deis muito fruto; e assim sereis meus discípulos”.

 

À semelhança de um recém-nascido, o novo discípulo é chamado por João de “filhinhos” com suas necessidades básicas (1Jo.2:1,12,18,28; 3:7,18; 4:4; 5:21). Vejamos quatro delas: amor, alimentação, proteção e ensino.

O apóstolo João exemplificou essas necessidades em sua vida e seus escritos dirigidos pelo Espírito Santo aos seus filhinhos na fé.

Ser discípulo do Messias implica em:

 

Amar

Há na primeira epístola de João três porções sobre o amor:

  1. a) amor versus ódio (1Jo.2:7-11);
  2. b) amor fraternal (1Jo.3:10-18) e,
  3. c) amor divino (1Jo.4:7-21).

 

Cabe destacar o imperativo de mutualidade sobre amar em 1 João:

  1. 1 João 3:11 -) “que nos amemos uns aos outros”.
  2. 1 João 4:7 -) “amemo-nos uns aos outros”.
  3. 1 João 4:11 -) “devemos amar uns aos outros”.

 

Alimentar

Alimentar através da Palavra de Deus (1 João 2:3-7) e o guardar seus mandamentos (v.5). O contato diário com a Palavra de Deus vai levar o discípulo do Messias a andar em seus passos (v.6). Por isso, o abecedário do discípulo começa com “o-be-de-cer”.

 

Proteger

  1. Proteção contra os apóstatas (1 João 2:18-19).
  2. Proteção contra os falsos profetas (1 João 4:1-6).

 

Pregar e EnsinarKerigma e Didakê

Pode-se dizer que no tempo dos apóstolos, havia duas formas de proclamação do Evangelho conhecidos pelos seguintes vocábulos gregos: kerigma e didakê. O kerigma era a pregação evangelística da mensagem de salvação, visando os de fora da comunidade do Messias (Mc.12:41; 1Co.2:4;15:14). O didakê era o ensino e a instrução para os neófitos (Mc.4:2; 12:38; Jo.7:16-17), visando a maturidade doutrinária dos discípulos.

A pregação e o discipulado além de estar unicamente baseada nas Sagradas Escrituras, devem andar de mãos dadas para que sejamos verdadeiros discípulos do Messias.

Segue de forma prática o propósito do discípulo do Messias, por meio da fala do pastor John MacArthur Jr. em seu livro: Nossa Suficiência em Cristo (Cap.7 Hedonismo Religioso), sobre o testemunho de um judeu que ouviu a pregação da Palavra de Deus em uma igreja evangélica. O qual relato aqui, com minhas palavras: “o pastor conta que um homem o procurou em seu escritório dizendo que precisava de ajuda. Havia frequentado um culto em que o pastor MacArthur pregou sobre ser “Entregue a Satanás” e que se existia alguém entregue a Satanás esse alguém era ele. Compartilhou com o pastor que tinha abandonado a esposa e que estava com uma amante, mas que não gostava dela e sim da sua esposa, que era médico e que em sua clínica praticava abortos, que se sentia culpado e precisava de ajuda, mas, para piorar ele era judeu, e portanto, não acreditava em Jesus. O pastor John MacArthur pegou a Bíblia Sagrada e deu ao médico judeu e disse que ali havia um livro chamado evangelho de João e que depois que ele lesse e descobrisse quem era Jesus era para ele voltar. O médico saiu com a Bíblia e uma semana depois voltou a se encontrar com o pastor e disse que havia descoberto quem era Jesus – o Filho de Deus. Como ele havia descoberto isso, perguntou o pastor. O médico respondeu que ninguém pode falar ou fazer o que ele fez se não for Deus (essa é a conclusão do livro de João 20:30-31), e falou ainda que  continuou lendo, e que descobriu que era um pecador através do livro de Romanos. O homem reconheceu Yeshua/Jesus como o Messias prometido a Israel e seu Goel/Redentor pessoal, fechou a clínica de aborto, deixou a amante e voltou para sua esposa.

Que sejamos discípulos do Messias Yeshua/Jesus!


Por Alexandre B. Dutra
Pastor, Bacharel em Teologia, Mestre em Letras - Estudos Judaicos (USP),
Diretor dos Amigos de Sião e Professor [convidado] do Instituto Tsadik BaEmunah
03/03/2021

 

Chamados, dirigidos e seguros no Senhor.

Chamados, dirigidos e seguros no Senhor.

 

 

Seguir um plano para a vida é algo importante e necessário. Não ter uma direção nos deixa à deriva no grande oceano que é a existência. Sem isso, não teremos uma perspectiva clara sobre para onde estamos indo, ou mesmo referências que nos dão suporte nas decisões que tomaremos, o que fatalmente nos deixará confusos e com poucas perspectivas.

A Bíblia é o Manual do amanhã, um guia para o futuro. Ela é uma fonte inesgotável de indicadores divinos. No Salmo 119.105, o salmista diz que ela é “Lâmpada para os nossos pés e luz para o para o nosso caminho”. Os princípios ensinados neste Salmo apontam que Deus nos mostra sempre o que fazer e como fazer. Além disso, as Escrituras também são uma fonte de promessas do Senhor para nosso encorajamento diário. O Espírito Santo nos aconselha sobre nossas decisões, nos auxilia em nossas ações e nos encoraja com esperança, fé e o amor (1 Coríntios 13.13).

Nem sempre me sinto forte, ou mesmo preparado o suficiente. Algumas vezes os cenários que se desdobram diante de nós não são nada animadores. Ao contrário, parecem estarrecedores. Crises pessoais, familiares, nos relacionamentos, finanças, em nosso trabalho e até mesmo no serviço a Deus sempre nos acompanharão.

Um cenário imperfeito e cheio de limitações associado ao pecador miserável que sou não é nada animador. Por vezes, tenho a sensação de que não serei capaz de cumprir minhas responsabilidades; e isso é realmente angustiante. Mas, apesar de tantos fatores negativos existe uma luz, uma perspectiva, uma esperança.

Em Gênesis 12.1-3, Deus chamou a Abraão e lhe fez promessas. Em sua primeira epístola, Pedro diz que ele nos chamou das trevas para sua maravilhosa luz (1 Pedro 2.9). O apóstolo Paulo diz que o Senhor estabeleceu um supremo propósito: o de nos tornarmos à imagem e semelhança de Cristo (Romanos 8.29 e Gálatas 4.19). Em Filipenses 1.6 ainda diz que: “Estou convencido de que aquele que começou a boa obra em vocês, vai completá-la até o dia de Cristo Jesus.”

 

Frances Jane Crosby, uma famosa compositora cristã cega desde a infância, compôs cerca 9 mil hinos cristãos entre os quais gostaria de destacar o hino “Segurança Bendita”. Nele ela exalta nossa segurança de pertencer ao Senhor, sua herança eterna e sua inteira submissão à sua vontade (Salmos e Hinos 409 – Segurança Bendita – 1ª e 4ª estrofe):

 

Que segurança! Sou de Jesus!

Por ele agora vivo na luz!

De Deus herdeiro a mim me tornou

Pelo seu sangue, que me salvou….

 

Sempre submisso quero viver;

Sua vontade sempre fazer;

Rejubilando, a todos contar

Que meu Jesus me veio salvar.

 

Não importa o quão obscuro pareça o caminho. O Deus que te chamou em Jesus Cristo, te sustentará até o fim. Ele nos guiará por um caminho de vida, nos consolará e aconselhará. Sendo fiel em tudo o que promete, nos garante que completará sua obra em nós e nos receberá muito em breve em uma nova existência para uma vida plena e perfeita por toda a eternidade. Amém!

 

Do amigo e conservo em Jesus,

 

Ari

 


Por Arifranklin Sousa 
Pastor, docente, diretor executivo do Instituto Tzadik BaEmunah e diretor administrativo financeiro da Editora Davar.
Ari, como é chamado, é parte do time responsável pela gestão e desenvolvimento de parcerias estratégicas que dá suporte à
Diretoria do Instituto Tzadik BaEmunah e da Editora Davar.