Rosh Hashaná

Rosh Hashaná

 

 

Rosh Hashaná, literalmente “cabeça do ano” é a data do calendário judaico que marca o início de um novo ano. Começa ao pôr do sol na véspera de 1º de Tishrei (18 de setembro de 2020) e termina após o anoitecer em 2 de Tishrei (20 de setembro de 2020).

De acordo com a Torá, quando Pessach foi instituída para o povo de Israel, o Eterno estabeleceu o mês de Nisã (Março/Abril) como o primeiro dos meses: “Este mesmo mês vos será o princípio dos meses; este vos será o primeiro dos meses do ano” Shemot 12.2. Posteriormente, os líderes judeus estabeleceram o mês de Nisã como o início do mês religioso e o primeiro de Tishrei, que no calendário bíblico era o sétimo mês do ano, como o início do ano cívico de Israel, daí a razão de se comemorar Rosh Hashaná nesta data.
No livro de Vaicrá 23, em 1º de Tishrei o Eterno estabeleceu este dia ao povo de Israel como um encontro marcado (Moed) com ele para a celebração de Shofarot:
“Fala aos filhos de Israel, dizendo: No mês sétimo, ao primeiro do mês, tereis descanso solene, memorial, com sonidos de trombetas, santa convocação. Nenhuma obra servil fareis, mas trareis oferta queimada ao SENHOR”.

Este encontro marcado era caracterizado pelo som das trombetas ou o toque do shofar que não servia meramente como um instrumento musical, mas com o propósito de chamar Israel e as nações para o arrependimento preparando-os para Yom Kipur único dia do ano em que o Cohen hagadol oferecia no Lugar Santíssimo o sangue da expiação por toda a nação.
Desta forma, a Festa de Shofarot – também chamada de Yom Teruá, Yom Hadin e Yom Hazicaron – estabelecida pelo Eterno na Torá, recebe o nome moderno de Rosh Hashaná, período de início de introspecção e meditação pessoal com vistas ao arrependimento.

Shofarot, assim como as demais festas eram símbolos do plano de redenção do Mashiach para Israel e as nações. Muitos rabinos acreditam que Yom Teruá é uma festa que anuncia o retorno do Mashiach, sendo o toque do Shofar um aviso para que Israel e as nações se preparem para recebê-lo.
Interessante que a convocação para o arrependimento fazia parte da proclamação da mensagem de redenção de Yeshua HaMashiach:
“Daí por diante, passou Yeshua a proclamar dizendo: Arrependei-vos, porque está próximo o reino dos céus” Mattityahu (Mateus) 4.17.

Shaná Tová Umetuká!

 


Por Romualdo Santos
Pastor, docente, vice presidente do Instituto Tzadik Baemunah e diretor administrativo executivo da Editora Davar. 
Romualdo, é parte do time responsável pela gestão e desenvolvimento de parcerias estratégicas que dá suporte a Diretoria
do Instituto Tzadik BaEmunah e da Editora Davar.

 

Se Jesus é o Messias

Se Jesus é o Messias

 

 

 

Por que todo o sofrimento do mundo? Por que não existe uma paz real e duradoura? Por que todas as perseguições em nome de Jesus? Por que os rabinos não acreditam nele? Por que ele não diz isso?

 

Há uma resposta para cada uma dessas perguntas, se você estiver interessado. Claro, se você está apenas tentando refutar as afirmações de Jesus, nenhuma resposta o satisfará. Mas se você é um buscador da verdade, disposto a aceitar a verdade onde ela for encontrada (mesmo que seja Jesus), você não continuará a ler?

 

 

Por que todo o sofrimento no mundo?

 

Por que não? Vivemos em um mundo de causa e efeito, e o pecado (transgressão) causa sofrimento. Se o pecado não tivesse sido introduzido no mundo desde o início, não haveria doença ou fome, e a dor seria desconhecida. Para colocar um fim no sofrimento, o problema do pecado deve ser resolvido – e é por isso que Yeshua (Jesus) veio. A respeito do sofrimento, Jesus disse: “No mundo, passais por aflições; mas tende bom ânimo; eu venci o mundo.” (João 16:33).

 

 

Por que não existe uma paz real e duradoura?

 

A paz que Jesus oferece está disponível agora para qualquer judeu ou gentio que o aceite. É uma paz para o seu coração. Claro, a maioria das pessoas é pela paz mundial, mas a paz duradoura começa dentro das pessoas, uma de cada vez. Jesus diz: “Minha shalom (paz) vos dou; não a dou como o mundo a dá. Não se turbe o vosso coração, nem se atemorize.” (João 14:27).

 

 

 Por que todas as perseguições em nome de Jesus?

 

A perseguição contra indivíduos e grupos de pessoas foi realizada sob muitas bandeiras: a bandeira da justiça e da moralidade, a bandeira da liberdade, a bandeira de um mundo melhor. O fato de também ser realizado sob a bandeira do Messias Jesus é apenas mais um indicador de como as pessoas justificam seus atos injustificáveis.

 

 

Por que os rabinos não acreditam nele?

 

Alguns sim. Mas seus status na comunidade judaica cessam nesse ponto e eles não são mais rabinos. A grande maioria dos rabinos não acredita em Jesus pela mesma razão que você. Considerar as afirmações de Jesus verdadeiras significa arriscar relacionamentos importantes, bem como admitir que todo o seu conhecimento, ações nobres e boas intenções não são suficientes para tornar um relacionamento com o Criador possível.

 

 

Por que ele não diz isso?

 

Apesar do que você pode ter ouvido, ele fez. Você pode ler as próprias palavras de Yeshua no Novo Testamento. Veja Mateus 16: 15-57, João 4: 25-26 e João 11: 25-27. Esperamos que você verifique por si mesmo.

 

Se você achar essas respostas perturbadoras, saiba que não é nossa intenção. Entendemos que a verdade nem sempre é confortável ou conveniente; mas é, bem… a verdade.

 

Portanto, se essas respostas falam com você, nós o convidamos a falar com Deus. Porque se Jesus é o Messias, você não deve a si mesmo descobrir?

 


Susan Perlman  é Diretora de Parceria de Judeus por Jesus e trabalha com agências missionárias com ideias semelhantes, congregações messiânicas, igrejas, associações e instituições teológicas com o propósito de estabelecer parcerias estratégicas para que possam fazer mais para abençoar os judeus com as boas novas de Yeshua do que sozinhos. Ela também atua como primeira assistente do diretor executivo David Brickner. Uma das co-fundadoras do Judeus por Jesus, Susan também faz parte da Equipe de Liderança Executiva. Este artigo foi originalmente publicado aqui.

 

Artigo publicado pelo Instituto Tzadik BaEmunah com autorização da autora. Thanks Susan!

 

Traduzido por:

Mariana Reis, é brasileira, tem 24 anos, é tradutora voluntária do INSTITUTO TZADIK BAEMUNAH, reside atualmente em Annapolis, Maryland  – MD, USA. Thanks Mari!

O que é Shalom: o verdadeiro significado

O que é Shalom: o verdadeiro significado

 

 

O que é shalom?

 

O antigo conceito hebraico de paz, enraizado na palavra “shalom”, significava totalidade, integridade, solidez, saúde, segurança e prosperidade, trazendo consigo a implicação de permanência.

 

Shalom e paz

 

Paz! Paz! Paz! Todo mundo é a favor. Ninguém é contra. Mas o que é essa qualidade tão evasiva que chamamos de paz? Pois isso, significa coisas diferentes para pessoas diferentes:

 

  • A paz é o que aqueles que seguem as religiões orientais dizem vir somente por meio da extinção da personalidade individual; tornando-se parte do universo sem consciência de si mesmo. Mas eles na verdade querem dizer serenidade.

 

  • Paz é o que a vizinha idosa deseja quando o adolescente do outro lado da rua está praticando sua bateria. Ela na verdade quer sossego.

 

  • Paz é o que o lojista deseja quando está preocupado em pagar suas contas. Ele na verdade quer dizer que gostaria que sua loja estivesse cheia e lotada de clientes. Paz para ele significa prosperidade.

 

  • O paciente que espera ansiosamente no consultório do médico para saber os resultados de uma bateria de exames de laboratório quer paz. Ele na verdade quer uma boa saúde.

 

Em casos mais extremos, como o de Hitler, a paz resulta da morte de pessoas; ou pelo menos significa matar para obter seu tipo de paz.

Quando não temos o que pensamos que deveríamos ter, dizemos que precisamos de paz!

“A paz não pode ser determinada por nossos próprios pontos de vista tendenciosos ou necessidades egoístas.”

 

 

Definindo a paz

 

Portanto, “paz” é muitas vezes definida como a condição de vida que deveria ser. Mas quem tem o direito de determinar o que deve ou não ser? Se todos nós pudéssemos obter o tipo de paz que queremos, seria uma paz imposta. Seria paz às custas do sonho de outra pessoa sobre o que a paz deveria ser. A paz não pode ser determinada por nossos próprios pontos de vista tendenciosos ou necessidades egoístas. Nem nosso padrão de paz pode ser estabelecido pelas normas de nossa sociedade turbulenta. Então, para onde podemos olhar, senão para nós mesmos ou para a sociedade? Como estabelecemos critérios para definir “paz”?

As definições do Dicionário Webster giram em torno de dois temas principais. Uma trata da cessação das hostilidades. O outro enfoca a libertação da turbulência interior, mais conhecida como paz de espírito.

Podemos observar o desenrolar desses dois temas vendo como duas culturas distintas interpretaram a paz. A palavra, muito usada em inglês, vem do latim “pax”. Pax para os romanos significava o fim das hostilidades entre o conquistador e os vencidos. Essa paz era sempre temporária porque dependia de quem estava em posição de força.

 

A diferença entre “paz” e shalom

 

O rabino Robert I. Kahn de Houston, Texas, resume os distintivos da paz “romana” e shalom “hebraico”:

 

É possível ditar uma paz; shalom é um acordo mútuo.

A paz é um pacto temporário; shalom é um acordo permanente.

Pode-se fazer um tratado de paz; shalom é a condição de paz.

A paz pode ser negativa, a ausência de comoção. Shalom é positivo,  presença de serenidade.

A paz pode ser parcial; shalom é completo.

A paz pode ser fragmentada; shalom é um todo.

 

Os escritos místicos do Zohar ensinam que Deus é paz, Seu nome é paz e tudo está unido em paz (Zohar, Lev. 10b). No pensamento judaico pós-talmúdico, Isaac Arama parafraseou essa ideia dizendo:

 

A paz é algo positivo, o meio essencial pelo qual homens de temperamentos e opiniões diferentes podem trabalhar juntos para o bem comum. Pérolas de virtude individual seriam apagadas isoladamente se não fosse pelo cordão de paz que os une e assim aumenta seu brilho. É por isso que a paz é um nome de Deus, pois é Ele quem dá unidade a toda a criação.

 

 

Shalom de Deus

 

O critério para shalom, a verdadeira paz, então, está com Deus. Esta definição de paz deve começar com a suposição de que existe um Criador e que Ele estabeleceu um padrão para nós. Portanto, deve haver uma aceitação (pelo menos para a compreensão deste artigo) da maneira pela qual Deus escolheu se revelar ao homem – por meio da Bíblia.

 

Shalom na Bíblia

 

O primeiro exemplo de paz na Bíblia é a condição que existia no início no Gan Eden (jardim do Éden). Há uma boa razão para acreditar no relato da criação em Gênesis; mas mesmo que você não acredite literalmente, a mensagem ainda demonstra uma lição de paz.

 

“Adão e Eva desobedeceram e o shalom de Deus foi

 perdido por eles.”

 

Adão e Eva estavam em paz com Deus e com tudo o que Ele criou. Suas necessidades foram supridas. Eles não sofreram fome, doença ou dor de qualquer tipo. A beleza os cercava para que pudessem experimentar e desfrutar. Eles não estavam sozinhos, pois tinham um ao outro e, mais importante, tinham um relacionamento íntimo com seu Criador. Se alguma pessoa já experimentou paz, foi Adão e também Eva. A condição de paz existia no jardim somente enquanto eles eram obedientes à vontade de Deus. Infelizmente, eles desobedeceram e o shalom de Deus foi perdido por eles.

 

 

Shalom no Antigo Testamento

 

Mas, se por meio de Adão e Eva vemos que a paz foi perdida por causa da desobediência, em Abraão vemos o oposto:

 

“Acrescentou Deus: Toma teu filho, teu único filho, Isaque, a quem amas, e vai-te à terra de Moriá; oferece-o ali em holocausto, sobre um dos montes, que eu te mostrarei. Levantou-se, pois, Abraão de madrugada e, tendo preparado o seu jumento, tomou consigo dois dos seus servos e a Isaque, seu filho; rachou lenha para o holocausto e foi para o lugar que Deus lhe havia indicado.”

(Gênesis 22:2-3)

 

Parece além da compreensão da maioria das pessoas seguir tais instruções, quanto mais fazê-lo sem raiva, ansiedade ou desespero. Mas Abraão obedeceu a Deus. Ele reconheceu que Deus tinha o direito de exigir a vida de Isaque se assim quisesse. Essa confiança naquele que o criou tornou possível a Abraão ter paz de espírito, mesmo quando todos os seus sentidos naturais devem ter dito o contrário.

Adão e Eva não seguiram uma regra simples que Deus havia estabelecido para eles. Como resultado, eles foram banidos do Jardim do Éden. O cínico lamentará: “Tentei fazer as coisas certas acontecerem. Trabalhei e tive esperança, mas todo mundo acaba me decepcionando. Você diz que devo esperar em Deus? É como me pedir para confiar na fada dos dentes! Como posso acreditar em um ser sobrenatural? ”

Essa falta de confiança em um Deus todo-poderoso se reflete na história de um menino de nove anos que voltou da escola hebraica e contou à mãe sobre a lição do dia.

 

_ Bem, o rabino contou como Deus enviou Moisés atrás das linhas inimigas para resgatar os israelitas dos egípcios. Quando chegaram ao Mar Vermelho, Moisés chamou os engenheiros para construir uma ponte flutuante. Depois que todos eles cruzaram, eles olharam para trás e viram os tanques egípcios chegando. Rápido como um raio, Moisés transmitiu um rádio ao quartel-general em seu walkie-talkie para enviar os bombardeiros para destruir a ponte, e foi assim que salvou os israelitas.

_ A mãe, espantada, disse ao menino: “David, foi realmente assim que o rabino contou aquela história?”

_ “Bem, não exatamente, mãe. Mas se eu contasse do jeito dele, você nunca acreditaria!”

 

A história é engraçada porque é muito verdadeira. Quando as coisas são maiores do que a nossa experiência de vida, nós as “traduzimos” para o que consideramos dimensões compreensíveis. O perigo de fazer isso é que, quando traduzimos os atos de Deus, estamos, por nosso entendimento limitado, diminuindo quem é Deus. Diminuímos a possibilidade de paz em nossas vidas porque diminuímos Aquele que tem o poder de nos dá-la.

 

“Não estamos em posição de alcançar a

paz por nós mesmos.”

 

Alcançando a paz

 

A paz, paz duradoura, transcende as situações e falhas de nossas vidas pessoais porque não vem de nós. Isso vem de Deus. Não estamos em posição de alcançar a paz por nós mesmos. No entanto, Deus promete todas as qualidades de shalom – integridade, completude, solidez, saúde, segurança – para aqueles que olharem para Ele.

O profeta Isaías escreveu: “Tu, SENHOR, conservarás em perfeita paz aquele cujo propósito é firme; porque ele confia em ti. Confiai no SENHOR perpetuamente, porque o SENHOR Deus é uma rocha eterna” (Isaías 26: 3-4) . Confiar em Deus significa reconhecê-Lo e dar-Lhe o seu lugar de direito em nossas vidas. Devemos também aceitar o agente de paz que Ele providenciou. Isaías escreveu sobre o Messias que estava por vir:

 

“Porque um menino nos nasceu, um filho se nos deu; o governo está sobre os seus ombros; e o seu nome será: Maravilhoso Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade, Príncipe da Paz; para que se aumente o seu governo, e venha paz sem fim sobre o trono de Davi e sobre o seu reino, para o estabelecer e o firmar mediante o juízo e a justiça, desde agora e para sempre. O zelo do Senhor dos Exércitos fará isto.” (Isaías 9:6-7)

 

Paz em Deus

 

Como foi para o Messias trazer paz? Isaías explica mais no capítulo 53:

 

“Certamente, ele tomou sobre si as nossas enfermidades e as nossas dores levou sobre si; e nós o reputávamos por aflito, ferido de Deus e oprimido. Mas ele foi traspassado pelas nossas transgressões e moído pelas nossas iniquidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e pelas suas pisaduras fomos sarados.” (Isaías 53:4-5)

Shalom

 

Dizemos que precisamos de paz, mas estamos dispostos a aceitar Aquele que pagou o preço por nós? Recomendamos a você Jesus como o Príncipe da paz. Entre em contato ou converse conosco para saber mais.

 


Susan Perlman  é Diretora de Parceria de Jews For Jesus e trabalha com agências missionárias com ideias semelhantes, congregações messiânicas, igrejas, associações e instituições teológicas com o propósito de estabelecer parcerias estratégicas para que possam fazer mais para abençoar os judeus com as boas novas de Yeshua do que sozinhos. Ela também atua como primeira assistente do diretor executivo David Brickner. Uma das co-fundadoras do Judeus por Jesus, Susan também faz parte da Equipe de Liderança Executiva. Este artigo foi originalmente publicado aqui.  

 

Artigo publicado pelo Instituto Tzadik BaEmunah com autorização da autora. Thanks Susan!

 

Traduzido por:

Mariana Reisé brasileira, tem 24 anos, é tradutora voluntária do INSTITUTO TZADIK BAEMUNAH, reside atualmente em Annapolis, Maryland  – MD, USA. Thanks Mari!

Testemunho do Dr. Michael Brown – do LSD ao PhD

Testemunho do Dr. Michael Brown – do LSD ao PhD

 

reprodução: Twitter

Eram 1h30 da manhã, na primeira semana de setembro de 1971. Eu tinha apenas dezesseis anos de idade, mas já havia ganhado os apelidos “Urso das Drogas” e “Homem de Ferro”. Eu poderia tomar quantidades maiores de drogas do que qualquer um dos meus amigos – e viver para me gabar! Se eu estava usando heroína ou usando alucinógenos como LSD e mescalina, tomar mega doses de drogas se tornara meu estilo de vida. Mas desta vez eu fui longe demais. Tomei mescalina suficiente para trinta pessoas e meus amigos me colocaram em um ônibus sozinho, me mandando para casa para cuidar de mim mesmo. Eles pensaram que era uma grande piada! Na verdade, era uma questão de vida e morte.

Fiquei delirante no ônibus e desci cedo demais, a mais de um quilômetro da casa da minha família em Long Island, Nova York. Enquanto caminhava lentamente em direção à casa, pensei que a jornada nunca terminaria. Fiquei desorientado e me perdi a apenas dois quarteirões de casa. Sentei-me no chão em tormento mental, sentindo como se tivesse entrado em um labirinto do qual nunca poderia sair. Eu pensei que tinha morrido e ido para o inferno.

Então, quando já era noite, um amigo dos meus pais apareceu, passeando com o cachorro. Ele olhou para mim chocado enquanto eu gritava: “Estou queimando no inferno!” Eu também fiquei chocado. “Por que ele está passeando com seu cachorro no inferno?”, eu pensei.

Assim que ele se afastou, tomei uma decisão: “Vou pular na frente do próximo carro que aparecer. Não aguento mais.” Eu estava enlouquecendo.

Em poucos minutos, um carro veio correndo na esquina. Eu pulei na estrada diretamente na frente do carro e joguei minhas mãos no ar. O carro parou a poucos centímetros do meu corpo. Eram meus pais! O homem com o cachorro tinha ido a minha casa e, profundamente abalado, contou o que tinha visto. Eles vieram me procurar. Eles estavam prontos para parar naquele mesmo canto. Se tivesse sido qualquer outro carro, eu teria morrido.

 

Mas o que eu estava fazendo lá de qualquer maneira, tão desorientado? Como um garoto judeu legal como eu ficou tão bagunçado? E por que eu estava pensando no inferno? Deixe-me te contar a história. Acho que você ficará interessado em ouvir o que aconteceu!

Nasci na cidade de Nova York em 1955. Meu pai era advogado sênior da Suprema Corte de Nova York e ele e minha mãe eram tão felizes quanto qualquer casal que eu já conheci. Minha educação era típica de muitas crianças judias conservadoras de Nova York. Nós nos mudamos para Long Island, eu me saí bem na escola, pratiquei muitos esportes e, como todos os meus amigos, basicamente fiquei sem problemas. Mas algo mudou. Tudo começou inocentemente. . .

Quando eu tinha oito anos, comecei a tocar bateria. Não havia dúvida de que eu tinha capacidade. De fato, quando eu tinha quinze anos, eu já havia tocado em um álbum de estúdio. Mas minha música favorita era rock, e depois do meu Bar Mitzvah em 1968, fiquei interessado em tocar em uma banda. Eu queria ser baterista de rock, e todos os meus modelos eram conhecidos por seu uso pesado de drogas, rebelião e imoralidade flagrante. Eu queria ser como eles!

Em 1969, aos quatorze anos, quando me perguntaram se queria experimentar fumar maconha, fiquei muito feliz em obedecer. Logo tentei fumar haxixe também. Mas nenhum deles teve efeito algum em mim. Então, tentei usar drogas mais pesadas até chegar ao LSD. “Mas nunca farei nada pior do que isso”, pensei. No entanto, fui enganado. Logo comecei a usar mais e mais drogas. (Claro, eu tinha certeza de que nunca colocaria uma agulha no meu braço!). Então, tive a oportunidade de experimentar heroína. Eu amei! Eu tinha quinze anos

Quando eu tinha dezesseis anos, minhas notas começaram a cair na escola, e as drogas, o rock e a vida imunda eram minha porção diária. Por diversão, meus amigos e eu até invadimos algumas casas e um consultório médico. Experimentamos as drogas que encontramos e quase nos matamos. Mas afinal, éramos legais! Estávamos fazendo “nossa coisa”. E um dia seríamos famosos astros do rock!

Menos de um ano depois, eu estava vivendo para Deus e contando às pessoas sobre Jesus, o Messias e o Senhor dos gentios e judeus. Hoje, já viajei pelo mundo pregando e ensinando. Tive o privilégio de falar nos campus de universidades (incluindo Harvard e Yale), escrevi livros e artigos escritos que foram traduzidos para mais de uma dúzia de idiomas, debatidos e dialogados com rabinos no rádio e na TV, e obtive um doutorado em Línguas e Literaturas do Oriente Próximo da Universidade de Nova York, leciono como professor visitante nos principais institutos de teologia e atuo como presidente de duas faculdades bíblicas. O Criador do universo agora é meu Pai, Jesus, o Messias, é meu melhor e mais próximo amigo, vivo minha vida livre de ansiedade e medo, e a paz e a alegria de Deus me renovam todos os dias.

“Bem”, você pode dizer, “você estava bagunçado. Você estava procurando por algo. Você precisava mudar.”

Para ser perfeitamente sincero, eu estava confuso e estava procurando por algo – mas não era Deus! E eu absolutamente não queria mudar. Eu tinha encontrado meu estilo de vida e adorei! Eu gostava de usar drogas. Gostei da minha música. Eu gostava de cumprir os desejos da carne. O que eu procurava era mais prazer pecaminoso e mais excelência musical, levando a mais reconhecimento como baterista de rock.

Quanto a Jesus, ele não era mais importante para mim do que Muhammad ou qualquer outra figura religiosa estrangeira. Afinal, eu era judeu! E, pensava: “Se realmente existe um Deus, Ele sabe que, no fundo, tenho um bom coração. Se houver um céu, Ele certamente me aceitará”. Apesar da mentira, das drogas, da bebida, do orgulho, da rebelião, do roubo, da imoralidade, da boca e mente sujas, pensei que era realmente uma pessoa muito boa. Mal sabia eu que a Bíblia dizia: “Todo caminho do homem é reto aos seus próprios olhos, mas o SENHOR sonda os corações (Provérbios 21: 2)”. E, “Há caminho que ao homem parece direito, mas ao cabo dá em caminhos de morte (Provérbios 14: 12)”. A natureza humana sempre tenta se justificar!

Durante a primavera de 1971, meus dois melhores amigos (e membros da minha banda) começaram a frequentar uma pequena igreja de pregação do evangelho. Por quê? Porque eles gostaram de duas meninas que foram lá! E por que as meninas foram? Porque o tio deles era pastor e o pai estava orando por eles. Então, em agosto, eu também fui à igreja. Por quê? Porque eu queria atrair meus amigos! Eles estavam começando a mudar, e eu não gostei disso. Eles não estavam festejando como costumavam fazer. Eu tive que pará-los antes que fosse tarde demais. Você pode adivinhar o que aconteceu. Eu perdi a luta! O amor das pessoas da igreja começou a quebrar meu orgulho teimoso e, totalmente desconhecido para mim, suas orações começaram a ter um impacto. Algo dentro de mim começou a mudar! Na verdade, comecei a me sentir culpado pelas coisas sujas que estava fazendo.

Surpreendentemente, até aquele momento, eu nunca havia experimentado o menor remorso por roubar dinheiro de meu próprio pai, ou colocar meus pais em todo tipo de sofrimento por causa do meu uso de drogas, ou trair duas vezes minhas melhores amigas, ou ferir cruelmente alguém. Gostava da minha língua afiada e cruel. Agora, algo estava acontecendo. Quando eu não conseguia dormir à noite depois de me encher de mescalina ou engolir várias doses de LSD com anfetamina, comecei a me sentir desconfortável com meu estilo de vida, me vendo mais idiota do que um adolescente legal, e comecei a temer aquelas longas horas da noite, sozinho com a sensação de ser impuro, sozinho com o meu pecado.

Certamente, naquela época, eu não tinha idéia de que isso era algo chamado “convicção”, um processo maravilhoso pelo qual Deus nos mostra o quão realmente estamos doentes – a fim de nos tornarmos inteiros. E não fiz nenhuma conexão entre essa súbita mudança de atitude e as orações desses sinceros cristãos. Em vez disso, tomei uma decisão: não usarei nenhum medicamento que me mantenha acordado à noite! E fiquei longe da igreja pelos próximos três meses.

Quando finalmente voltei para lá em novembro, algo completamente inesperado aconteceu comigo. Não era o que eu estava antecipando! Pela primeira vez na minha vida, acreditei que Jesus morreu por mim (em outras palavras, Ele pagou a penalidade que eu merecia, morreu em meu lugar) e que ressuscitou dos mortos.

Isso não me pareceu uma notícia especialmente boa! Como posso dizer isso? Simples. Uma coisa era para meus amigos realmente confiarem em Jesus. Afinal, um era metodista e o outro ortodoxo russo. Mesmo que eles fossem apenas cristãos no nome, tornar-se um cristão na verdade não me pareceu um salto religioso tão grande. Eu pensei que as diferentes religiões cristãs estavam próximas o suficiente!

Mas para mim, um judeu (mesmo um judeu não religioso), como eu poderia acreditar em Jesus? (Lembre-se: naquela época, eu não sabia que o nome hebraico de Jesus  é Yeshua e que o nome hebraico da mãe de Jesus é Miriam, ou que “Cristo” significa “Messias” ou que ele veio ao mundo para salvar seu povo judeu, ou que ele viveu e morreu como judeu fiel.) Para mim, Jesus era apenas para os gentios.

Mas havia um problema muito maior que eu enfrentei: seguir Jesus e entrar em um relacionamento correto com Deus significava que eu tinha que me afastar dos meus pecados. Eu não queria fazer isso! Havia muito prazer no meu pecado. E como eu poderia ser um famoso baterista de rock e um bom e limpo frequentador de igrejas ao mesmo tempo? Além disso, eu estava orgulhoso demais para admitir que poderia estar errado. (Algumas pessoas preferem morrer a admitir que estão erradas.) Eu era tão teimoso quanto eles. E como eu adorava discutir, afinal, eu era filho de um excelente advogado! No entanto, de alguma forma, a bondade e a paciência de Deus superaram minha obstinação, meu orgulho, meus hábitos pecaminosos e meus mal-entendidos religiosos. No final de 1971 eu era um novo homem! O Pai celestial interveio nos meus assuntos, fazendo-me saber que eu era culpado aos Seus olhos, expondo a corrupção do meu coração.

O que tudo isso tem a ver com você? Deixe-me explicar. Veja bem, eu não era pecador porque estava consumindo heroína. Eu estava usando heroína porque era um pecador. O pecado assume muitas formas. Mas aos olhos de Deus, todos nós somos pecadores. Em outras palavras, todos nós somos culpados à luz de Seus padrões e leis. E, no fundo, a maioria reconhece que Suas leis estão certas. No entanto, ainda as quebramos. Por quê? Porque por natureza somos uma raça caída. Ninguém precisa nos ensinar a mentir, a desejar o mal, a ser egoísta, a odiar, a guardar rancor, a enganar, a ser ganancioso, a invejar. Essas coisas vêm naturalmente para nós – até para os melhores de nós!

De acordo com as Escrituras, o primeiro e maior mandamento é: “Amarás o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma e de todo o teu entendimento (Mateus 22: 37)”. Em vez disso, encontramos tempo para negócios, lazer, família, amigos, esportes, entretenimento, relaxamento, hobbies, educação ou qualquer outra coisa importante para nós. Mas Deus não é tão importante para nós! Ele certamente não é aquele em torno de quem nossas vidas giram. Se Ele fosse, encontraríamos mais tempo e energia para Ele. Ele deveria vir primeiro.

E o segundo mandamento? Tanto Moisés como Jesus ensinaram que o próximo grande mandamento é: “Amarás o teu próximo como a ti mesmo (Mateus 22: 39)”. Falhamos aqui também! Pense em todos os assassinos, estupradores, traficantes de drogas, abusadores de crianças, chefes de crimes e ladrões – a lista continua. É claro que eles não amaram seus vizinhos como eles mesmos. Mas não sejamos tão rápidos em condenar.

Talvez você não tenha matado alguém. Mas você os odiou? Então você é culpado de não amar o seu próximo como a si mesmo! Talvez você não tenha cometido adultério com aquele cônjuge bonito de seu amigo ou chefe. Mas se você está ardendo de desejo por eles, cometeu adultério em seu coração. Aos olhos de Deus, você é culpado! E a penalidade para os culpados de violar as leis de Deus é a morte.

“Nesse caso”, você diz, “estamos com problemas! Todos são culpados”. Exatamente. É por isso que Deus enviou Seu Filho ao mundo. Embora não O merecêssemos, e embora seja mais do que poderíamos pedir ou imaginar, Deus fez algo incrível. A Bíblia diz que Ele amou o mundo de tal maneira – e isso significa que Ele te amou – que deu o seu Filho unigênito, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna (João 3: 16).

Jesus morreu por você! Em vez de você e eu termos que pagar por nossos pecados (e seria perfeitamente justo se Deus exigisse que pagássemos), Jesus pagou por nossos pecados. Em vez de você e eu termos que sofrer a pena de morte, Jesus sofreu por nós. Foi isso que Ele quis dizer quando afirmou: “Ninguém tem maior amor do que este: de dar alguém a própria vida em favor dos seus amigos (João 15: 13)”. Ele também disse: “Eu sou o bom pastor. O bom pastor dá a vida pelas ovelhas (João 10: 11)”.

E foi isso que o profeta judeu Isaías quis dizer quando escreveu sobre a morte do Messias centenas de anos antes:

Mas ele foi traspassado pelas nossas transgressões e moído pelas nossas iniquidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e pelas suas pisaduras fomos sarados. Todos nós andávamos desgarrados como ovelhas; cada um se desviava pelo caminho, mas o SENHOR fez cair sobre ele (Jesus!) a iniquidade de nós todos (Isaías 53: 5 e 6).

Isso está fazendo sentido para você agora? Você entende por que Jesus morreu na cruz? Ele carregou seus pecados para que você não precise mais carregá-los!

Volte para Deus e peça que Ele perdoe você. Reconheça sua culpa e diga: “Deus, tenha misericórdia de mim! Afasto-me dos meus pecados”. Peça a Ele para purificá-lo e lavá-lo através do sangue que Jesus derramou. Coloque sua fé no Filho de Deus. Ele morreu por você e ressuscitou dos mortos. Acredite nele e submeta-se a ele como seu Senhor. Você nunca será o mesmo! E você nunca vai se arrepender.

O que Ele fez por mim – de uma maneira única e pessoal – Ele pode fazer por você. Ele morreu para que você pudesse viver. Ele se tornou culpado para que você pudesse se libertar. Ele desceu à terra para que um dia você pudesse ir para o céu. Mas se você O recusar, a porta será fechada. Você vai morrer em sua culpa, sem desculpa. O Deus Todo-Poderoso lhe dirá: “Afaste-se de mim para o fogo eterno!” Então será tarde demais!

Por isso dediquei um tempo para contar a minha história. Pode se tornar sua história também! Você pode experimentar o maior amor que o mundo já viu. Através de Jesus, você pode conhecer o Deus que criou você. Então você realmente viverá – neste mundo e no mundo vindouro. Servir a Deus vale tudo!

 


http://realmessiah.com/index.php/en/testimonies

Não é possível contornar Jerusalém

Não é possível contornar Jerusalém

 

O SENHOR ama as portas de Sião mais do que todas as habitações de Jacó. Coisas
gloriosas se dizem de ti, ó cidade de Deus. (Salmo 87. 2, 3)

 

Jerusalém não é populosa como São Paulo, nem rica como Tokyo. Também não é capital de nenhuma potência mundial, não está localizada em um lugar estratégico. Não é sede de grandes multinacionais e em boa parte de sua história tem permanecido sob o domínio de grandes impérios. Todavia, nenhuma outra no planeta e na História esteve tão presente. Nenhum lugar do mundo gerou tantas tensões. Nenhuma outra cidade domina tanto a imprensa ou mesmo a literatura.

Podemos dizer que ela é a cidade mais amada e mais disputada do mundo. Nela se encontra, sem sombra de dúvidas, o ponto nevrálgico da paz mundial. Em suas paredes se abrigam inúmeras esperanças, presentes e futuras, esperanças reais e irreais, justas e injustas. Ali se cruzam as estradas do espaço e do tempo.

As nações puderam, inúmeras vezes, pisar Jerusalém. Muitos têm até mesmo amaldiçoado essa cidade por não entender os mistérios que a rodeiam. Pode-se amá-la ou odiá-la, contudo, é impossível contornar Jerusalém. Ela se encontra no centro das nações e da história.

Não é verdade que todos os caminhos levam a Roma. Eles levam a Jerusalém. Foi lá que Abraão ofereceu Isaque e o Templo foi construído. Foi lá que o Messias morreu por toda a humanidade e foi lá que ele ressuscitou, vencendo a morte para sempre. Foi nessa cidade que o Espírito foi derramado de forma ampla e distinta no dia de Pentecoste. E foi dali que partiram os primeiros missionários para chegar até os confins da terra.

Será contra Jerusalém que as nações se ajuntarão no futuro. Será sobre um de seus montes que o Messias colocará seus pés. E será a partir dela que o Cristo reinará sobre todos os reinos. E então ela será reconhecida afinal, como a cidade do grande Rei.

Deus não escolheu as coisas fortes e nem as coisas sábias deste mundo. Escolheu as coisas loucas e as coisas fracas, para demonstrar ao mundo que só Dele provém a verdadeira força e a verdadeira glória. Jerusalém não desfruta de algum tipo de grandeza, por causa de si mesma. Sua grandeza provém Daquele que a escolheu.

Porém escolhi Jerusalém para que ali estivesse o meu nome… (2 Cr 6.6) Os homens podem ter suas opiniões e podem desenvolver suas teologias. As nações podem fazer seus planos e implementar suas políticas. A ONU pode pensar que tem o domínio do mundo em suas mãos, inclusive o domínio de Jerusalém. No entanto, Jerusalém sempre estará lá para lembrar a todos que Deus e somente Ele é o Senhor da história e que Ele a conduzirá conforme Seus próprios planos e nenhuma ação humana impedirá isso.

Há dois mil anos o próprio Jesus disse que Jerusalém seria pisada pelos povos da terra e por quase dois mil anos isso foi um fato histórico. Todavia, ele mesmo estabeleceu os limites temporais para isso. Ele disse: “..até que o tempo dos gentios se complete…”. O fim do domínio das nações sobre Jerusalém ocorreu há mais de 50 anos. Na Guerra dos Seis Dias, em 1967, os judeus conquistaram a parte oriental da cidade.

Entendemos perfeitamente que Jerusalém só será de fato e de direito a “cidade da paz” quando nela reinar o Príncipe da Paz. Antes disso, todos os acordos e contratos falharão. Todas as tentativas humanas, mesmo as melhores, não serão mais que ilusões. No entanto, após esses 50 anos da conquista de sua liberdade, reconhecemos que as promessas divinas deram mais um passo em direção à sua plenitude. E por isso, queremos abençoar Jerusalém, lembrando o Salmo 122:

“Prosperem os que te amam, ó Jerusalém! Haja paz dentro de tuas muralhas e segurança em teus palácios” Em favor de meus irmãos e amigos suplicarei: “A paz esteja contigo!”


Por Eguinaldo Hélio de Souza
Pastor, jornalista, professor de teologia e história no Vale da Bênção. Palestrante nas áreas de apologética, seitas,
escatologia, Israel e vida matrimonial.

A Eternidade no coração do Homem

A Eternidade no coração do Homem

 

 

Sempre há muitas perguntas sobre como será a eternidade. E se é difícil descrever de modo pleno e satisfatório nosso mundo hoje, como definir a eternidade? Como caracterizá-la? Em que consistirá esse tempo sem fim com Deus?

Não há como um salvo não questionar a eternidade. Aliás, não há como o ser humano não pensar na eternidade. Ela se apresenta diante de nós e não há como fugir dela, pois é para ela que nossa vida ruma em uma correnteza que não se pode deter.

Também [Deus] pôs a eternidade no coração dos homens; contudo, não podem descobrir a obra que Deus fez desde o princípio até o fim. (Eclesiastes 3.11)

A mente dos salvos quando sonda o futuro quer ir além do que é possível. Pergunta por coisas para as quais de fato não há resposta. E, no entanto, muitas vezes, deixa de atentar para as respostas dadas por Deus. Falar da eternidade é falar do infinito temporal e por isso não é fácil.

No entanto, lembre-se que qualquer escatologia bíblica jamais poderá ir além do que está escrito (1 Co 4.6). Onde a Bíblia se cala nós também devemos nos calar. E falar com confiança e certeza naquilo que ela revela. Não há qualquer problema em responder diante das questões da eternidade: “Não tenho a menor ideia”, pois ideias não são matéria prima da teologia e sim a revelação.

As Escrituras não nos deixam vislumbrar muita coisa. A verdade, porém, é que nossa mente limitada seria incapaz da absorver uma realidade muito além da nossa. A razão não pode tudo. Sua última ação, segundo Pascal, consiste em constatar seus limites.¹

Quando João descreve o que viu no Apocalipse, principalmente nos capítulos 4 e 5, ele usou frequentemente a expressão “semelhante” e “como”. Não havia como dizer exatamente o que viu, pois em nosso mundo não existe similar. Tudo será muito além do que as palavras que possuímos poderiam expressar, tudo será muito além do que a nossa realidade consegue manifestar. O estado eterno é uma condição infinitamente além do que qualquer condição que tenhamos conhecido. Muito além do que qualquer ficção poderia criar.

Mas, quando vier o que é perfeito, então, o que é em parte será aniquilado. (…) Porque, agora, vemos por espelho em enigma; mas, então, veremos face a face; agora, conheço em parte, mas, então, conhecerei como também sou conhecido. (1 Coríntios 13.10, 12)

Ainda assim temos que pensar a eternidade. Ainda assim, ansiamos por esse tempo além do tempo, essa vida além da vida. E temos que fazer isso conforme a Palavra. E nela, podemos vislumbrar com quem vislumbra o horizonte. Não sabemos tudo sobre a eternidade, sabemos na verdade bem pouco. Isso não significa que não sabemos nada. Sabemos coisas bem preciosas sobre ela.

Depois, virá o fim, quando tiver entregado o Reino a Deus, ao Pai, e quando houver aniquilado todo império e toda potestade e força. Porque convém que reine até que haja posto a todos os inimigos debaixo de seus pés. Ora, o último inimigo que há de ser aniquilado é a morte. E, quando todas as coisas lhe estiverem sujeitas, então, também o mesmo Filho se sujeitará àquele que todas as coisas lhe sujeitou, para que Deus seja tudo em todos. (1 Coríntios 15.24, 25, 26, 28)

O fim que virá, será o fim da presente era. Na verdade, será o fim que precederá um novo começo, o começo da eternidade, dessa condição de existência indizível. E por este texto, pelo menos algumas coisas sabemos sobre a eternidade.

  1. Será o fim da matéria corrompida

Porque convém que isto que é corruptível se revista da incorruptibilidade e que isto que é mortal se revista da imortalidade. E, quando isto que é corruptível se revestir da incorruptibilidade, e isto que é mortal se revestir da imortalidade, então, cumprir-se-á a palavra que está escrita: Tragada foi a morte na vitória. (1 Coríntios 15.54, 55)

Vivemos no mundo pós-Queda e por isso não sabemos o que é viver no mundo original criado por Deus, o qual era “muito bom” (Gênesis 1.31). Toda a matéria ao nosso redor foi corrompida e até o universo, isto é, o cosmo, “envelhece como um vestido” (Salmo 102.26). Toda a natureza geme, pois por causa do pecado ficou entregue à efemeridade (Romanos 8.19-21). Essa condição, no entanto, terá fim para dar lugar a um novo começo.

  1. Será o fim dos opositores de Deus

quando houver aniquilado todo império e toda potestade e força (1 Coríntios 15.24)

Tanto na terra, seus governantes, quanto no céu, os principados e potestades, se opõe a Deus. Vivemos em um mundo que se opõe à vontade do seu Criador e Senhor e embora ele ria de tal situação, ela existe e é dolorosa para nós que nos submetemos a Ele (Salmo 2.1-3). Na eternidade porém, nada se oporá a Ele e o alinhamento à vontade divina que um dia existiu no universo voltará a ser uma realidade. Sua vontade será feita plenamente, tanto na terra, quanto nos céus, tanto na esfera física quanto na esfera celestial. Principados e potestades, no céu e na terra, serão definitivamente vencidas.

Naquele dia o Senhor castigará, no alto, as potestades nos céus, e embaixo, os reis da terra (Isaías 24.21)

  1. O fim da morte

Então a morte e o além [o hades], foram lançados no lago de fogo (Apocalipse 20.14)

A morte é tão certa quanto é inaceitável. E o choro dos velórios é o testemunho humano disso. Não importa quanto tempo o morto tenha vivido entre nós e qual tenha sido seu sofrimento neste mundo. Ninguém aceita o fim. Fomos criados para eternidade e somente quando a morte não mais reinar, então será a eternidade, esse último inimigo a ser vencido.

Não sabemos o que é um mundo sem morte, um mundo onde ele não faz sentir diariamente o seu poder. E ainda que não saibamos, será nesse mundo que iremos viver. E podemos dizer como John Donne, poeta e pregador inglês do século XVII:

Morte, não te orgulhes, ainda que alguns a tenham chamado

Poderosa e terrível, pois tu não o és…

…Um pequeno sono apenas e acordamos eternamente,

e não haverá mais morte, pois tu, ó morte, morrerás.

E então, a grande característica da eternidade terá lugar: Deus será tudo em todos. Não como um falso panteísmo, onde um deus é tudo e é todos. Mas em uma plena soberania bíblica onde nada no universo estará fora da harmonia com Ele. Não haverá então espaço algum para o mal, pois o mal é a ausência do bem, é a ausência do Sumo Bem. E o Sumo Bem estará eterna e totalmente presente, preenchendo todas as coisas.

 


Por Eguinaldo Hélio de Souza
Pastor, jornalista, professor de teologia e história no Vale da Bênção. Palestrante nas áreas de apologética, seitas,
escatologia, Israel e vida matrimonial.

 

1 A.D. SERTILLANGE. A vida intelectual. São Paulo: É realizações, 2010 p. 18.

Israel no plano de Deus – Um esboço

Israel no plano de Deus – Um esboço

 

 

 

Embora subtemas possam ser extraídos dos capítulos 9 a 11 da epístola do apóstolo Paulo aos Romanos, o tema central é Israel como nação, como etnia. Isso é bem claro desde os primeiros versículos: a dor no seu coração é pelos seus irmãos, que são seus parentes segundo a carne (v.3).

Abordar esse tema era inevitável, uma vez que o plano de salvação de Deus através da morte e ressurreição de Cristo, o surgimento da Igreja como Corpo de Cristo formado por judeus e gentios, com a tarefa de evangelização mundial, não havia sido bem compreendida pelos apóstolos até a última hora (Atos 1.6-8). Era preciso explicar a situação de Israel diante desses novos fatos.

ISRAEL EM TRÊS TEMPOS

Falando de Israel como etnia eleita para os propósitos eternos, podemos extrair desses capítulos uma linha temporal que abrange o propósito passado, o presente e o futuro.

I – Passado: a glória de Israel

A descendência física de Abraão através de Isaque recebeu alguns privilégios históricos que são aqui expostos na epístola aos Romanos:

são israelitas, dos quais é a adoção de filhos, e a glória, e os concertos, e a lei, e o culto, e as promessas; dos quais são os pais, e dos quais é Cristo, segundo a carne, o qual é sobre todos, Deus bendito eternamente. Amém! (9.4, 5)

  1. a) Adoção de filhos
  2. b) A presença gloriosa de Deus entre eles
  3. c) As alianças
  4. d) A Lei (o decálogo e as demais leis derivadas)
  5. e) Culto aceitável
  6. f) Promessas inúmeras
  7. g) O Messias

Esses privilégios não foram frutos de merecimento, mas tão somente da vontade de Deus em escolhê-los para diversos propósitos (9.9-18).

II – Presente: endurecimento, salvação dos gentios e remanescente

No curso natural do plano de salvação, Israel, isto é, os judeus como um todo, como nação e etnia, deveria ter abraçado Jesus como o seu Messias, pois era o único povo da terra com esperança messiânica. Só eles tinham conhecimento desse fato. Todavia, não foi isso que aconteceu. Ainda que milhares de judeus tenham abraçado a mensagem do Evangelho (Atos 21.20), o restante da nação o rejeitou. Esse fato é descrito pelo apóstolo Paulo como o “endurecimento” (9.30-33; 10.18-11; 11.7-10)

Esse endurecimento, todavia, foi o caminho usado por Deus para que a salvação chegasse aos gentios, isto é, aos não judeus. Assim como o fato de José ter sido rejeitado por seus irmãos redundou em redenção para os egípcios, o fato dos judeus terem rejeitado Jesus como seu Messias, fez com que o Evangelho chegasse até nós (11.11, 12, 15)

Entretanto, esse endurecimento foi apenas parcial (11.25). Na verdade, aqui nessa porção Paulo expõe a doutrina do remanescente, isto é, judeus que são crentes verdadeiros. Mesmo nas épocas de grande apostasia, sempre houve um remanescente fiel (11.1-5) e esse remanescente fiel são os judeus salvos durante esse período da Igreja, do Pentecostes até os dias de hoje.

III – O futuro: reconciliação, plenitude e exaltação

Paulo fala abundantemente da restauração de Israel: chama essa restauração de plenitude (11.12); chama de admissão e diz que ela trará vida dentre os mortos (11.15); na parábola da oliveira ele anuncia que voltarão a ser enxertados (11.24)

E em 11.25-29 temos uma ampla revelação da futura salvação de Israel como nação, baseado na eleição divina e na aliança de Deus com os patriarcas. Esta passagem está em harmonia plena com Zacarias 12.10 e com o fato de José, ao final, ter se reconciliado com seus irmãos. (Gênesis 45)

Essa plenitude, essa readmissão de Israel se harmoniza com as promessas divinas de um Israel exaltado no Milênio futuro (Zacarias 8.23; Isaías 60.10-14)

Não entendemos tudo. Muita coisa permanece mistério (11.33-36). O que não é mistério e se torna bem claro aqui é que os dons e vocação de Deus são irrevogáveis e que Israel permanece “amado por causa dos patriarcas” (11.28,29).

 


Por Eguinaldo Hélio de Souza
Pastor, jornalista, professor de teologia e história no Vale da Bênção. Palestrante nas áreas de apologética, seitas,
escatologia, Israel e vida matrimonial.

Vale das Sombras

Vale das Sombras

 

 

Numa certa manhã eu e minha família estávamos cultuando e meditando nas Escrituras quando cada um de nós teve a oportunidade de agradecer ao Senhor por algo. Basicamente, meus filhos (que na época tinham de 6 a 8 anos) agradeceram a Deus por ter enviado Jesus e este ter morrido por eles na cruz a fim de terem comunhão com o Pai. Em suas simples palavras: “agora Deus está com a gente!” Terminamos aquele momento orando o Salmo 23 de Davi.

Como nós, Davi enfrentava dias difíceis. Tento imaginar um vale, lugar plano, onde se poder ver tudo a certa distância. Mas este vale é descrito por Davi como um lugar sombrio e de morte.

Opressão é a palavra chave aqui. Assim como sentimos em diversos momentos de nossa vida, o rei Davi se sentia oprimido quando escreveu este salmo. As opressões têm origens e desdobramentos diferentes em cada pessoa. Há pessoas oprimidas por espíritos malignos, traumas, acúmulo de feridas emocionais ao longo da vida, decisões erradas, casamentos enfermos ou por perseguição de pessoas que se erguem contra nós (a exemplo de Davi).

Creio particularmente que não temos como evitar estes vales. Hoje, eles me são bastante conhecidos. Antidepressivos, lutos, lágrimas, abraços, colo, e os amigos que intercedem por nós atenuam seus efeitos. Mas, se Deus (o Pai) não livrou o Senhor Jesus da cruz, se não poupou Davi, os profetas, apóstolos e os demais discípulos de Jesus ao longo dos séculos, por que me pouparia?

Orar nunca é fácil. Clamar pelo socorro divino em meio às opressões é por demais difícil. Digo isso porque quando necessitamos, pedimos a outros que orem por nós. E, quando oramos, temos de optar por um tipo de oração superficial ou a mais difícil: aquela onde há profunda contrição; através da qual o Espírito intercede com gemidos inexprimíveis (Rm 8.26,27).

Para mim, a mais óbvia, superficial, é aquela onde pedimos ao Senhor que nos livre do vale e de seus efeitos. A mais difícil, é aquela onde nos submetemos e exercemos confiança. E, como Davi, expressar que cremos que a vara e o cajado do Senhor nos protegerão e guiarão.

Existem elementos nestes vales que produzirão profundas e significativas mudanças em nosso caráter e na forma como me relaciono com Deus e com as pessoas. Hoje, minha oração é que os braços do meu Deus estejam a me confortar, e que o seu Espírito me guie a águas tranquilas. Tudo em mim grita: Maranata! Vem, Senhor Jesus! Pois tenho a certeza de que um dia habitarei na presença de meu Deus por todo o sempre.

Do amigo, e conservo em Jesus,

Ari


Por Arifranklin Sousa 
Pastor, docente, diretor executivo do Instituto Tzadik BaEmunah e diretor administrativo financeiro da Editora Davar.
Ari, como é chamado, é parte do time responsável pela gestão e desenvolvimento de parcerias estratégicas que dá suporte à
Diretoria do Instituto Tzadik BaEmunah e da Editora Davar.

 

Se eu acredito em Deus?

 Se eu acredito em Deus?

 

 

Recentemente fui indagado por alguns jovens que se diziam ateus sobre a minha crença em Deus, incontinente apresentei as minhas razões, pois vi em seus olhares curiosos, uma busca, ainda que inconsciente, pela verdade e um anseio por respostas às questões da alma, origem do Universo e especialmente o futuro.

Não demorou muito e a conversa enveredou pelo sofrimento humano e o porquê do Deus que seria amoroso permitir as doenças, (estamos no meio de uma pandemia) a fome e as desgraças e os infortúnios desta vida.

Carinhosamente, comecei a explicar que a pergunta não procedia, pois não caberia indagar sobre algo ou um ente “que não existe” e que permite ou não sofrimentos ou desgraças, ainda mais se este “ser inexistente” pressupõe bondade e amor, pois se o sofrimento existe, logo este ser teria que de alguma forma impedi-lo e se o faz ou deixa de fazer, logo existe, e se existe, a questão passa a ser se é justo ou bom.

A conversa foi se embrenhando por um misto de expressões de dúvidas, curiosidades e não demorou muito para que tentassem “colocar-me contra parede” e pedirem provas de sua existência, afinal de contas, para eles, a fé não poderia ser explicada e era intrínseca às experiências individuais.

Argumentei sobre a fé bíblica, descrita e definida em Hebreus 11.1 como “a certeza das coisas que se esperam e convicção de fatos que se não veem”, ressaltando que as palavras certeza e convicção remetem-nos a expressões do intelecto, da compreensão e não das sensações.

Deus não nos deixou aqui soltos com a única certeza desta vida, exatamente o seu fim, a saber, a morte, pelo contrário, veio se contrapor a esta morte, sendo Ele mesmo a vida eterna entre nós, Emanuel, Deus Conosco, nosso Salvador e rico para com todos os que em todo lugar invocarem o seu nome, atendendo a todo pecador arrependido, oferecendo-lhe vida em abundância.

Mas Ele existe? Existiu? As evidências históricas, geográficas, geológicas, filosóficas, científicas, arqueológicas, documentais, testemunhais, linguísticas, naturais e até lógicas estão à disposição da investigação sincera de qualquer mortal que existe sobre esta terra.

Como se não aceitassem tudo o que disse, perguntei àqueles jovens:

Peçam a mim, apenas uma única e última razão para eu acreditar em Deus.

Ao som de alguns risos, perguntaram:

OK, uma única e derradeira razão para você acreditar em Deus!

Entre eles, havia um rapaz judeu e sem titubear apontei para ele e disparei:

Ele! Ele é a razão porque eu creio em Deus!

Não dei tempo para mais perguntas, e antes que partissem porque pareciam querer encerrar a conversa, contei sobre Gênesis 15, Jeremias 31.31-37, fixando meu olhar naquele rapaz, disse a eles que as promessas de Deus para com Israel descritas na Bíblia são imutáveis e que O Deus Eterno prometeu que Israel é e sempre será uma nação eterna diante de si, ou seja, enquanto este Deus existir, Israel existirá, enquanto houver o sol, a lua e as estrelas e os movimentos das ondas e das marés, Deus existirá, enquanto o homem não conseguir viajar ao centro da Terra ou descobrir todo o Universo, Israel existirá.

Não houve Egito, Babilônia, Assíria, Pérsia, Grécia, Roma, Bizâncio, Inquisição, Nazismo, Stalinismo ou qualquer outro império ou sistema que tenha conseguido destruir Israel, se “Am Israel Chai” é porque o seu Deus ainda existe e sustenta a este povo nas palmas de suas mãos.

Em meio aos sorrisos daqueles jovens tão educados e palavras de despedidas, pensei comigo mesmo: “Deus existe? Sim, o povo de Israel Vive”

Shalom!

 


Por Yon M. F. da Costa
Pastor, professor, associado do Instituto Tzadik Baemunah e membro do Conselho Editorial da Editora Davar.

Quem é Jesus? Conheça o judeu mais famoso que já viveu.

Quem é Jesus? Conheça o judeu mais famoso que já viveu.

 

 

by Susan Perlman | 6 de abril de 2018.

 

Jesus era judeu?

 

Você ficaria surpreso em ouvir que um importante líder judeu fez a seguinte declaração?

“A maioria dos retratadores da vida de Jesus negligenciam apontar que Jesus é em todas as características um personagem genuinamente judeu, que um homem como ele só poderia ter crescido no solo do judaísmo, apenas ali e em nenhum outro lugar. Jesus é uma personalidade judaica genuína, todas as suas lutas e obras, suas posturas e sentimentos, sua falas e silêncio, trazem a marca de um estilo judaico, a marca do idealismo judaico, do melhor que foi e está no judaísmo, mas que então existia apenas no judaísmo. Ele era um judeu entre os judeus; de nenhum outro povo poderia um homem como ele surgir, e em nenhum outro povo poderia um homem como ele trabalhar; em nenhum outro povo ele poderia ter encontrado os apóstolos que acreditavam nele.”¹

O Rabino Leo Böck, o principal filósofo-teólogo e historiador da religião, embora rejeitasse fortemente o cristianismo, viu a necessidade de declarar o Judaísmo de Jesus na passagem acima. Ele enfatizou que Jesus (Yeshua) era um judeu, nascido entre o povo judeu e reconhecido por outros judeus de sua época.

 

Nasceu em Belém da Judéia

 

Não é preciso ser teólogo, entretanto, para ver o caráter judaico de Jesus. Isso é evidente no relato de seu nascimento em Belém da Judéia. A narrativa (conforme registrada no Novo Testamento) fala de sábios que vieram de longe a Jerusalém, perguntando ao rei Herodes: “Onde está aquele que nasceu rei dos judeus? Vimos sua estrela no leste e viemos para adorá-lo. “²

Herodes era, ao que tudo indicava, menos do que justo. Além disso, ele não era o legítimo rei da Judéia. Portanto, não é surpresa que ele tenha ficado perturbado com a notícia dos sábios. Herodes perguntou aos líderes religiosos que tinham mais conhecimento onde o messias deveria nascer e soube que o lugar havia sido predito pelo profeta Miquéias, centenas de anos antes:

“E tu, Belém, terra de Judá, não és de modo algum a menor entre as principais de Judá; porque de ti sairá o Guia que há de apascentar a meu povo, Israel.”³

Herodes não ficou nada satisfeito com essa informação. Ele, em uma conspiração diabólica muito parecida com a de Faraó, massacrou bebês judeus na tentativa de manter sua própria realeza. Ele queria pôr fim à vida daquele que se tornaria o governante de Israel.

No entanto, ele não foi capaz de extinguir aquele bebê que nasceu em Belém de uma jovem judia chamada Miriam (Maria). E desde o momento de seu nascimento, à circuncisão, à cerimônia de Pidyon Haben, ao Bar Mitzvah, aos d’Roshes nas sinagogas e até mesmo ao epitáfio final, um sinal sobre sua cabeça no instrumento de sua execução, “Jesus De Nazaré, o Rei dos Judeus “, este chamado Yeshua foi identificado com o povo judeu.

 

Jesus afirmou ser o messias judeu?

 

Alguns disseram que Jesus era de fato um bom judeu, um judeu praticante, talvez até um profeta de nosso povo, mas ele nunca afirmou ser o Messias. Alguns dizem que a noção de que ele era um salvador, um mediador entre o povo e Deus, foi apresentada por seus seguidores.

No entanto, o que Jesus disse sobre si mesmo?

Uma vez, quando ele estava viajando com seus discípulos, ele perguntou-lhes:

“Quem diz o povo ser o Filho do Homem?”

E eles responderam “Uns dizem: João Batista; outros: Elias; e outros,        Jeremias ou algum dos profetas.”

“Mas vós”, continuou ele, “quem dizeis que eu sou?”

Respondendo Simão Pedro, disse “Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo.” Então, Jesus lhe afirmou “Bem-aventurado és, Simão Barjonas, porque não foi carne e sangue que to revelaram, mas meu Pai, que está nos céus.”4

 

A verdadeira identidade de Jesus

        

Jesus não apenas aceitou o título de “Messias, o Filho do Deus vivo”, mas declarou a Simão Pedro que o próprio Deus havia revelado que essa era sua verdadeira identidade.

Uma vez, quando ele estava viajando sozinho, ele encontrou uma mulher samaritana em Sichar. Nesse encontro com Jesus, ela disse-lhe:

“Eu sei”, respondeu a mulher, “que há de vir o Messias, chamado Cristo; quando ele vier, nos anunciará todas as coisas.” Disse-lhe Jesus: “Eu o sou, eu que falo contigo.”5

A mulher saiu correndo para contar aos homens da vila sobre seu encontro com Jesus. Depois de uma longa conversa com ele, eles declararam sua própria crença em seu messiado.

Um comentarista, John Stott, disse: “a característica mais notável do ensino de Jesus é que ele falava com frequência de si mesmo.”6

 

Jesus comparado a outros líderes religiosos

 

Ele explicou ainda que isso diferenciava Jesus de outras grandes figuras religiosas que eram modestos enquanto Yeshua avançava por conta própria. Outros direcionariam as pessoas para longe de si mesmas e para “a verdade”. Eles expressaram seus ensinamentos em frases como: “Pelo que entendi, essa é a coisa certa a fazer”. Em contraste, Jesus disse: “Eu sou a verdade, siga-me.”

Se Jesus (Yeshua) não era o messias como afirmava, ele certamente era o rabino mais arrogante e blasfemo de toda a história. Se ele não era “o Messias, o Filho do Deus vivo”, como afirmava ser, ele merecia coisa pior do que a crucificação. Então, como é que tantas pessoas acreditaram em suas afirmações e o seguiram? O que impressionou os ouvintes de Jesus?

 

Jesus falava com autoridade!

 

Sábios judeus ensinavam citando opiniões de outros rabinos. Um poderia dizer: “Rabino Shammai diz isso e aquilo, mas Rabino Hillel disse o contrário.” Então o rabino, que estaria postulando, indicaria qual autoridade, em sua opinião, deveria receber mais peso.

Yeshua não apresentou os “muitos lados diferentes” da questão. Ele falou sobre cada questão diretamente e com autoridade. Ele não precisava apresentar muitas opiniões para serem pesadas e consideradas. Ele delineou o que era verdade em declarações simples e diretas.

Em um ensino específico, comumente chamado de “o sermão da montanha”, Jesus reiterou vários pontos da lei e deu seu próprio ensino como resposta de autoridade. Por exemplo, ele disse:

“Ouvistes que foi dito: Olho por olho, dente por dente. Eu, porém, vos digo: não resistais ao perverso; mas, a qualquer que te ferir na face direita, volta-lhe também a outra”7

O ditado “olho por olho” fazia parte da Torá dada por Moisés. Jesus ensinou algo que o substituiu, reivindicando assim uma autoridade além de Moisés. Considerando que Deus deu a lei a Moisés, como Jesus poderia ousar afirmar uma opinião que ia além do ensino de Moisés? Isso não era apenas arrogante, era herético – se ele não tivesse autoridade de Deus para apoiá-lo. No entanto, em seu ensino, Yeshua não mostrou hesitação, nenhum “talvez” ou “pode ser que” ou “parece-me”. Ele falou sobre o passado antigo como se tivesse sido uma testemunha ocular dele. Quando questionado pelos líderes religiosos de sua época:

“És maior do que Abraão, o nosso pai, que morreu? Também os profetas morreram. Quem, pois, te fazes ser?”

Respondeu Jesus: “Abraão, vosso pai, alegrou-se por ver o meu dia, viu-o e regozijou-se.”

Perguntaram-lhe, pois, os judeus: “Ainda não tens cinquenta anos e viste Abraão?”

Respondeu-lhes Jesus: “Em verdade, em verdade eu vos digo: antes que Abraão existisse, Eu Sou.”8

 

Jesus anunciou sua divindade

 

Nessa declaração surpreendente, Jesus não apenas estabeleceu que sua existência precedeu o nascimento de Abraão, mas pela construção da linguagem, ele anunciou sua divindade.9

Ele não apenas conhecia o passado e o presente10, mas falava do futuro como se o estivesse vendo no presente11. Ele continuamente apontava para sua divindade, bem como sua messianidade, pela maneira como falava com autoridade em todas as fases do tempo.

Uma vez, quando Yeshua estava na sinagoga, ele recebeu o livro do profeta Isaías. Desenrolando-o, ele leu a parte: “O Espírito do Senhor está sobre mim, porque ele me ungiu para pregar boas novas aos pobres. Ele me enviou para proclamar a liberdade para os prisioneiros e a recuperação da visão para os cegos, para libertar os oprimidos, para proclamar o ano da graça do Senhor. ” Yeshua então enrolou o pergaminho, devolvendo-o ao gabbai (assistente) e se assentou.

O relato do evangelho de Lucas diz que: “Os olhos de todos na sinagoga estavam fixos nele, e ele começou dizendo-lhes:” Hoje esta escritura se cumpre aos vossos ouvidos. “11

Quando Jesus falou, as pessoas tiveram que ouvir. Eles podem não ter gostado do que ele disse, mas não podiam levar sua atenção para outro lugar. Ele era impossível de ignorar.

 

Jesus tinha poder para operar milagres

 

Operadores de milagres não eram incomuns na Judéia do primeiro século. Havia feiticeiros, adivinhos e curandeiros. Alguns usavam truques. Outros se associavam com ‘espíritos familiares’, usando encantamentos, amuletos e poções para realizar seus feitos mágicos. Ao contrário de Jesus, eles não curavam por conta própria.

Às vezes, Yeshua usava o que poderia ser considerado um tipo de tratamento médico, como um cataplasma nos olhos de um cego. No entanto, mesmo que a mistura de lama e saliva tivesse valor medicinal, a cura superava em muito qualquer efeito que a técnica pudesse ter. Foi muito além do que uma cura comum poderia alcançar. Um homem, cego de nascença, de repente conseguia enxergar.

Outras vezes, ele simplesmente fazia a seguinte pergunta: “Você quer ser curado?” ou “Você acredita?”

 

Os milagres de Jesus e os olhos do público

 

No início de seu ministério, Jesus disse às pessoas que não contassem aos outros como haviam sido curados. Isso parece indicar que seus milagres eram de uma classe superior do que quaisquer outros de sua época. Jesus sabia que seria uma figura pública assim que o povo visse seu poder. Ele parecia ter um calendário que o mantinha temporariamente fora dos olhos do público. No entanto, uma vez que se soube que ele poderia curar até as enfermidades mais desesperançosas e que poderia alimentar milhares de pessoas multiplicando alguns pães e alguns peixes, ele teve uma multidão de pessoas o seguindo.

Durante o curso de seu ministério público, um homem foi baixado em um estrado através do telhado porque a sala estava lotada demais para que ele trouxesse da maneira padrão. Yeshua comentou sobre a fé dos amigos que fizeram tanto esforço para apresentar a ele seu amigo paralítico. Então ele disse ao paralítico que pegasse sua maca e andasse, e ele o fez!

E qual foi o comentário de Jesus sobre a cura? “Para que saibais que o filho do Homem tem autoridade na terra para perdoar pecados.” Ao contrário dos profetas antes dele, ele não era apenas o agente usado por Deus; ele reivindicou o poder de Deus para si mesmo.

 

O poder milagroso de Jesus, mesmo de longe

 

O poder de Jesus era tal que ele nem mesmo precisava estar fisicamente presente com as pessoas para curá-las. Foi o que aconteceu com o escravo do centurião romano (soldado). Aquele centurião não deixava de ter autoridade por seu direito, mas ele entendeu que a essência do poder de Yeshua era uma autoridade que excedia em muito a sua própria. “Apenas diga a palavra”, insistiu o soldado, “e ele será curado.”

Talvez o mais surpreendente de todos os milagres de Yeshua tenha sido sua habilidade de ressuscitar uma pessoa dos mortos. De acordo com as Escrituras Hebraicas, o profeta Eliseu trouxe de volta um menino dos mortos.12 Porém, no caso de Lázaro, o homem não apenas havia morrido, mas estava em uma tumba por quatro dias. O processo de decomposição já havia começado. Mesmo assim, Jesus garantiu à irmã de luto do morto, Marta, que seu irmão ressuscitaria.

“Eu sei”, replicou Marta, “que ele há de ressurgir na ressurreição, no último dia.” Disse-lhe Jesus “Eu sou a ressurreição e a vida. Quem crê em mim, ainda que morra, viverá; e todo o que vive e crê em mim não morrerá, eternamente. Crês isto?”

(Era uma crença comum que quando o messias viesse, ele ressuscitaria todos os mortos.)

“Sim, Senhor”, respondeu ela, “eu tenho crido que tu és o Cristo, o Filho de Deus que devia vir ao mundo.”13

Quando Jesus chamou Lázaro para fora da tumba em decomposição, foi um ato de Deus sem precedentes.

Os milagres de Jesus estavam anos-luz além dos de qualquer curador de sua época, do ponto de vista da magnitude e da autoridade que demonstraram. E durante todo o seu ministério público, Jesus realizou esses milagres para apoiar suas reivindicações.

 

Jesus (Yeshua) era misterioso

 

Existem pessoas cujo comportamento misterioso leva outras a considerá-las excêntricas. O mistério em torno de Yeshua, no entanto, não era um comportamento estranho ou excêntrico. Em vez disso, seu “mistério” estava nas parábolas que ele contou e nas afirmações que ele fez que pareciam estar além da compreensão.

Por exemplo, Yeshua se encontrou com o líder judeu, Nicodemos, e disse-lhe que ele precisava nascer de novo. Nicodemos ficou intrigado. Ele apontou a impossibilidade óbvia; como ele poderia voltar para o útero de sua mãe? Yeshua levantou um pouco do mistério ao dizer que uma pessoa nasce da água e do Espírito e que o que Nicodemos precisava era de um renascimento espiritual. No entanto, a ideia de um renascimento espiritual não era muito mais fácil de entender ou aceitar do que a reentrada fisicamente impossível no útero. Jesus usou imagens para levar as pessoas do familiar ao desconhecido, e muito do que ele disse era um mistério para seus ouvintes.

 

Águas vivas

 

No dia final da Festa de Sucote, ele disse aos adoradores no Templo que quem tivesse sede precisava beber do keren Yeshua, as águas vivas, a fonte da salvação. Novamente, ele passou do que era facilmente compreendido para algo invisível, misterioso.

Yeshua poderia ter falado muito claramente, mas ele escolheu revelar a verdade em um nível mais profundo que levou as pessoas a ponderar. Por meio de hipérboles, metáforas, eufemismo e ironia, ele deu respostas que não eram facilmente compreendidas. Uma pessoa não poderia encontrar Yeshua e apenas ter uma conversa agradável. Ele expressou as coisas de uma maneira que fez as pessoas buscarem soluções para os mistérios que ele levantou em seus corações e mentes. Ele mudou a vida de todos que o conheceram.

 

Jesus era “de outro mundo”

 

Yeshua nasceu em Belém, foi criado em Nazaré e foi, em muitos aspectos, uma pessoa de seu tempo e lugar. No entanto, ele não estava apenas cercado por uma sensação de mistério, mas também separado por uma sensação de alienação. Não é que ele fosse hostil ou que procurasse excluir os outros. A alienação ocorreu porque ele conhecia e amava o que era perfeito e estava comprometido com essa perfeição. Outros tiveram dificuldade em compreender a beleza e maravilha da perfeição que Jesus experimentou, e que o separava de outras pessoas.

Mesmo quando era um menino de doze anos, o sobrenatural de Yeshua era evidente. Quando ele foi separado de sua mãe, Miriam, e de seu pai adotivo, Yosef (José), eles pensaram que ele havia se desviado, que estava perdido. Ao encontrá-lo no Templo, eles o repreenderam como os pais naturalmente fariam. “Estou a tratar dos negócios do meu pai”, disse-lhes ele, e não se referia a José, mas sim a uma linhagem que ia além desta terra.

Da mesma forma, quando Yeshua disse a Nicodemos que uma pessoa não pode ver o reino de Deus sem nascer de novo, ele estava revelando seu outro mundo.

Jesus contou às pessoas detalhes sobre suas vidas que ele não teria como saber na terra.14 Quando Jesus disse a um homem que seus pecados estavam perdoados, ele sabia o que os líderes religiosos presentes estavam pensando e respondeu aos pensamentos não falados. Foi dito que ele sabia o que estava “no coração de todos”.15 Mas ele não sabia apenas o que estava em seus corações. Ele se preocupava com eles como pessoas.

 

Jesus amava as pessoas!

 

Yeshua, ao contrário de muitos outros líderes de sua época, mostrou um profundo amor pelas pessoas – todos os tipos de pessoas. As únicas pessoas que não foram tocadas por esse amor foram aquelas que não o quiseram. Yeshua estendeu perdão, aceitação, aprovação e apreço a todos, exceto aos que são autossuficientes e hipócritas. Exceto esses, Jesus queria estar com quem quisesse estar com ele.

Yeshua ensinava de uma forma que fazia as pessoas sorrirem, mas ele nunca falhava em confundir o orgulhoso e intrigar o arrogante. Ele era um homem com calosidades nas mãos, um magnífico senso de humor que se transformou em sagacidade. Ele era uma pessoa compassiva, atenciosa e amorosa com aqueles que eram vulneráveis, amedrontados, desesperados e oprimidos. Ele nunca deixou de fazer as pessoas se sentirem melhor de alguma forma do que quando as conheceu.

A companhia que ele mantinha

 

Ele passou um tempo com os cobradores de impostos, pescadores, mulheres de reputação duvidosa, pessoas cultas, fazendeiros com sujeira debaixo das unhas, judeus, samaritanos e até romanos. Ele gostava da companhia de crianças pequenas quando outros queriam mandá-las embora. Ele apreciava os dons das mulheres, enquanto outros rabinos não permitiam o contato com uma mulher por medo de contaminação.

Yeshua comia com todos os tipos de pessoas, ria com elas, chorava com elas e por elas e, por fim, morreu por elas.

 

Jesus estava disposto a ser julgado, condenado e crucificado.

 

Segundo todos os relatos, Yeshua não lutou por sua vida ou mesmo procurou se defender legalmente – embora tivesse motivos para fazê-lo. Quando a polícia eclesiástica veio buscá-lo, ele poderia ter lembrado que eles não tinham autoridade além do terreno do Templo.

Yeshua poderia ter lembrado a eles que, de acordo com a lei judaica, eles não tinham o direito de prendê-lo sem uma acusação. Se Judas fosse seu acusador, Yeshua poderia ter contestado a integridade de Judas como testemunha, mostrando que Judas era um ladrão que estava roubando do tesouro. Ele poderia ter respondido a falsas acusações com a verdade retumbante: “Eu não disse isso.”

 

“O Rei dos judeus”

 

Quando o governador perguntou a Jesus se ele era “o rei dos judeus”, ele respondeu: “Sim, é como você diz”. Certamente, se ele era um rei, ele era notável por sua normalidade. No entanto, essa pessoa extraordinariamente comum, Yeshua, ostentava uma ostentação que estava além da imaginação das pessoas mais insanas. Ele não apenas admitiu que estava destinado a ser rei, mas afirmou que poderia chamar doze legiões de anjos em sua defesa, se escolhesse.

No entanto, ele fez uma escolha diferente. Assim como uma ovelha que é levada para o matadouro não reclama, Yeshua não abriu a boca para proferir uma palavra de protesto. Ele sabia que estava destinado a reinar, mas também sabia que estava destinado a morrer primeiro. Ninguém nunca morreu como Yeshua morreu e ninguém jamais conquistou tanto com sua morte. Sua morte não foi o fim, mas o começo.

 

O mundo mudou com a vinda de Jesus.

 

A maioria de nós vive de acordo com um calendário que mede o tempo, o número de anos antes de Yeshua caminhar sobre a terra e o número de anos desde então. Isso por si só é uma evidência de seu profundo impacto em nosso mundo. Bibliotecas inteiras podem estar repletas de livros escritos sobre ele. Ele inspirou obras-primas musicais como o Messias de Handel, séculos depois de caminhar sobre a Terra. Grandes mestres, como Michelangelo e Botticelli, buscaram glorificar Yeshua em obras de arte que podem ser encontradas nos museus e galerias mais renomados nesse globo.

De Agostinho a Adler e Einstein, os maiores filósofos e cientistas igualmente tiveram que lutar com seus ensinamentos e ponderar sobre sua pessoa. E aqueles filósofos que viveram antes de sua vinda falaram da ética e da estética que a vida de Yeshua personificava.

 

Yeshua em todo o mundo

 

Por causa de Jesus, as pessoas nas selvas remotas, bem como nos mais altos salões de ensino, sabem algo sobre o povo judeu e nossos ensinamentos. Eles estão familiarizados com a geografia da pátria judaica. As pessoas estão mais familiarizadas com Belém do que com Bombaim e têm mais apego a Jerusalém do que a Roma. Pessoas de todas as raças são chamadas de Abraão, Davi, Jacó, Isaías e Raquel por causa de Yeshua. Eles se sentem relacionados ao povo judeu por meio de Jesus.

As religiões orientais ensinavam que as pessoas que sofreram, dor, doença e morte prematura estavam sendo punidas com justiça por comportamento desonroso em uma vida anterior. Enquanto as religiões orientais aceitavam o sofrimento como carma a ser repetido vida após vida, Yeshua ensinava compaixão pelo sofrimento. Graça e perdão fluíram dele e ainda assim sua justiça não foi comprometida. É por isso que as pessoas o amavam e ainda o amam.

 

Em nome de Jesus Cristo…

 

Nem todos os que disseram ser cristãos se comportaram de acordo com o exemplo de Yeshua. Ele ensinou amor, humildade e dignidade a todas as pessoas. Quando você encontra ódio, preconceito e intolerância no nome de Jesus, você encontra uma falha em seguir aquele cujo nome está sendo usado. Todos os cristãos que mostram falta de compaixão estão ignorando, até mesmo contra-ordenando, o exemplo de Cristo.

É muito fácil jogar a culpa em Jesus pela perseguição que ele nunca ensinou ou tolerou. Os seres humanos são perfeitamente capazes de perseguir uns aos outros, não por causa de Jesus, mas apesar dele. Pessoas que realmente são discípulos de Jesus mostram alguma disciplina ao seguir seus ensinamentos.

 

O lado bom

 

Os hospitais foram estabelecidos por compaixão cristã. Os missionários trouxeram escolas e literatura a lugares distantes por causa de Jesus. Profissionais médicos e agrícolas viajavam de longe para prestar seus serviços por causa do amor de Yeshua. Pessoas como Martin Neimöller, Raoul Wallenberg e Corrie Ten Boom enfrentaram Hitler e o ódio que ele vomitou por causa do amor que encontraram em Yeshua.

Se Jesus tivesse simplesmente vivido e morrido, o mundo não teria sido alterado para sempre com sua vinda. Mas sua ressurreição coloca Jesus em cena em todos os episódios da história. Sua vida observável após a crucificação tornou Jesus a pessoa mais poderosa e influente que já viveu, porque ele ainda vive. E o fato de ele ainda viver e desejar mudar a vida das pessoas é maravilhoso para aqueles que querem o que ele tem a oferecer, e uma ofensa para quem não quer.

 

O lado escuro

 

Detratores insistem em atos de cristãos “apenas em nome” ou nos atos de cristãos que se desviam, ao invés de lidar com a pessoa de Yeshua, mesmo quando confrontados com o fato de que os dois são separados. Afinal, o judaísmo não é invalidado pelos atos do povo judeu que violam qualquer um dos 613 preceitos da lei.

Da mesma forma, aquelas pessoas que levam Jesus a sério e procuram viver de acordo com seus ensinamentos são uma minoria. Por que a maioria das pessoas, judeus e gentios, não quer ouvir sobre Yeshua?

 

O preço de seguir Jesus

 

A ironia é que, como diz o ditado, “Quanto mais as coisas mudam, mais elas permanecem as mesmas.” Quando Jesus andou sobre a Terra, alguns dos rabinos e líderes de sua época o seguiram, mas foi preciso muita coragem para ir contra a maré. Algumas das pessoas mais ricas que tinham posição e poder foram capazes de ver além de suas riquezas para a pobreza espiritual que Jesus veio aliviar.

Mas aqueles que o evitavam ou desprezavam achavam que não precisavam de seu amor ou de sua compaixão, pois se viam como autossuficientes. Eles não entendiam por que Jesus fazia companhia a pessoas que estavam abaixo de seu contentamento. E eles pareciam raciocinar que, se Jesus fosse tão nobre como eles, ele se distanciaria da escória da sociedade.

Hoje, muitos ridicularizam os crentes em Jesus como fracos, perdedores sem causa, que procuram uma solução rápida para seus problemas. Alguns veem Jesus como uma muleta e se consideram espiritualmente aptos, não tendo necessidade dele. Para essas pessoas, é irrelevante se Jesus é ou não quem diz ser. Considerá-lo é concordar em se associar ao tipo de pessoa carente que ele atrai e que eles não desejam assim fazer.

 

A verdade sobre Jesus

 

Jesus é tão paciente e amoroso como sempre foi. Ele não restringe sua graça àqueles que são bem-educados e altamente empregáveis. Ele não reserva misericórdia para os politicamente corretos e bem relacionados. Ele está interessado em dar esperança aos oprimidos e aos opressores, aos que têm e aos que não têm.

Jesus também é tão misterioso como sempre foi. Aqueles que aceitaram seu amor e perdão e entregaram suas vidas a ele, não conseguem explicar a qualidade de sua vida espiritual para aqueles que ainda não experimentaram o novo nascimento. Mas pode-se ter vislumbres disso na vida de quem o conhece melhor. Eles continuam a ser motivados por sua pessoa e movidos por seu poder.

No entanto, ele ainda é invisível, desconhecido e não ouvido, exceto por aqueles que têm ouvidos para ouvir e coração para compreender.


 

Susan Perlman  é Diretora de Parceria de Jews For Jesus e trabalha com agências missionárias com ideias semelhantes, congregações messiânicas, igrejas, associações e instituições teológicas com o propósito de estabelecer parcerias estratégicas para que possam fazer mais para abençoar os judeus com as boas novas de Yeshua do que sozinhos. Ela também atua como primeira assistente do diretor executivo David Brickner. Uma das co-fundadoras do Judeus por Jesus, Susan também faz parte da Equipe de Liderança Executiva. Este artigo foi originalmente publicado aqui.

 

Artigo publicado pelo Instituto Tzadik BaEmunah com autorização da autora. Thanks Susan!

 

Traduzido por:

Mariana Reis, é brasileira, tem 24 anos, é tradutora voluntária do INSTITUTO TZADIK BAEMUNAH, reside atualmente em Annapolis, Maryland  – MD, USA. Thanks Mari!

 


 

Notas finais:

 

1 Leo Bµck, Harnack Vorlesungen über das Wesen des Christentums (Breslau: n.p., 1902)

2 Mateus 2:2

3 Mateus 2:6

4 Mateus 16:14-17

5 João 4:25,26

6 Basic Christianity, John R. W. Stott, p.22, London, InterVarsity Fellowship ? 1968

7 Mateus 5

8 João 8:53-58

9 O nome que o Todo-Poderoso deu a Moisés para fazer exigências ao Faraó foi ‘Eu Sou’. Diga ao Faraó que fui enviado a você. Êxodo.

10 Mateus 10:23, 12:40, 16:27

11 Lucas 4:21

12 2 Reis, capítulo 4

13 João 11:24-27

14 Veja João 1:48-50, 4:18

15 Atos 1:24

Todos os direitos reservados a Jews For Jesus